26 de janeiro, 2020
Palavra de Deus é “luz” e “não música de fundo” na vida dos cristãos, afirma padre Carlos CabecinhasPrimeiro Domingo dedicado à Palavra de Deus por decisão do Papa Francisco assinalado no Santuário com oferta de um livro com “O Evangelho Segundo São Mateus”, o evangelista do ano
O reitor do Santuário de Fátima desafiou os peregrinos que participaram na Missa dominical na Basílica da Santíssima Trindade, esta manhã, a valorizarem a palavra Deus porque é através dela que Jesus fala. “Ouvimos tantas palavras que deixamos muitas vezes de lhes prestar atenção” alertou o Padre Carlos Cabecinhas destacando o risco que os cristãos correm de fazer o mesmo com a Palavra de Deus, que ouvem “como se fosse música de fundo”. “Na vida ouvimos os que estão perto, os que nos são próximos, ouvimos rádio e televisão para nos sentirmos acompanhados e, por vezes, fazemos dessas palavras música de fundo. Fazer o mesmo com a palavra de Deus é uma desgraça”, disse o sacerdote na homilia deste domingo, o III do Tempo Comum, que a partir deste ano passa a ser o Dia da Palavra de Deus, assim definido por decisão do Papa Francisco, em setembro do ano passado, através da carta apostólica ‘Aperuit illis’ (‘Abriu-lhes o entendimento’) que visa promover a familiaridade e a centralidade da Sagrada Escritura na vida da Igreja e na vida quotidiana dos cristãos. “Não corramos o risco de ignorar a palavra de Deus”, sublinhou o reitor do Santuário de Fátima pois “se acreditamos que é através da Palavra que Cristo nos fala é preciso prestar-lhe atenção e acolhê-la” pois “a Palavra de Deus é a luz que guia o caminho da vida”. “Na Palavra de Deus encontramos Jesus Cristo, Luz que ilumina e transforma a nossa vida”, esclareceu centrando a homilia na liturgia deste domingo que apela a uma conversão permanente dos cristãos, no seu dia-a-dia. “É à luz da Palavra de Deus que nos damos conta do que precisa ser mudado nas nossas vidas. Ela convoca-nos a segui-Lo” e isso “implica disponibilidade da nossa parte para mudarmos”, afirmou ainda. A Palavra de Deus é, por isso, “ uma palavra que nos chama, nos convoca, nos reúne, nos convida a segui-Lo e nos envia”, acrescentou. O reitor do Santuário terminou a homilia com um desafio aos peregrinos a partir do repto já lançado por São João Crisóstomo no século IV, e “que não perdeu atualidade”, para que cada um seja capaz de tirar um momento do seu tempo, durante a semana, para ler o Evangelho de domingo e que o possa fazer também em família. “O encontro com Jesus na Eucaristia exige o encontro com Jesus na sua palavra”, concluiu. No final da celebração, este domingo, todos os peregrinos que estiverem em Fátima podem levar consigo uma oferta do Santuário. Trata-se de um pequeno livro com o Evangelho de Mateus -o evangelista do ano- editado em conjunto pelo Santuário de Fátima e pela Diocese de Santarém, com 127 páginas, que abre com uma apresentação do bispo D. José Traquina, prossegue com uma introdução ao Evangelho segundo São Mateus e encerra com o texto do Evangelho. De referir que o Papa escolheu o III Domingo do Tempo Comum por ele se situar na proximidade da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, a qual se celebra entre 18 e 25 de janeiro. “Este domingo da Palavra de Deus colocar-se-á, assim, num momento propício daquele período do ano em que somos convidados a reforçar os laços com os judeus e a rezar pela unidade dos Cristãos. Não se trata de mera coincidência temporal: a celebração do Domingo da Palavra de Deus expressa uma valência ecuménica, porque a Sagrada Escritura indica, a quantos se colocam à sua escuta o caminho a seguir para se chegar a uma unidade autêntica e solida”, escreve o Papa.
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