13 de julho, 2020
O mundo em FátimaA paz e a liberdade religiosaSábado 20 de junho foi o Dia Mundial do Refugiado. O drama dos refugiados está diretamente ligado ao tema deste espaço da Voz da Fátima, que pretende olhar as questões da paz e da liberdade religiosa no mundo com a solicitude que a mensagem de Fátima pede. Importa assim referir um dado significativo: entre os quase 80 milhões de refugiados do presente, segundo a ONU, muitos são-no por razões de perseguição religiosa e, concretamente, são cristãos que fogem dos seus países, perseguidos em razão da sua fé. Segundo a Fundação AIS, é o que se passa por exemplo na Região do Sahel, na África subsariana: o incremento de atividade de grupos jihadistas terá causado recentemente o aumento de mais 4,6 milhões de refugiados, com destaque para países como o Burkina Faso, a Nigéria e os Camarões, onde a violência contra os cristãos se acentua. Em Roma, durante o Angelus do dia seguinte, a partir do Evangelho desse Domingo (Mt 10,26-33), o Papa Francisco referiu-se à situação dos cristãos que se veem obrigados a fugir da “perseguição direta do seu povo, inclusive a morte. [...] em todos os tempos: trata-se de uma realidade dolorosa, mas atesta a fidelidade das testemunhas. Quantos cristãos ainda hoje são perseguidos em todo o mundo! Sofrem pelo Evangelho com amor, são os mártires dos nossos dias. E podemos dizer com certeza que são mais do que os mártires dos primeiros tempos: muitos mártires unicamente pelo facto de serem cristãos”. Há muito outro sofrimento, para além da pandemia que nos atinge e pode cegar-nos para a tribulação dos outros. Particularmente esta, a dos refugiados em razão da fé, não pode ser esquecida por quem escuta a mensagem de Fátima.
Pe. José Nuno Silva, Capelão do Santuário de Fátima (In Voz da Fátima, Ano 098, N.º 1174, 13 de julho 2020) |