04 de abril, 2021
O desafio hoje é “com olhar da fé, reconhecer a presença de Cristo ressuscitado naqueles que se dedicam, de alma e coração, a ajudar as vítimas diretas e indiretas da atual pandemia e a ajudar os mais necessitados”Reitor do Santuário de Fátima presidiu à missa do domingo de Páscoa na Basílica da Santíssima Trindade
“Cristo ressuscitou! Está vivo para sempre!”, foi com estas palavras que o Reitor do Santuário de Fátima, o Pe. Carlos Cabecinhas falou da “feliz proclamação que está no centro da celebração cristã da Páscoa”, esta manhã, na Basílica da Santíssima Trindade. A Páscoa, celebra a ressurreição de Jesus Cristo e “é neste fundamento que assenta nossa fé cristã, a nossa marca distintiva da fé cristã”. “Cristo não é uma figura qualquer do passado, está vivo hoje, está presente na nossa vida”, salientou. Esta celebração, como todas as celebrações da Semana Santa, desde o Domingo de Ramos, foram transmitidas pelos meios de comunicação social e digital do Santuário, tendo contado com a participação de milhares de peregrinos em ambiente digital. A Páscoa significa “transformação e renovação, e a proclamação da ressurreição de Jesus Cristo mostra-nos que Deus renova e transforma a nossa vida; Deus faz brotar vida onde nós apenas conseguimos ver fracasso, ruina e morte”. A liturgia deste dia, “exorta-nos a deixarmos que Deus nos renove e transforme, na celebração da Páscoa”. Por seu turno o Evangelho fala da necessidade de “renovarmos e transformarmos a nossa vida, começando pelo nosso olhar, para ver, sentir e perceber a presença de Cristo ressuscitado”, explicou o Pe. Carlos Cabecinhas. “Maria Madalena foi túmulo onde fora deposto o corpo de Jesus, e viu retirada a pedra, Pedro entrou no sepulcro vazio e viu os sinais da ausência de Jesus; por fim, o outro discípulo, entrando no sepulcro vazio, «viu e acreditou»”, recordou o sacerdote. A Páscoa constitui “nesta conversão do nosso olhar, consiste em ver de outro modo o mundo que nos cerca”. “O que é a fé senão um olhar diferente – um olhar a partir de Deus – sobre a realidade da nossa vida e do mundo em que vivemos?!”, interpelou o reitor do Santuário. O discípulo “amado” viu o vazio, “a ausência e foi capaz de ir além desse olhar surperficial e nesses sinais encontrou a certeza da presença de Cristo, encontrou o pleno sentido”. Citando A. de Saint-Exupéry, que na obra O Principezinho escreve «Só se vê bem com o coração; o essencial é invisível aos olhos», o Pe. Carlos Cabecinhas considera que esta afirmação tem a sua melhor aplicação precisamente neste acontecimento “que está no centro da nossa fé, porque o essencial é invisível aos olhos e apenas o olhar renovado da fé pode perceber os sinais o acontecimento da ressurreição e a presença de Jesus Cristo vivo no meio de nós”. A presença do Jesus Cristo ressuscitado pode “escapar a um primeiro olhar, mas a fé percebe sinais sinais dessa presença”. “Ontem como hoje, só a fé pode abrir os nossos olhos para esta realidade nova, capaz de transformar as nossas vidas”, reiterou o sacerdote. O Pe. Carlos Cabecinhas, chamou ainda atenção para os tempos “conturbados que vivemos, por causa da pandemia que nos atinge e das suas inúmeras e dramáticas consequência, torna-se ainda mais premente esta necessidade de conversão do olhar”. “O grande desafio para nós, cristãos, hoje, é descobrirmos os sinais da presença de Jesus Cristo vivo, ressuscitado, na situação difícil que atravessamos, é descobrirmos e valorizarmos os sinais de esperança que vão brotam à nossa volta e podem passar despercebidos”, explicou o reitor. O desafio presente é “com olhar da fé, reconhecermos a presença de Cristo ressuscitado, que passou fazendo o bem, como refere a liturgia deste dia, naqueles que se dedicam, de alma e coração, a ajudar as vítimas diretas e indiretas da atual pandemia e a ajudar os mais necessitados, sejam eles profissionais de saúde, os tantos cuidadores informais, os muitos voluntários que se desdobram em iniciativas para que nada falte aos mais frágeis e desfavorecidos, aos mais atingidos por esta situação”. Hoje, “somos convidados também a sermos presença deste mesmo Cristo vivo e ressuscitado, que passou fazendo o bem, vencendo o nosso egoísmo e comodismo, para prestarmos maior atenção aos outros e às suas necessidades”. “Vemos a presença de Cristo vivo em nós quando não nos fechamos nos nossos interesses e nos dispomos a abrirmo-nos aos outros com gestos concretos de amor e entrega”, concluiu o sacerdote. A partir da Páscoa o programa oficial do Santuário de Fátima sofre algumas alterações, entrando em vigor o chamado Programa de Verão, que se estende até final de outubro. Este ano, pelas contingências da pandemia por Covid-19, o programa sofre algumas alterações, em conformidade com as medidas que vigoram em Portugal. A partir do dia 5 de abril, diariamente missa pelas 7h30, 9h00, 15h00 e 18h30 na Basílica da Santíssima Trindade. Pelas 11h00, de segunda à sexta, missa na Basílica da Santíssima Trindade, aos sábados e domingos, esta celebração tem lugar no Recinto de Oração, mantendo-se as condições que o permitam. Até essa possibilidade se efetivar, a missa ao sábado e domingo mantém-se na Basílica da santíssima Trindade. Ao domingo, 16h30, a missa será na Capelinha das Aparições. A Capelinha das Aparições tem de segunda-feira à sexta-feira missa pelas 12h30; ao sábado e domingo esta celebração acontece na Basílica da Santíssima Trindade, mantendo-se as condições que o permitam. Conforme o pedido de Nossa Senhora, a Capelinha das Aparições acolhe diariamente a oração do rosário pelas 14h00, 18h30 e 21h30. Ainda durante a semana, será recitado o rosário pelas 12h00. Ao sábado e domingo, neste mesmo lugar, rosário terá lugar às 10h00. Este programa pode sofrer alterações, por força da evolução pandémica e respetivas medidas sanitárias em vigor. Para mais informações, o site www.fatima.pt dispõe do programa completo, bem como as respetivas alterações. Também na segunda-feira, dia 05 de abril, os espaços museológicos do Santuário, nomeadamente a exposição temporária “Os rostos de Fátima- Fisionomias de uma paisagem espiritual” reabrirão. A exposição, patente no Convivium de Santo Agostinho, no piso inferior da Basílica da Santíssima Trindade, pode ser visitada de segunda-feira a domingo, das 09h00 às 12h45 (última entrada) e das 14h00 às 17h45 (última entrada). A entrada é livre. |