Papa rejeita desvalorização da espiritualidade «popular» e das peregrinações
Francisco encerrou Jubileu dos Reitores e Operadores dos Santuários católicos com apelos ao «acolhimento»
O Papa alertou hoje para a tentação de desvalorizar a espiritualidade “popular” e das peregrinações, convidando todos os responsáveis católicos dos santuários a promover uma verdadeira “cultura de acolhimento”.
“O acolhimento é verdadeiramente determinante para a evangelização. Às vezes basta apenas uma palavra, um sorriso, para que uma pessoa se sinta acolhida e querida”, disse aos reitores e operadores dos santuários católicos que celebram em Roma o seu jubileu, desde terça-feira.
No encerramento desta iniciativa do ano santo extraordinário, em que tem estado a participar uma equipa do Santuário de Fátima, liderada pelo Reitor, Pe Carlos Cabecinhas, Francisco apelou a estes responsáveis para que promovam um “acolhimento afetuoso, festivo, cordial e paciente”, em particular com “os doentes, os pecadores, os marginalizados”.
Perante centenas de pessoas de vários países, incluindo o reitor, vice-reitor do Santuário de Fátima e a postuladora da causa dos pastorinhos, Ir. Ângela Coelho, o pontífice argentino sustentou que seria “um erro” julgar que os peregrinos vivem uma espiritualidade de “massa”, ignorando a sua “própria história”, com “luzes e sombras”.
“Ir em peregrinação aos santuários é uma das expressões mais eloquentes da fé do povo de Deus e manifesta a piedade de gerações de pessoas que, com simplicidade, acreditaram e se confiaram à intercessão da Virgem Maria e dos santos”, precisou.
O Papa reforçou a defesa da religiosidade popular como uma “genuína forma de evangelização” que os responsáveis católicos “devem promover e valorizar, sem minimizar a sua importância”.
Francisco realçou a necessidade de acolher os peregrinos “no plano material e espiritual”, tratando cada pessoa como se fosse “um hóspede, um familiar”.
“Façamos com que cada peregrino tenha a felicidade de sentir-se finalmente compreendido e amado”, insistiu.
A intervenção centrou-se depois na importância da Confissão e da misericórdia nos santuários, como espaços onde o peregrino se pode encontrar com a “ternura” de Deus, que não exclui “ninguém”.
“Os sacerdotes que cumprem o seu ministério nos santuários devem ter o coração impregnado de misericórdia, a sua atitude deve ser a de um pai”, acrescentou.
No final do discurso, o Papa passou cerca de meia hora a cumprimentar e abençoar os presentes na sala de audiências Paulo VI.
CR/Lusa/Ecclesia
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