29 de julho, 2012
A eucaristia internacional celebrada esta manhã no Recinto do Santuário de Fátima foi presidida por D. Paolo Romeo, arcebispo de Palermo, em peregrinação à Cova da Iria acompanhado pelo seu bispo auxiliar e por um grupo de peregrinos daquela diocese italiana. Outros grupos participaram na celebração, vindos de Portugal, Espanha e Itália. Nas suas palavras durante a homilia e com base do texto do Evangelho para este domingo, do apóstolo S. João, o reitor do Santuário de Fátima lembrou que Deus continua a fazer milagres. “Nos tempos difíceis que vivemos cresce a sede de milagres. Gostaríamos que Deus viesse resolver de forma imediata, fácil e, de preferência, indolor, os nossos problemas e os problemas daqueles que nos cercam, sobretudo daqueles que amamos, e esquecemo-nos facilmente que Jesus continua, de facto, a fazer milagres hoje, mas fá-los através de nós”, disse o padre Carlos Cabecinhas. Em contraste com a atitude de Jesus e da criança, de compaixão e de partilha, o reitor apresentou a reacção dos discípulos, a “lógica da auto-suficiência”. “É a lógica do cada um por si, que todos compreendemos muito bem, porque é sempre muito sedutora, sobretudo quando temos o necessário, mas que não é senão um outro nome para o egoísmo, mesmo que sob a capa de realismo”, afirmou para sublinhar que, contudo, “é esta atitude aparentemente realista que Jesus rejeita, ou melhor, que Jesus ultrapassa. Com a generosidade daquele menino que tinha cinco pães e dois peixes, Jesus sacia uma multidão”. Mais do que pedir milagres, considera o sacerdote, “importa que nos disponhamos a deixar que Jesus Cristo continue e fazer milagres por nosso intermédio”. O reitor evidenciou que também os videntes de Nossa Senhora em Fátima, após as aparições, foram exemplo do milagre da generosidade: “É sempre comovente, quando lemos as Memórias da Irmã Lúcia, reparar nos gestos simples que estas crianças tinham na partilha da sua merenda com os que mais precisavam”. O reitor sublinhou ainda uma outra perspetiva do milagre da multiplicação dos pães: “A multiplicação dos pães é símbolo da eucaristia”. “Em cada eucaristia, Jesus continua a saciar a nossa fome, a dar a vida por nós, a oferecer-se por cada um de nós para que tenhamos vida e vida em abundância, mas convém não esquecer que a eucaristia é também sacramento da caridade, porque, comer este pão e deixar-se transformar por ele, significa fazer da nossa vida, entrega, doação, como Cristo”, disse. LeopolDina Simões |