12 de maio, 2024

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“O mundo, com tantas divisões e guerras, precisa de uma palavra de esperança”

No encontro com os jornalistas, o arcebispo de Barcelona falou de conversão, fraternidade e alegria, e olhou para esta peregrinação como uma oportunidade para “renovar a fé e recarregar as forças”.

 

Foi na última sessão do Sínodo da Igreja, em outubro de 2023, em Roma, que o cardeal Juan José Omella recebeu o convite do bispo de Leiria-Fátima para presidir à Peregrinação de Maio a Fátima, começou por revelar o arcebispo de Barcelona, esta tarde, na conferência de imprensa que antecipou este 12 e 13 de maio, e é precisamente o Sínodo da Igreja uma das principais intenções que o prelado traz à Cova da Iria, a esta Peregrinação de maio.

“O mundo de hoje, com tantas divisões e guerras, precisa de uma palavra de esperança e essa palavra vem de Deus, como aqui apontou Nossa Senhora. Venho, por isso, pedir à Virgem de Fátima para que faça a Igreja avançar com generosidade no caminho sinodal, ajudando-nos a entendê-lo e a vivê-lo melhor e em comunhão”, revelou o cardeal espanhol, ao perspetivar a peregrinação como “uma experiência profunda de renovação da fé e um momento onde se recarrega forças para seguir o caminho”.

O apelo à comunhão orientou o diálogo do cardeal José Omella com os jornalistas. A partir do convite à unidade para o qual o Sínodo da Igreja convoca, o arcebispo de Barcelona lançou um olhar sobre a evangelização a partir das dimensões da conversão, da fraternidade e da alegria.

“Aqui, a Virgem renovou a mensagem evangélica da conversão (…) Ora, nós começamos a ser santos quando a nossa vida transparece bondade e coerência. (…) E nós, o que somos chamados a dar a um mundo tão conflagrado e dividido? A esperança. Aqui, a Virgem também falou de esperança e de fraternidade. (…) Ora, se temos Deus e Nossa Senhora do nosso lado, como podemos estar tristes? Se não há alegria, não há Evangelho”, afirmou D. José Omella, lançando o repto aos jornalistas para uma comunicação mais positiva, que faça “transparecer as coisas boas do mundo”.

Como pastor de uma diocese como a de Barcelona, onde existem “grandes divisões”, o presidente da Peregrinação foi instado a revelar a forma como aborda e gere estas diferenças, junto dos seus diocesanos.

“Eu posso ter o meu pensamento político e social, mas tenho de caminhar, escutar e dar alimento a todos. Posto isto, respeito sempre a opinião do povo. Essa deve ser a postura da Igreja, caminhar com todos, sempre tendo como base o respeito pelos direitos humanos e pela dignidade”, afirmou, ao elogiar o exemplo de união e empreendedorismo dado pelos catalães em 1992, quando se uniram para preparar as olimpíadas em Barcelona.

“Deve ser este o caminho de comunhão que devemos encetar perante a diversidade”, concluiu.

 

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Fátima como "imperativo de paz", num mundo em guerra

No encontro com os jornalistas esteve também o bispo de Leiria-Fátima, D. José Ornelas, que começou por agradecer a presença do arcebispo espanhol, perspetivando-a também como uma oportunidade de “consolidação dos laços fraternos entre Portugal e Espanha”.

Neste 12 de maio, em que a Igreja assinala o Dia Mundial dos Meios de Comunicação Social, o anfintrião da Peregrinação saudou em particular os profissionais dos meios de comunicação, evocando a memória dos cerca de 100 jornalistas mortos, em 2023, e sublinhando a importância do jornalismo “num mundo onde a informação é silenciada, perseguida e negada a povos inteiros, como forma de tentar abafar o grito dos que sofrem a injustiça, a discriminação e a exploração, e a perseguição de tantas pessoas”.

Ao lembrar as latitudes do mundo onde a guerra é uma realidade, o bispo de Leiria-Fátima apresentou Fátima como “imperativo de paz”.

"A guerra, o ódio, os atentados e o desejo de repressão e domínio sobre pessoas e povos, está bem no centro da Mensagem de Fátima, onde as aparições de Nossa Senhora tiveram lugar durante a terrível primeira guerra mundial. Por isso, as dramáticas situações de conflito armado que se encontram no mundo, nunca podem estar longe das celebrações e da oração neste Santuário", assegurou o prelado.

D. José Ornelas lembrou também as vítimas dos desastres naturais e ambientais no Brasil, no Afeganistão e em outros países do mundo, reforçando a importância da solidariedade nestes momentos e a atenção às alterações climáticas.

A propósito do caminho sinodal que o mundo católico vive, o bispo de Leiria-Fátima revelou que traz a esta peregrinação a prece de uma Igreja missionária, fraterna e “próxima no acolhimento”.

"O nosso peregrinar para Fátima não pode desligar-se do caminho sinodal que a Igreja está a viver, em todo o mundo, e que tem uma especial intenção sinodal e missionária. Maria desafia-nos a seguirmos o seu exemplo de levantar-se para ser Igreja peregrina entre todos os povos e culturas; a sermos uma Igreja em comunhão ativa e participada, em ordem à missão", afirmou o bispo de Leiria-Fátima.

 

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Mais peregrinos em Fátima no início de 2024, em relação ao ano passado

O reitor do Santuário de Fátima também tomou a palavra na conferência de imprensa, para dar a conhecer o aumento na presença de peregrinos na Cova da Iria de 26,5%, no período entre janeiro e abril deste ano, em relação ao período homólogo de 2023.

Segundo dados sobre a afluência em Fátima, nos primeiros quatro meses de 2024, mais de 1 milhão de peregrinos participaram em 3 mil celebrações no Santuário.

Com base na presença de grupos estrangeiros na Cova da Iria neste início de 2024, o padre Carlos Cabecinhas deduziu que “a sazonalidade em Fátima se tem vindo a esbater progressivamente” para uma realidade que regista “cada vez mais peregrinos em grupos organizados, quer portugueses quer estrangeiros, no período entre novembro e abril, fora do período das grandes peregrinações internacionais”.

O reitor do Santuário de Fátima deu a conhecer o número de peregrinos a pé que estão registados nos serviços para esta peregrinação e agradeceu a todos os que, “com generosidade e muito espírito de serviço e de entrega, dão apoio aos peregrinos a pé, para que nada lhes falte num caminho exigente e difícil”.

“Estes peregrinos não dão apenas um grande testemunho da fé que os anima, mas também de alegria e gratidão. Todos testemunham que esta é uma experiência que os marca profundamente”, concluiu.

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