24 de junho, 2018
O cardinalato “é o dom do Papa Francisco a Fátima”, diz D. António MartoÚltimo dia e sessão de encerramento do Simpósio Teológico-Pastoral marcados pela proximidade da data em que o bispo de Leiria-Fátima será elevado a cardeal
Dentro de quatro dias o bispo de Leiria-Fátima será elevado a cardeal em Roma, e a escolha de D. António Marto pelo papa Francisco para seu conselheiro mais próximo não escapou aos trabalhos do Simpósio Teológico-Pastoral, sobretudo neste último dia em que o prelado foi homenageado várias vezes por conferencistas e participantes. “Quiseram hoje fazer do cardinalato uma espécie de refrão” disse D. António Marto na sessão de encerramento do Simpósio, mas hoje, “finalmente terei compreendido um pouco melhor” a escolha do Papa Francisco. “O cardinalato é o dom do Papa Francisco a Fátima, para por em relevo quer a Mensagem quer o trabalho que aqui se faz como paradigma e modelo para os outros” afirmou o futuro cardeal partilhando com os presentes “esta interpretação que me agradou muito”. “Pois que ela seja um sinal de Deus para nós. Para mim não contava com isto, dispensava bem isto, mas ponhamos isso no projeto de Deus para a diocese” acrescentou D. António Marto, interrompido mais do que uma vez pelas palmas da assembleia, à qual lembrou as palavras do salmista “não a mim, não a nós mas à glória do Teu nome”. D. António Marto, que na abertura já tinha afirmado que Fátima mais do que uma “história datada” ganha atualidade junto das várias “fragilidades humanas” e por isso, “não é uma simples história que guardamos como troféu no espólio da memória da igreja. Como dom de Deus, Fátima oferece-nos uma mistagogia para o coração da boa nova, uma pedagogia da fé que incarna em cada tempo para trazer esperança à vida do crente e uma profecia que traz luz transcendente para a visão da história e da condição humana”, voltou a sublinhar a importância deste Simpósio para “aprofundarmos e atualizarmos a Mensagem que aqui ficou há cem anos”. “Dos tesouros antigos tiraram coisas novas para aprofundarmos e atualizarmos a Mensagem. Valeu a pena porque procurou corresponder aos desafios que agora se apresentam ao Santuário em ordem à vivência da Mensagem neste tempo novo e trouxeram ao de cima receitas novas da riqueza da Mensagem”, esclareceu o bispo de Leiria-Fátima. Para o reitor do Santuário, Pe. Carlos Cabecinhas, foram três dias de reflexão sobre o “sentido e os sentidos de Fátima hoje” e são “muitos os desafios deixados à pastoral do Santuário e a cada um de nós”. “Esta dimensão reflexiva não é a prioridade do Santuário mas sendo este Santuário o depositário de uma mensagem, não podemos ficar indiferentes a este trabalho” esclareceu o responsável lembrando as inúmeras atividades onde o Santuário procura cumprir esta missão de estudar e de aprofundar a mensagem de Fátima, dando-a a conhecer a Portugal e ao mundo. “A Escola do Santuário, que realiza vários itinerários de aprofundamento da mensagem de Fátima; os Encontros na Basílica, e os Cursos de Verão, aproximando os investigadores de Fátima, são concretizações de uma vertente da missão do santuário de Fátima”, concluiu. Na sessão de encerramento deste primeiro Simpósio do segundo século de Fátima, o presidente da Comissão Organizadora, Marco Daniel Duarte, destacou a importância de ter contribuído, uma vez mais, para a afirmação de que “neste lugar existe uma mensagem que foi e é recebida, que foi e é vivida e que foi e é refletida” e, por isso, este “Simpósio terá sido dom e enriquecimento não só pelo que aconteceu mas pelo que a partir de agora pode acontecer”. 300 pessoas e mais de uma dezena de investigadores, nacionais e estrangeiros, apresentaram conferências diversas a partir de um itinerário que pretendeu refletir um acontecimento que nos lembra todos os dias que o “único fiel possível da balança é Deus”. |