12 de outubro, 2020

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Oração do Rosário, responsabilidade, solidariedade e esperança, pede o bispo de Leiria-Fátima, para este tempo de pandemia

No encontro com os jornalistas, esta tarde, no Santuário de Fátima, o cardeal D. António Marto apelou à oração do Rosário para o tempo atual, que apelidou de “provação e de escolha”.

 

O cardeal D. António Marto, juntamente com o presidente da Peregrinação Internacional Aniversária de Outubro, D. José Ornelas e o reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas, encontraram-se com os jornalistas, esta tarde. No encontro, o bispo de Leiria-Fátima deixou um apelo à oração do Rosário, à responsabilidade, à solidariedade e esperança para o momento atual, em que que a "gravidade da pandemia está a superar as previsões em números e em meios humanos e sanitários".

“Sem deixar de cumprir todas as exigências sanitárias e de praticar todo o nosso apoio caritativo e assistencial aos mais frágeis e necessitados, peço a todos e de todo o coração que voltemos o nosso olhar e a nossa prece para Nossa Senhora, de modo particular neste mês de outubro, através da oração do Rosário, seja individualmente, seja em família ou em comunidade, pedindo-Lhe que nos ajude a libertar da pandemia e a ser testemunhas responsáveis da solidariedade, da esperança e da confiança que superam todos os medos.”

Para este "novo momento de provação e de escolha", que obriga os católicos a gritarem "contra a injustiça global" e a não ficarem "paralisados pelo medo", o prelado apontou a "responsabilidade de cidadãos e de cristãos" e o "contágio pelo amor" como a resposta ao perigo da infeção, tomando como exemplo o comportamento que os católicos, e em particular dos peregrinos de Fátima, têm dado, ao longo dos últimos meses.

"Em maio, respeitaram o nosso apelo para não virem [ao Santuário] e estou certo que agora o vão respeitar na mesma, vindo, mas faseadamente, como aliás tem acontecido nestes últimos dias. O comportamento da Igreja e dos cristãos em geral tem sido exemplar. Prescindindo, até com sacrifício, da celebração da sua fé nos moldes comunitários a que estávamos habituados e preservando a saúde dos outros", lembrou o bispo de Leiria-Fátima, ao transmitir a sua “proximidade afetuosa e orante” a todos os infetados pelo SARS-CoV-2 e doentes da COVID-19, a todos os que morreram desta “enfermidade”, assim como aos seus “familiares em luto”.

O cardeal D. António Marto deixou ainda uma referência à nova encíclica do Papa Francisco, “Fratelli Tutti”, dedicada à fraternidade e amizade social, documento pontifício que perspetivou como uma mensagem “que apresenta a doutrina social da Igreja numa nova narrativa, na linguagem, no estilo, no método e na sua atualização com o mundo atual”.

 

Um dos anos mais difíceis do Santuário

Numa intervenção centrada na vida do Santuário de Fátima, o padre Carlos Cabecinhas abordou a redução do número de peregrinos durante os últimos meses, face à situação pandémica atual, e apresentou números que resultaram numa “diminuição drástica do fluxo de trabalho neste que “tem sido um dos anos mais difíceis” da instituição.

Segundo dados apresentados, entre março e agosto deste ano, 436 grupos de peregrinos cancelaram a sua vinda à Cova da Iria e, entre outubro e novembro, registaram-se apenas 97 grupos inscritos, o que se traduziu numa quebra de donativos na ordem dos 47%, até final do mês passado. Num exercício de comparação, o reitor do Santuário referiu que, no ano passado, só em outubro, estiveram 733 grupos de peregrinos (559 estrangeiros e 174 portugueses).

“A pandemia veio criar constrangimentos grandes à mobilidade das pessoas, sobretudo entre continentes e isso não ficará resolvido de um dia para o outro. Sem peregrinos não tivemos receitas e, portanto, no final do ano teremos certamente um resultado negativo”, anteviu o reitor do Santuário, ao abordar o plano de reestruturação que a instituição tem vindo a concretizar desde meados de 2020 para reduzir os custos fixos.

“Para evitarmos despedimentos, tivemos de equacionar ajustamentos e isso levou a que procurássemos soluções, como qualquer gestão criteriosa faria em qualquer instituição, para redução da massa salarial”, disse o responsável, ao anunciar os 14 acordos amigáveis de rescisão que resultaram desta ação.

“Vários destes trabalhadores que se desvincularam por acordo inscreveram-se como voluntários do Santuário de Fátima e estão já a participar na equipa de acolhedores desta Peregrinação”, fez notar o padre Carlos Cabecinhas, sublinhando ainda o aumento da resposta social da instituição nestes “tempos difíceis”.

“Temos procurado estar atentos às situações de carência que têm emergido, aumentando em 60% os apoios a pessoas e famílias. Estes apoios e os apoios a instituições de solidariedade social totalizam cerca de 800 mil euros, em que não está incluído o apoio que damos à Igreja em Portugal.”

O reitor do Santuário falou ainda dos "muitos condicionamentos" desta última Peregrinação Aniversária de 2020, ao afirmar ser "sempre doloroso ter de pedir aos peregrinos que não venham ou que venham em número reduzido". Ainda assim, deixou a garantia  de uma "celebração digna de Fátima, com uma fé renovada e uma confiança fortalecida".

"Tal como em maio, quando não tivemos peregrinos, estivemos ligados ao mundo inteiro, hoje e amanhã particularmente tenho a certeza de que seremos do tamanho do mundo e estaremos ligados de modo especial aos peregrinos que não podem cá estar", concluiu.

 

“Sentido de esperança” e “soluções de transformação”

O bispo de Setúbal e presidente da conferência episcopal, que preside à Peregrinação Internacional Aniversária de Outubro, começou a sua intervenção apelando a uma união de esforços e a “um sentido de esperança” e de ajuste para enfrentar o “tempo que nos é dado a viver”.

“Na Igreja e na vida de cada um, é preciso reencontrar novas energias, é preciso redimensionar os objetivos, mas o importante é que se viva. Se conseguirmos criar sinergias, sairemos desta situação ainda mais fortes”, afirmou, ao alertar para as consequências sociais “dramáticas” que derivam da situação atual.

O prelado apresentou Nossa Senhora como exemplo de alguém que encontrou “soluções de transformação do mundo a partir das dificuldades”.

“Nossa Senhora foi habituada a refazer agendas, constantemente. No confronto com os seus dramas, Ela habituou-se a percorrer espaços geográficos, mentais e de fé que abriram horizontes e criaram um mundo novo, que nos surge como luz e esperança para nós, hoje”, concluiu.

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