“O poder não pode ser uma tirania. É um serviço”

“O poder não pode ser uma tirania. É um serviço”

Na missa deste domingo, D. José Traquina apelou à fraternidade, à caridade e à paz.

Na homilia da missa deste domingo, dia da Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, D. José Traquina exortou os peregrinos reunidos na Basílica da Santíssima Trindade à paz, sublinhando o papel dos cristãos na construção de um mundo mais fraterno.

D. José Traquina evocou algumas das "especiais preocupações" do mundo atual, nomeadamente a guerra na Europa, as dificuldades enfrentadas por refugiados e migrantes, o crescimento de autoritarismos que desrespeitam as maiorias, a intensificação da perseguição aos cristãos e a violência entre as pessoas, lembrando que também Jesus, que enfrentou tempos difíceis e injustiças, ensinou que o verdadeiro exercício do poder deve ser benevolente.

"O exercício do exercício do poder não pode ser uma tirania. É um serviço e deve ser exercido com bondade, com caridade", afirmou o bispo de Santarém, apontando o olhar para uma "nova civilização do amor", na expressão de São João Paulo II.

Neste dia em que também peregrinaram a Fátima os grupos de folclore portugueses, o presidente da celebração destacou o potencial do folclore como instrumento de paz e alegria, pela promoção da cultura regional à luz da mensagem cristã.

"Tornar mais feliz o mundo é uma expressão de paz e só acontece se estivermos em paz com as vossas danças e a vossa cultura regional", disse D. José Traquina.

Na missa deste domingo, foi também lançada a campanha “10 Milhões de Estrelas, Um Gesto pela Paz”, promovida pela Cáritas Portuguesa. Nesta ocasião, o bispo de Santarém, que também assume a presidência da Pastoral Social e Mobilidade Humana da Conferência Episcopal Portuguesa, salientou a relevância da ação caritativa da Igreja em Portugal, terminando com um novo apelo à entreajuda.

"A Igreja, como experiência comunitária, organiza-se partilhando bens e promovendo na sociedade a solidariedade humana. Todas as pessoas são chamadas a fazer a experiência de doar, de oferecer mais ou menos, mas, dar aquilo que se dá de boa vontade revela amor ao próximo e resulta em alegria", concluiu.