26 de julho, 2018

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O mundo "precisa de avós que falem do Céu", disse esta tarde o diretor do Departamento da Pastoral da Mensagem de Fátima

Pe. José Nuno Silva presidiu ao Encontro com os Avós, uma iniciativa do Santuário para assinalar a memória litúrgica de São Joaquim e Santa Ana, pais de Maria, Mãe de Jesus


"O Nosso mundo precisa de avós que falem do Céu; que digam que há muito mais do que aquilo que fazemos, que produzimos, consumimos ou que possuímos. O Céu é o destino que todos precisamos" disse esta tarde o diretor do Departamento da Pastoral da Mensagem de Fátima, no Encontro com os Avós, promovido na Capela da Ressurreição para assinalar a memória litúrgica de São Joaquim e Santa Ana, pais de Maria, Mãe de Jesus.
"São precisos avós que falem do Céu e da sua importância. Uma das experiências mais terríveis da orfandade dos nossos tempos é a perda da memória do Céu. Quem não sabe para onde vai não sabe por onde há de ir. Esta é uma das razões para tantos desencontros na terra" concretizou o Pe. José Nuno Silva recordando a importância do Céu na Mensagem de Fátima, sublinhada a partir do diálogo entre Nossa Senhora e a Irmã Lúcia, em maio de 1917:
(...) "Então Nossa Senhora disse-nos:
– Não tenhais medo. Eu não vos faço mal.
– De onde é Vossemecê? – lhe perguntei.
– Sou do Céu.
– E que é que Vossemecê me quer?
– Vim para vos pedir que venhais aqui seis meses seguidos, no dia 13 a esta mesma hora. Depois vos direi quem sou e o que quero. Depois voltarei ainda aqui uma sétima vez.
– E eu também vou para o Céu?
– Sim, vais.
– E a Jacinta?
– Também.
– E o Francisco?
– Também, mas tem que rezar muitos terços." (...)

O sacerdote lembrou a importãncia dos avós na sociedade moderna pela sua sabedoria, que se concretiza num "realismo" e numa "profundidade" ditados pela experiência da vida.

"A velhice traz realismo sobre nós próprios e sobre a vida. E este realismo faz parte desse outro dom  dos avós que é a sabedoria sobre o que vale realmente a pena; sobre o que tem e o que não tem sentido; sobre o que justifica ou não justifica sacrificio", referiu.

"Esta é a sabedoria que assenta na profundidade, uma profundidade vertical  cravada na terra, de olhos postos no alto", disse ainda.

Já de manhã, o bispo da diocese de Beja, D. João Marcos, que presidiu à celebração eucarística na Basílica da Santíssima Trindade, na celebração do Dia dos Avós tinha afirmado que pela sua experiência e sabedoria, os avós têm uma “missão importante no nosso tempo” que passa pela transmissão “das sementes da fé” aos netos. 

"Há uma missão para os avós no nosso tempo, e neste tempo, em que muitos pais abandonaram a prática religiosa, são os avós que transmitem aos netos as sementes da fé. Foi assim que na Rússia a fé sobreviveu, mesmo debaixo de um forte ateísmo" disse o prelado.

Esta quinta-feira, o Santuário de Fátima assinala, de forma especial, o Dia dos Avós, acompanhando a celebração da memória litúrgica de São Joaquim e Santa Ana, que a tradição cristã, desde os seus primeiros séculos, reconhece como os pais de Maria, a mãe de Jesus.

"Hoje celebramos os avós. Penso que as pessoas que passaram uma vida a trabalhar, criando os filhos, têm uma sabedoria que se vai acumulando. Muitos de vós sois avós e os avós têm uma influência grande na educação dos netos", disse ainda o prelado durante a homilia da missa que contou com o especial envolvimento dos participantes da Semana Nacional de Liturgia, que está a decorrer no Centro Pastoral de Paulo VI, na Cova da Iria.

O bispo de Beja fez ainda uma breve reflexão sobre o Evangelho proclamado neste dia 26 de julho, desafiando os peregrinos a “ver, ouvir e seguir” o caminho proposto por Deus que vai para além da mera aparência material.

“Hoje temos abundância de bens materiais, internet, muitas imagens, televisão, entretenimentos e parece que já não precisamos de Deus como antigamente, quando eramos pobres” disse D. João Marcos sublinhando o desafio “constante” tal “como no passado” de “sermos capazes de nos adaptar à realidade presente sem perdermos a nossa fé, a nossa esperança e sentido de caridade, que são os pilares da nossa fé”.

“A dificuldade de vivermos realidades e situações novas, mantendo a nossa fidelidade a Deus, ao único Deus, temo-la hoje. O Povo de Israel vivia dividido entre a necessidade de preservar a sua identidade e de se adaptar às novas circunstâncias. Não é isso que se passa com os vossos filhos e com os vossos netos?”, interpelou o prelado.

“Felizes os vossos olhos que veem e que não se bastam com as coisas materiais para serem felizes; felizes de Vós porque ouvis a palavra do Senhor”, concluiu.

No final da homilia e antes da oração dos fieis, rezou-se a oração de consagração dos Avós.

O programa do Dia dos Avós prossegue esta tarde, às 15h00, na Capela da Ressurreição de Jesus.

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