14 de abril, 2022
Os gestos de Jesus na última Ceia concretizam-se hoje “acolhendo os refugiados que chegam até nós” e no “serviço aos irmãos”Tríduo Pascal começa em Fátima com a Missa da Ceia do Senhor, que foi presidida pelo reitor do Santuário
O padre Carlos Cabecinhas afirmou esta tarde , na Missa da Ceia do Senhor, na Basílica da Santíssima Trindade, que os gestos de Jesus na instituição da Eucaristia e no lava-pés, se traduzem hoje no acolhimento aos refugiados e no serviço ao próximo. “A comunhão com Cristo, na Eucaristia, não é possível sem a comunhão com o sacramento do irmão. A comunhão com Cristo, na Eucaristia, não é possível se esquecemos ou ignoramos os outros e as suas dificuldades”, disse o reitor na homilia. “Hoje, nós que participamos na Eucaristia, somos convidados a fazer isto em memória de Jesus Cristo: acolhendo os refugiados que chegam até nós, estando atentos às necessidades dos que nos cercam, recusando ficar indiferentes diante do sofrimento seja de quem for” sublinhou o padre Carlos Cabecinhas, numa clara alusão à vaga de refugiados da guerra da Ucrânia, também lembrada numa prece na Oração dos Fieis. “Participar na Eucaristia é aprender os gestos de partilha de Jesus”, reforçou ainda destacando que “a atenção e serviço aos outros assegura-nos a presença real de Jesus no meio de nós”. O Reitor, como é próprio desta Missa, repetiu o gesto de Jesus durante a última Ceia, quando lavou os pés aos seus discípulos em sinal de amor e afirmou que “ao situar esse gesto radical de serviço na última ceia, no contexto da instituição da Eucaristia, Jesus manifesta que o mandato “Fazei isto em memória de Mim” não pode ser separado da exortação “dei-vos o exemplo, para que, assim como eu fiz, vós façais também”. “Assumindo a condição de servo, Jesus resume quer na instituição da Eucaristia, quer no gesto do lava-pés, todo o seu mistério, o essencial da sua vida, da sua missão e paixão. Na Eucaristia e no gesto de Jesus, que lava os pés aos seus discípulos, Deus inclina-se sobre nós, ajoelha-Se diante da nossa fragilidade, para nos restituir a dignidade de Seus filhos”, disse ainda. Entre os ´apóstolos´da Basílica da Santíssima Trindade estiveram funcionários e voluntários dos diferentes serviços do Santuário de Fátima. Situando esta celebração como o “pórtico de entrada” na celebração da morte, paixão e ressurreição de Jesus, desafiou os milhares de peregrinos que participaram nesta celebração, que contou com dois grupos inscritos- um português e outro mexicano- a agradecer ao Senhor o dom da Eucaristia, “forma por excelência da sua presença no meio de nós”, mas também a “servir os irmãos”. No final da celebração procedeu-se à transladação do Santíssimo Sacramento para a Capela da Morte de Jesus, uma procissão que esteve interrompida, nos moldes habituais, durante os últimos dois anos devido às restrições impostas pela Covid-19. Esta noite, no Santuário ainda haverá a oração da Agonia do Senhor na capela da Morte de Jesus, com transmissão em www.fatima.pt, no Facebook e no Youtube do Santuário, e depois realiza-se a Via-sacra do caminho dos Pastorinhos, às 00h00 de sexta-feira santa, dia em que se celebrará a Paixão do Senhor. Todas as celebrações de Fátima podem ser seguidas em www.fatima.pt, de acordo com o programa das celebrações pascais do Santuário. |