11 de junho, 2011

TOMADA DE POSSE DO NOVO REITOR DO SANTUÁRIO DE FÁTIMA
Te Deum laudamus, Te Dominum confitemur!
Nós Te louvamos ó Deus, nós Te bendizemos Senhor!
É o cântico de louvor e acção de graças que brota do nosso coração e dos nossos lábios pelo serviço que o P.e Dr. Virgílio Antunes prestou no Santuário de Fátima ao longo de quase seis anos, como capelão e como Reitor, e pela tomada de posse do novo Reitor, P.e Doutor Carlos Cabecinhas.
Gratidão a D. Virgílio Antunes
Quando no dia 25 de Setembro de 2008 presidi à tomada de posse do P.e Virgílio como Reitor do Santuário estava bem longe de toda a nossa previsão que ele havia de ser chamado tão cedo a uma nova missão. Os caminhos da vida estão cheios de imprevistos e de surpresas. Os desígnios de Deus são misteriosos e insondáveis. Nós aceitamo-los à luz da fé.
Caro D. Virgílio, sei que foi apaixonante para ti a graça de servir o Santuário e a mensagem de Nossa Senhora de Fátima como Reitor, em Portugal e no mundo. Nestes dois anos e meio dedicaste-te, de alma e coração, a traçar um belo e audacioso programa de comemoração do Centenário das Aparições, a abrir novas possibilidades de evangelização e a levar por diante projectos de renovação das estruturas.
Compreendemos que vais partir com saudades, pois, como diz Santo Agostinho, “não se deixa sem dor aquilo que se possuiu com amor”. Em nome pessoal, do episcopado português e dos peregrinos, quero deixar-te bem expressa aqui a nossa gratidão pelo zelo, amor, dedicação e inteligência que colocaste no teu serviço em estreita e leal colaboração com o bispo. Acompanhamos-te com a nossa amizade e a nossa oração. E louvamos e bendizemos a Deus por ter agraciado a sua Igreja com o dom dum novo bispo na tua pessoa, que saiu desta escola de Maria como pastor humilde, generoso e promissor, rico de qualidades humanas e sacerdotais que o creditam para o ministério episcopal. Te Deum laudamus, Te Dominum confitemur!
Votos para o novo Reitor
Caro P.e Doutor Carlos Cabecinhas:
Acabas de tomar posse como Reitor do Santuário de Nossa Senhora de Fátima, que tem estatuto de santuário nacional, com projecção mundial. É com grande regozijo que te endereço as mais vivas e sentidas felicitações em nome pessoal e do episcopado português que, em assembleia plenária, ratificou, unanimemente, a tua indigitação para este cargo. Estendo estas felicitações ao caro P.e Cristiano Saraiva, que é reconduzido no cargo de Administrador.
Não vou repetir hoje o discurso que aqui fiz em Setembro de 2008 para sublinhar a relevância do lugar e da missão do Santuário de Fátima na Igreja, no país e no mundo, e por conseguinte, a relevância da missão do Reitor. Sublinharei apenas o contexto muito significativo em que esta tomada de posse acontece e que reforça a actualidade de tudo quanto então proferi.
Antes de mais, ela acontece um ano após a memorável visita do Papa Bento XVI que mais uma vez veio lembrar a missão profética da mensagem de Nossa Senhora em Fátima: “Iludir-se-ia quem pensasse que a missão profética de Fátima esteja concluída. Aqui revive aquele desígnio de Deus que interpela a humanidade desde os seus primórdios: «Onde está Abel, teu irmão? (...) A voz do sangue do teu irmão clama da terra até Mim» (Gen 4, 9)”.
Insere-se também dentro da comemoração do Centenário das Aparições, já programado, em ordem a redescobrir toda a beleza, riqueza e profundidade da mensagem e a sua influência benéfica para hoje e para o futuro do nosso caminho de Igreja e da história da humanidade. O programa das comemorações do Centenário, em cuja elaboração participaste como perito, caro Reitor, é um legado que de certo modo facilita a tua missão.
A estes dois aspectos acresce o projecto da Conferência episcopal “Repensar juntos a pastoral da Igreja em Portugal” dentro da perspectiva da nova evangelização. Sendo Fátima “o coração espiritual” do país, segundo a feliz expressão de Bento XVI, no seu duplo movimento de sístole e diástole, também a pastoral do Santuário não pode ficar alheia a este projecto. De facto, não se pode compreender a Igreja em Portugal sem Fátima, nem se pode compreender Fátima sem a sua inserção no conjunto da Igreja em Portugal.
O actual momento da gravíssima crise socioeconómica que o nosso país atravessa não pode deixar de interpelar Fátima. Nesse sentido, Fátima é chamada a tornar-se cada vez mais “escola de caridade e de serviço aos irmãos”, como aqui nos lembrou o Papa Bento XVI.
Fátima é isso: um elemento identificativo e de identidade de Portugal. Fátima continua a ser uma montra e uma janela de Portugal para o Mundo.
Por fim, a tomada de posse acontece na significativa memória litúrgica de S. Barnabé, apóstolo de quem os Actos dos Apóstolos dizem: “Era um homem bom e cheio do Espírito Santo e de fé”, capaz de descobrir a acção do Espírito nos sinais dos tempos, com espírito missionário de abertura da Igreja ao mundo e de iniciativa de evangelização e de inculturação da fé, juntamente com S. Paulo. Um bom exemplo e estímulo para a missão de Reitor do Santuário de Fátima!
Os dotes humanos, sacerdotais e intelectuais com que Deus dotou o P.e Carlos Cabecinhas e as provas já dadas de bom Administrador pelo P.e Cristiano Saraiva confortam-nos em saber que o Santuário fica confiado em boas mãos. Quero exprimir-lhes também a minha estima, confiança e colaboração. Bem hajam! Muitas felicidades e as melhores bênçãos de Nossa Senhora de Fátima para a vossa nobre e delicada missão são os nossos votos!
Te Deum laudamus, Te Dominum confitemur! Nós Te louvamos, ó Deus; nós Te bendizemos, Senhor! Ámen! 
Santuário de Fátima, 11 de Junho de 2011
António Marto, Bispo de Leiria-Fátima
 
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