23 de junho, 2018

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O Deus que precisamos é um Deus que precisa de nós, disse o teólogo KLaus Vechtel

Primeiro conferencista do segundo dia do Simpósio Teológico-Pastoral fala do exemplo de Francisco Marto, que através da oração consolava Deus

Arrancou em Fátima o segundo dia do Simpósio Teológico-Pastoral Fátima Hoje: que sentido? centrado na reflexão sobre como viver e anunciar a Mensagem.

Como podemos consolar Deus, que relação tem Deus com o Mundo e como poderá ser desenvolvida esta experiência humana da consolação de Deus foram alguns dos temas abordados na conferência de abertura dos trabalhos, este sábado,  proferida pelo teólogo alemão Klaus Vechtel, sacerdote e doutor em Teologia sobre a Doutrina da Trindade  e docente de Teologia Dogmática em Freiburg, na Alemanha.

A conferência, Consolar o Deus de toda a consolação: o paradoxo do cuidado de Deus, assentou na ideia de que Deus precisa da nossa consolação.

“O Deus que precisamos é um Deus que precisa de nós, numa relação recíproca” disse o conferencista.

Para Klaus Vechtel Deus é amor, e quer que através do seu amor o homem seja livre mas, ao mesmo tempo se aproxime dele, sem que com isso possamos eliminar a relação  de transcendência que existe entre Deus e o Mundo.

De acordo com o teólogo é o homem que tem a responsabilidade sobre os acontecimentos e não há nenhuma ação concreta que não dependa da ação do homem porque o Deus Amor dá inteira liberdade ao homem para agir.

Por isso, refere, “é da sua inteira opção consolar ou não Deus”, mesmo que “tenha de fazer sacrifícios para essa consolação”.

“O bem da humanidade é a consolação de Deus” precisou sublinhando que esta dimensão de consolação, reparação, sacrifício está muito presente na história de vida dos pastorinhos de Fátima, sobretudo em Francisco.

 “Ao entregar-se à oração e à reparação, os pastorinhos foram um exemplo desta consolação de Deus” referiu Klaus Vechtel e devem servir de inspiração a todos nós.

“Há um panorama de guerras e resistências. A nossa iniciativa, nesta relação, é contribuirmos para a paz e para a boa vizinhança entre os homens. Assim temos uma iniciativa humana a ajudar Deus” e consequentemente “a consolá-lo”. Isto é, consolar a Deus significa , por isso, “agir não só com o seu amor mas também com a sua ação, através da oração”.

O Simpósio Teológico-Pastoral prossegue até amanhã. Durante este sábado ainda usarão da palavra José Tolentino Mendonça que falará sobre Cuidar hoje das angústias e sofrimentos da humanidade.

Ao longo de três dias de reflexão, investigadores de diferentes academias, nacionais e estrangeiras, estão reunidos em Fátima para debater e refletir sobre atualidade desta Mensagem e a forma como ela poderá ser vivida.

O Simpósio pode ser acompanhado em direto aqui.

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