02 de agosto, 2023

 
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Papa Francisco faz apelo à paz no primeiro discurso em Portugal

No Centro Cultural de Belém, o Santo Padre pediu "rotas de paz" e "pontes de entendimento.

 

O Papa Francisco apelou hoje à Europa para que procure rotas de paz, que crie pontes de entendimento e desenvolva esforços para uma “diplomacia de paz que extinga os conflitos e acalme as tensões”.

No discurso proferido no Centro Cultural de Belém (CCB), no encontro com as autoridades, sociedade civil e corpo diplomático, o Sumo Pontífice fez um veemente apelo à paz, questionando o caminho que o Velho Continente está a seguir, ao não oferecer “percursos de paz, vias inovadoras para acabar com a guerra na Ucrânia e com tantos conflitos que ensanguentam o mundo”.

Em Fátima, a prece pela paz, através da oração do Rosário, é uma constante, seguindo o pedido expresso que Nossa Senhora deixou aos Pastorinhos, nas aparições de 1917. “Rezem o Terço todos os dias, para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra”, disse a Senhora “mais brilhante que o sol” aos videntes, logo na primeira aparição, a 13 de maio de 1917.

A 25 de março de 2022, o Papa Francisco consagrou a Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria, numa celebração feita em sintonia no Vaticano, pelo prórpio, e na Cova da Iria, pelo seu legado pontifício, cardeal Konrad Krajewski.

Também na sua deslocação a Fátima, em maio de 2017, o Papa Francisco se apresentou como "peregrino da luz, da esperança e da paz", pedindo pela paz na homilia da Missa que canonizou Francisco e Jacinta Marto.

“Não podia deixar de vir aqui venerar a Virgem Mãe e confiar-lhe os seus filhos e filhas. Sob o seu manto, não se perdem; dos seus braços, virá a esperança e a paz que necessitam e que suplico para todos os meus irmãos no Batismo e em humanidade, de modo especial para os doentes e pessoas com deficiência, os presos e desempregados, os pobres e abandonados", disse, então, o Sumo Pontífice.

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Papa Francisco consagra a Rússia e a Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria, a 25 de março de 2022, numa celebração cumprida em sintonia na Capelinha das Aparições, pelo cardeal Konrad Krajewski, seu legado.

 

Papa pede "uma Europa que saiba reencontrar o seu ânimo jovem"

No discurso no CCB, o Sumo Pontífice disse sonhar com "uma Europa, coração do Ocidente, que use o seu engenho para apagar focos de guerra e acender luzes de esperança; uma Europa que saiba reencontrar o seu ânimo jovem”.

Lamentou também que nos dias de hoje, perante as dificuldades em viver, seja mais fácil encontrar “remédios  rápidos e errados como o fácil acesso à morte”, referindo-se à eutanásia, que disse ser "uma solução cómoda que parece doce, mas na realidade é mais amarga que as águas do mar”.

Deu também conta das suas preocupações, entre outras, com as questões ambientais, com os problemas que afetam os jovens, como a falta de trabalho, a dificuldade em encontrar habitação e o medo de constituir família, referindo que os investimos em armas significam menos recursos para áreas como a saúde, educação e emprego.

Num discurso com muitas referências às ligações de Portugal ao mar, a propósito das quais citou vários autores portugueses, como Luís de Camões, Sofia de Mello Breyner Andresen e Fernando Pessoa, o Papa registou que no país está ainda “muito vivo o sentido de vizinhança e solidariedade”, o encontro com os outros.

Acrescentou que “o que dá verdadeiro sentido ao encontro é a busca; e é preciso andar muito, para se alcançar o que está perto”, referiu, citando José Saramago.

E concluiu com um “Deus abençoe Portugal!”.

 

FOTOS: © Lusa | António Pedro Santos

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