13 de abril, 2021
Padre Carlos Cabecinhas considera que “apesar das dificuldades que cada um sente e tem de gerir, é nestas horas difíceis que é mais importante vencer a indiferença ao sofrimento dos outros”Missa da peregrinação mensal de abril decorreu na Basílica da Santíssima Trindade, com a presença física de peregrinos.
A Basílica da Santíssima Trindade, acolheu esta manhã a missa da peregrinação mensal de abril, presidida pelo reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas. Esta peregrinação, a primeira após o período de confinamento, contou com a presença física de peregrinos, mas foi igualmente acompanhada por milhares de fiéis através dos meios de comunicação social e digital do Santuário de Fátima. Numa reflexão sobre a liturgia deste dia, o padre Carlos Cabecinhas, lembrou que a Palavra de Deus “exorta-nos à confiança em Deus e à esperança, nestes tempos difíceis, mas exorta-nos igualmente a não descurarmos a atenção aos outros”. A primeira leitura, do livro do Apocalipse, “é convite à esperança e desafio à confiança em Deus”. Recorde-se que este livro foi escrito “numa situação de grande tribulação, e pretende assegurar-nos que Deus não nos abandona em momento algum e menos ainda nos momentos difíceis”. “Deus está atento às nossas dificuldades, atento às nossas lágrimas e disposto a enxugá-las e não nos deixa atravessar o sofrimento e as dores que experimentamos numa solidão cheia de desespero; pelo contrário Deus, que conhece a nossa fragilidade e as nossas preocupações e sofrimento, vem em nosso auxílio”, assegurou o sacerdote. Este ano, o Santuário de Fátima tem como tema pastoral “Louvai o Senhor, que levanta os fracos”, e o Reitor exortou os peregrinos a fortalecer essa “certeza que nos vem da fé, de que o Senhor vem em auxílio da nossa fragilidade”. Ainda com base na liturgia deste dia, o padre Carlos Cabecinhas falou do convite a contemplar Maria, pois por seu intermédio “Deus continua, muitas vezes, a enviar a sua consolação os corações aflitos e transformar as lágrimas em alegria”. “A promessa de que Deus enxugará do nosso rosto todas as lágrimas, expressão da sua ternura e compaixão por nós, cumpre-se frequentemente por meio de Nossa Senhora”, reiterou, lembrando que “Glorificada no Céu, não esquece aqueles que na terra continuam a sofrer lhe foram confiados como filhos, não nos esquece a nós, e mesmo no meio das dificuldades do momento presente, ela anima a nossa esperança e fortalece a nossa confiança”. A mensagem de Fátima “é uma mensagem de esperança e um convite veemente à confiança, porque Deus conhece a nossa fragilidade e está atento ao nosso sofrimento”. Mas a Palavra de Deus “não nos exorta apenas à esperança e à confiança: exorta-nos também ao compromisso em favor daqueles com quem vivemos ou nos cruzamos”. “O exemplo de Maria, que esteva junto à cruz do seu Filho, Jesus, mostra-nos aquela que deve ser a nossa atitude diante do sofrimento de quem nos cerca: com Ela, aprendemos a estar junto à cruz dos seus filhos que sofrem”, afirmou o padre Carlos Cabecinhas. “Apesar das dificuldades que cada um sente e tem de gerir, é nestas horas difíceis que é mais importante vencer a indiferença ao sofrimento dos outros”, alertou o sacerdote, desafiando cada uma a ser capaz de “acompanhar a cruz dos que nos rodeiam”. Nossa Senhora mostra que “o nosso lugar é junto à cruz de quem sofre: para ajudarmos, para consolarmos, para apoiarmos, para aliviarmos o sofrimento”. Recorde-se que a peregrinação mensal de abril em 2020 foi vivida através dos meios de comunicação social e digital, por consequência do primeiro grande confinamento que Portugal viveu, devido à pandemia por Covid-19. Este ano, as peregrinações mensais de fevereiro e março foram igualmente celebradas sem a presença física de fiéis. |