11 de junho, 2023

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“Os jovens são atraídos por Fátima, mesmo que o não sejam pela Igreja, porque aqui têm a certeza de um colo de mãe à espera”- Marta Couto

Marta Couto é uma das três pessoas que integra, em Fátima, a comunidade da Associação Silenciosos Operários da Cruz, uma associação internacional privada de fiéis, reconhecida pelo Conselho Pontifício para os Leigos. Vai a Lisboa com um grupo de 35 pessoas, entre elas 13 com deficiência. 

 

O silêncio de Fátima, a certeza de um colo de Mãe sempre disponível e a fragilidade vivida no amor, através do exemplo dos pastorinhos, constituem para Marta Couto três possíveis chaves de leitura para entender a importância de Fátima junto dos jovens.

A joem da Associação  Silenciosos Operários da Cruz, criada em 1950 por Monsenhor Luís Novarese e pela Irmã Elvira Myriam Psorulla e que tem uma comunidade em Fátima no centro de Espiritualidade Francisco e Jacinta Marto, é a convidada do podcast #fatimanoseculoXXI e, durante a conversa, reflete sobre a atracção que Fátima exerce sobre os jovens.

“Fátima oferece uma Mãe, mesmo para queles que estão afastados da fé e nós sabemos como, na nossa cultura, a mãe é  a presença e a referência. Em Fátima temos a certeza da existência dessa mãe”, refere.

“Os jovens precisam desta certeza: de que são amados, acolhidos e que a Igreja, que tem Maria como modelo, também quer estar com eles e acolhê-los”, enfatiza ainda recordando que só não há mais jovens dentro da Igreja porque se calhar “não lhes é dada a oportunidade de participar e de intervir”.

“Se olharmos para a primeira peregrinação deste ano vemos como estavam tantos jovens e como eles se empenharam e animaram o Recinto de Oração. A Igreja só será jovem quando os  jovens forem Igreja e isto vai acontecendo. 12 e 13 de maio foram diferentes,  também por causa disso”.

“Quando fazemos pastoral num `tu a tu´, com maior proximidade e sem a pretensão de termos grandes massas, verificamos a adesão dos jovens. Cristo também só tinha 12 discípulos; saiu à procura de uma ovelha deixando as 99 dentro do redil... Porque é que continuamos a querer massas? A nossa evangelização carece desta proximidade mais direta e os jovens exigem-na” diz ainda Marta Couto que vai a Lisboa este ano, à Jornada Mundial da Juventude, com 13 jovens com deficiência. Com ela estarão 22 voluntários.

“Os jovens são atraídos por Fátima, mesmo que o não sejam pela Igreja e Fátima é uma oportunidade de integração e conversão dos jovens. É preciso que o Santuário confie nos jovens; eles querem muito Fátima e levar Fátima aos outros” diz ainda.

A jovem, que é uma das responsáveis pela execução e acompanhamento da iniciativa do Santuário de Fátima Vem para o Meio- férias para pais e crianças com deficiência, espera que a “aventura” corra bem.

“É um desafio que não podíamos deixar de abraçar”, refere. O grupo de jovens que irá a Lisboa à Jornada vem de todos os lugares de norte a sul de Portugal, mas estes jovens já participaram pelo menos uma vez no projecto mencionado.

“Pensando que estes jovens vivem a sua fé de forma tão intensa era impossível não lhes proporcionar  esta experiência de participação” refere.

“Está a ser feita uma preparação muito intensa, todos juntos,  temos tentado trabalhar a nível espiritual de forma a que todos nós- as pessoas com deficiência e os nossos voluntários- possamos fazer uma preparação espiritual”.

“Estes jovens precisam ser integrados, precisam de ser olhados como pessoas e quando sentem que consideramos que são importantes e que valorizamos a forma como se relacionam com Deus, então sentem-se integrados”, diz por outro lado.

“A génese da minha vocação está em Fátima e Fátima é essencial na vida de uma pessoa que sofre” sublinha.

“Fátima concretiza muito a fragilidade vivida no amor, basta olharmos para os pastorinhos: não se trata de experimentar o sacrifício pelo sacrifício mas de o compreender à luz de um amor maior”.

“Se é verdade que Nossa Senhora diz que temos de fazer sacrifícios e oferecê-los pela conversão dos pecadores, os pastorinhos dizem o que isso significa na prática” explica Marta Couto.

“ A Jacinta, quando vê o inferno pergunta à Lúcia se aquelas pessoas que vão para lá ficam sempre lá  e a Lúcia diz que o inferno é eterno, a Jacinta diz que continuará a rezar por esses pecadores... Isto é um ato de amor, um amor que excede tudo e que surpreende o próprio Deus”, esclarece.

“Este é o amor que estas pessoas com deficiência sentem”.

“Quando o jovem é capaz de tocar a fragilidade do outro e vive a sua fragilidade à luz da fé está a oferecer o sofrimento vivido no amor”, diz ainda.

O podcast #fatimanoseculoXXI pode ser ouvido na integra em www.fatima.pt/podcast ou nas plataformas Itunes e Spotify.

 

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