23 de novembro, 2011
Dois anos após o seu falecimento, a 28 de Outubro de 2009, o Secretariado dos Pastorinhos e os Missionários do Verbo Divino juntaram-se numa homenagem ao padre Luís Kondor, vice-postulador para a Causa da Canonização dos Pastorinhos de Fátima até à sua morte. A autarquia municipal de Ourém e o Santuário de Fátima, várias congregações, movimentos religiosos e entidades civis, associaram-se a esta iniciativa largamente participada, realizada a 10 de Novembro, em Fátima. Entre outras personalidades, esteve presente o núncio apostólico em Portugal, D. Rino Passigato. O programa iniciou na Basílica de Nossa Senhora de Fátima com a celebração da eucaristia, presidida pelo bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto. Seguiu-se o descerramento de uma placa na Praça Luís Kondor. As pessoas necessitam da mensagem de Fátima No momento do descerramento da placa, o embaixador da Hungria em Portugal leu uma mensagem enviada de Budapeste pelo vice-primeiro ministro da Hungria, Zsolt Semjén: “O padre Kondor viveu para divulgar esta mensagem (de Fátima), recebeu os peregrinos que procuraram estímulo, de coração aberto e a sua felicidade veio da sua capacidade de prestar auxílio. A sua personalidade e actividade aproximaram Portugal e a Hungria. Ele ligou as pessoas que prestavam ajuda e as que precisavam de ajuda. Esteve sempre disposto a consolar e a dar esperança. No seu posto longe da pátria divulgou a lealdade da alma húngara às suas raízes cristãs”. Na mesma mensagem, o vice-primeiro ministro escreve que “desde as aparições de Fátima que o mundo tem mudado muito, mas acredito que hoje em dia as pessoas necessitam da mensagem de Fátima mais do que nunca”. Autarquia de Ourém e Diocese de Leiria-Fátima foram unânimes ao considerar “o dever de honrar” o padre Kondor, figura essencial na consolidação e promoção da história e da mensagem de Fátima. “Devemos muito desse conhecimento e desse amor a Nossa Senhora de Fátima ao padre Kondor”, afirmou Paulo Fonseca, presidente da Câmara Municipal de Ourém, apelando para que “saibamos ser dignos da mensagem de Fátima como o padre Luís Kondor”. “O nome do padre Luís Kondor fica ligado à mensagem de Fátima. Terminou a sua vida com três nacionalidades reconhecidas oficialmente: húngaro por nascimento, austríaco como refugiado após a invasão da Hungria pelas tropas soviéticas, português por opção e missão. (…) Percebeu que a Mensagem de Fátima tinha um alcance universal, é altar do mundo para salvação e paz no mundo, por isso, dedicou a sua vida para divulgar a mensagem, como arauto de Fátima”, resumiu o padre João Augusto Leitão, missionário do Verbo Divino, congregação a que pertencia o padre Kondor. “Quereis oferecer-vos a Deus?” – o testemunho e a obra Após o descerramento da placa na Praça Luís Kondor, seguiu-se, no Steyler Fátima Hotel, uma sessão onde se revisitou de forma mais concreta a vida e a obra do Padre Luís Kondor, através daqueles que nos últimos anos mais directamente com ele privaram e trabalharam: a Irmã Ângela Coelho, Postuladora para a Causa da Canonização de Francisco e Jacinta Marto, e o Padre José Antunes, provincial do Verbo Divino. Em especial foi apresentado, a título póstumo, o último livro da autoria do sacerdote: “Quereis oferecer-vos a Deus? O Apelo à Reparação na Mensagem de Fátima”, uma edição do Secretariado dos Pastorinhos. A sala esteve cheia para ouvir também o bispo e amigo D. Amândio Tomás testemunhar uma amizade longa, sincera, descomprometida de interesses e comprometida com a Igreja e com a mensagem de Fátima. “Não posso falar dele sem uma profunda emoção”, começou por afirmar D. Amândio, que depois evidenciou os principais traços da personalidade do Padre Kondor, “o paladino de Fátima”: o grande amor e devoção ao Imaculado Coração de Maria, o seu profundo afecto aos pastorinhos. A obra “Quereis oferecer-vos a Deus? O Apelo à Reparação na Mensagem de Fátima", referiu D. Amândio, “é mística, espiritual, é um acalorado apelo de um autor que não é neutro, não é frio, é profundamente devoto da Virgem Santíssima”. “O livro revela a vida, a piedade e o estofo do Padre Kondor”, concluiu D. Amândio em jeito de convite à leitura da obra. As palavras de D. António Marto antecederam o encerramento da sessão, em que se ouviu cantar o fado, género tão português e tão apreciado pelo padre Kondor. Congratulando-se com a iniciativa, D. António Marto destacou que a vida do padre Kondor “esteve ligada a Fátima com laços de profundo amor e comunhão”. “Primeiro, amou Fátima e a mensagem que aqui o trouxe”; segundo “amou os primeiros receptores e transmissões da mensagem para a Igreja e para o Mundo”: (os videntes); em terceiro lugar o padre Kondor “amou o Santuário que perpetua esta mensagem e dela se faz eco”; em quarto lugar “amou a cidade de Fátima, sentia-se verdadeiramente cidadão”. Texto: LeopolDina Simões Fotos: Luís Oliveira |