29 de abril, 2025

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“Os temas da agenda do Papa Francisco continuarão a desafiar a Igreja”

Na Eucaristia de sufrágio celebrada ontem, na Basílica da Santíssima Trindade, D. José Ornelas recuperou os grandes temas do pontificado do Papa Francisco e a sua ligação a Fátima.

 

A Basílica da Santíssima Trindade acolheu, ao final da tarde de segunda-feira, 28 de abril, uma missa de memória, ação de graças e sufrágio pelo Papa Francisco. Presidida por D. José Ornelas, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, que por estes dias se encontra reunida em Fátima, a celebração contou com a presença de vários bispos e do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

“Esta celebração é uma expressão de dor e saudade, mas igualmente de gratidão, ação de graças e sufrágio”, afirmou D. José Ornelas nos primeiros momentos da Eucaristia, lembrando que o Papa Francisco “presidiu à vida da Igreja e influenciou, de forma única, o debate internacional sobre temas comuns”.

Na homilia que proferiu, D José Ornelas percorreu os principais temas que foram objeto da atenção do Papa Francisco, nos 12 anos de um ministério que “marcou a Igreja, incomodou mentes agarradas à comodidade do passado, acordou corações sedentos de maior autenticidade, justiça, fraternidade”.

À luz da palavra proclamada, o presidente da celebração trouxe à memória duas visitas marcantes que delimitaram e deram sentido ao percurso de Francisco como sucessor de Pedro na orientação da vida e missão da Igreja: a visita inicial a Lampedusa, e a visita ao cárcere de “Regina Coeli”, que visitara várias vezes durante o seu ministério em Roma, e onde esteve poucos dias antes de morrer.

Ao acolher as periferias da humanidade, indo ao encontro dos que são ostracizados, D. José Ornelas sublinhou que o Papa Francisco pôs em prática a Igreja pela qual pugnava: uma Igreja em saída, à qual era proposto um caminho de misericórdia, acolhimento e acompanhamento de todos.

Este modo renovado de ser Igreja, identificou-o igualmente na forma como o Santo Padre impulsionou o diálogo ecuménico e inter-religioso e na abertura do diálogo e missão da Igreja no mundo, levando a que “os conceitos de ‘sínodo’ e de ‘sinodalidade’ entrassem de modo central no modo de conceber o ministério petrino e a liderança na igreja”.

Para D. José Ornelas, estes e “muitos outros temas da agenda do Papa Francisco continuarão a desafiar a Igreja”. Será o caso, como enumerou, do combate aos abusos sexuais contra crianças e adultos vulneráveis, os abusos de poder e consciência, o papel das mulheres na Igreja, a autoridade e o serviço, na Igreja e no mundo.

Da ligação do Papa Francisco a Portugal, relevou a peregrinação a Fátima no Centenário das Aparições, quando canonizou os pastorinhos Francisco e Jacinta Marto, e a sua mais longa visita a Portugal aquando da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023.

Da última visita do Santo Padre a Fátima, no contexto da JMJ, o presidente da Conferência Episcopal, que é também bispo de Leiria-Fátima, recuperou o que considera ser uma “indicação e um desafio para o Santuário de Fátima”. Na arquitetura da Capelinha das Aparições, o Santo Padre encontrou a visão que defendia de Igreja: “uma arquitetura que tem colunas e teto para acolher e que não tem muros nem portas para que todos nela possam ser acolhidos e encontrar lugar, ‘todos, todos, todos’, porque esta é a ‘casa da Mãe’”, recordou D. José Ornelas.

Já no final da celebração, o bispo de Leiria-Fátima recuperou a expressão usada pelo Papa Francisco no Centenário das Aparições, algo que o impressionou e que o fez querer regressar: “Fátima para mim é, sobretudo, lugar de silêncio”.

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