27 de janeiro, 2019

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Papa diz aos jovens que são o “agora” da Igreja e desafia-os a assumir papel de liderança

Missa conclusiva da JMJ do Panamá termina com o anúncio da escolha de Lisboa como a cidade que irá receber a JMJ de 2022

 

O Papa Francisco presidiu hoje à Missa conclusiva da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) no Panamá, perante centenas de milhares de pessoas, onde foi confirmada a escolha de Lisboa como a cidade que vai receber a JMJ de 2022,  afirmando que os jovens são o “agora” da Igreja e devem assumir um papel de liderança.

“Vós, queridos jovens, não sois o futuro. Gostamos de dizer que sois o futuro, não… sois o presente. Não sois o futuro de Deus, vós jovens sois o agora de Deus”, declarou, na homilia da celebração, que decorreu no Campo São João Paulo II, onde muitos participantes na JMJ 2019 passaram a noite, após uma vigília de oração.

“Ele convoca-vos e chama-vos nas vossas comunidades e cidades, para irem à procura dos avós, dos mais velhos; para se erguerem de pé e, juntamente com eles, tomar a palavra e realizar o sonho com que o Senhor os sonhou. Não amanhã; mas agora!”.

“O teu espaço é hoje”, insistiu Francisco dirigindo-se a cada um dos jovens presentes.

A homilia destacou, por outro lado, a presença concreta e “diária” de Deus, que exige “fraternidade” e a saída do comodismo.

“Ele não quis manifestar-Se de modo angélico ou espetacular, mas quis dar-nos um rosto fraterno e amigo, concreto, familiar. Deus é real, porque o amor é real; Deus é concreto, porque o amor é concreto”, realçou o Papa.

“É alegria festiva que nasce da opção de participar na pesca miraculosa da esperança e da caridade, da solidariedade e da fraternidade frente a tantos olhares paralisados e paralisadores por causa dos medos e da exclusão, da especulação e da manipulação”.

Francisco pediu, de resto, às comunidades católicas que não silenciem nem procurem “domesticar” os jovens, que são “profecia e anúncio do Reino de Deus”.

E, deixou um repto aos próprios jovens lembrando que tal como Maria não Se limitou a acreditar em Deus e nas suas promessas como algo possível, mas acreditou em Deus e teve a coragem de dizer ‘sim’ para participar neste agora do Senhor, devemos também todos viver em concreto esse amor.

"Que o seu ‘sim’ continue a ser a porta de entrada para que o Espírito Santo conceda um novo Pentecostes ao mundo e à Igreja” , foram as palavras conclusivas do Papa.

A Missa foi concelebrada por 26 cardeais e 424 bispos; a primeira leitura foi proclamada por um jovem escuteiro, Pedro Luís Cabritam, do Patriarcado de Lisboa. O coro de 301 elementos incluía cantores do Panamá, Nicarágua, Honduras, Costa Rica, Colômbia e Venezuela, acompanhados por 110 músicos, com idades entre os 15 e 35 anos, na sua maioria.

A Missa concluiu-se com a entrega aos jovens de um terço em madeira de oliveira, produzido em Belém da Palestina, e uma oração pela paz no mundo. O Papa agradeceu, ainda, a todas as pessoas que apoiaram a realização desta Jornada Mundial da Juventude e , em especial aos jovens a quem dirigiu um último apelo: que regressem às suas paróquias e comunidades, famílias e amigos e transmitam esta experiência, para que outros possam vibrar “com a sua força e o seu sonho”.

Antes da bênção final foi feito o anuncio de que Lisboa será a próxima capital da juventude católica mundial e acolherá a Jornada Mundial da Juventude de 2022.

Para o reitor do Santuário de Fátima trata-se “de uma grande alegria e responsabilidade” para a Igreja portuguesa em geral e para Fátima em particular, já que são esperados muitos jovens na Cova da Iria, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude.

Na Missa concluisiva da JMJ do Panamá participaram o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, em representação do Governo, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, e o embaixador de Portugal no Panamá, Pedro Pessoa e Costa.

O cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, e cinco bispos portugueses (das dioceses de Lisboa, Guarda, Coimbra, Braga e Bragança-Miranda), assim como outros padres portugueses concelebraram a eucaristia.

A escolha de Portugal e, concretamente, de Lisboa, era expectável, no entanto, em declarações à Agência Lusa, o Presidente português expressou  uma “alegria incontida” com a escolha de Lisboa para acolher as próximas Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), destacando que a língua portuguesa falada em todo o mundo pesou na decisão.

“Acho que nós conseguimos, conseguimos todos, conseguimos nós portugueses, conseguiram naturalmente os católicos de Portugal, conseguiram os bispos católicos, conseguiu D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa, mas conseguimos nós todos como povo e conseguimos nós que falamos português”, assinalou o chefe de Estado.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, Portugal ser o segundo país lusófono a receber as JMJ depois do Brasil, em 2013, “é o reconhecimento do peso da lusofonia, do mundo que fala português”.

“E, ao mesmo tempo, o peso de Portugal, o peso de Fátima, o peso do povo católico português”, declarou o Presidente português.

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