Padre Carlos Cabecinhas considera que “apesar dos sinais sombrios com que se inicia este novo ano Deus não está ausente do nosso mundo e a sua luz continua a iluminar e a romper as trevas e os sinais da sua presença são visíveis”

Padre Carlos Cabecinhas considera que “apesar dos sinais sombrios com que se inicia este novo ano Deus não está ausente do nosso mundo e a sua luz continua a iluminar e a romper as trevas e os sinais da sua presença são visíveis”

Reitor do Santuário de Fátima presidiu à missa dominical na Basílica da Santíssima Trindade

O Reitor do Santuário de Fátima, o padre Carlos Cabecinhas, presidiu à missa dominical na Basílica da Santíssima Trindade, no dia em que a Igreja celebra a Epifania do Senhor. Nesta celebração, depois da proclamação do Evangelho, foram anunciadas as festas móveis deste ano litúrgico.

Na reflexão apresentada aos peregrinos, o padre Carlos Cabecinhas, falou de Jesus Cristo como “luz que se acende na noite do mundo e atrai a si todos os povos da terra”.

“É causa de alegria, porque sabemos que, em Jesus Cristo, Deus se faz próximo e nos vem iluminar”, acrescentou que a liturgia deste dia “mostra-nos atitudes muitos diferentes e contrastantes dos contemporâneos de Jesus e nossas”.

Os Magos acolhem a luz de Deus, “põem-se a caminho guiados por uma estrela, procuram o Salvador e adoram o Menino-Deus, que reconhecem como luz do mundo”.

“Herodes, pelo contrário, encara o anúncio do nascimento de Jesus como uma ameaça ao seu trono e ao seu poder; rejeita a luz que Jesus vem trazer e persegue-O para O matar”, disse ainda acrescentando que entre estes dois extremos, “encontramos a atitude de indiferença por parte dos sacerdotes e os escribas e demais habitantes de Jerusalém, e nenhum deles se preocupou em ir ao encontro desse Messias que eles conheciam bem dos textos sagrados”.

O padre Carlos Cabecinhas alertou para o facto de “facilmente caímos na indiferença dos habitantes de Jerusalém, deixando que a nossa fé se torne meramente rotineira, acomodada, satisfeita consigo própria, adormecida”, pois “o que fazemos, fazemo-lo por hábito, mas sem que Jesus Cristo conquiste o nosso coração”.

Por vezes, “podemos assumir até a atitude de Herodes, na medida em que encaramos Deus como um concorrente na nossa vida, como um peso ou ameaça, mas é a atitude dos Magos que o Evangelho nos exorta a imitar, a atitude de quem não se deixa acomodar na vivência da fé, de quem não permite que a rotina determine a relação com Deus”.

“Esta é a atitude de quem rejeita viver nas trevas e quer que a luz de Cristo venha, de facto, iluminar-nos”, reiterou o sacerdote.

“Apesar dos sinais sombrios com que se inicia este novo ano, as guerras, as incertezas, os muitos problemas sociais, Deus não está ausente do nosso mundo, a sua luz continua a iluminar e a romper as trevas e os sinais da sua presença são visíveis, quando efetivamente O procuramos, como os Magos, quando vivemos a fé numa atitude de procura do encontro com Cristo, de atenção aos sinais da Sua presença”, assegurou o padre Carlos Cabecinhas.

Deste modo, “uma fé acomodada é uma fé morta, e ter fé é viver essa permanente inquietação de procurar o encontro com Cristo”.

“A fé é inquietação, que nos leva a procurar os sinais da presença de Deus nos acontecimentos do mundo e da nossa vida; é esforço para vivermos de acordo com a Sua vontade; é recusa da indiferença diante do sofrimento dos que nos cercam e que são, sempre, presença de Deus para nós”, concluiu.

O primeiro de cinco Encontros da Basílica no ano pastoral 2023/2024, está agendado para esta tarde, pelas 15h30. A Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima acolhe este momento formativo orientado pelo padre Daniel Nascimento, com o tema “Orai sem cessar”.

A tarde finda com um recital, “Mater Dei”, pelo Ensemble Mosaico Espiritual, com a soprano Patrycja Gabrel, a mezzo-soprano Carolina Figueiredo, e Daniel Oliveira, no órgão.