13 de março, 2013


 
A decisão de Bento XVI de renunciar ao exercício do ministério petrino de bispo de Roma apanhou todos de surpresa. Mas esse foi sobretudo um gesto animado pelo seu inquestionável amor à Igreja: por amor à Igreja, aceitou assumir o peso e a responsabilidade inerentes à missão como Papa; por amor à Igreja, decidiu resignar por sentir não ter já forças para continuar a exercer essa missão.
 
O Santuário de Fátima vive os momentos atuais da vida da Igreja com especial intensidade, pois o Papa ocupa um lugar de destaque na mensagem de Fátima, e rezar pelo Santo Padre e pelas suas intenções é parte integrante da própria mensagem e prática habitual no Santuário. Por isso, neste período de Sede Vacante, somos convidados a intensificar a nossa oração pelo próximo Pontífice.
 
Nesta ocasião, não posso deixar de manifestar a profunda gratidão do Santuário de Fátima e de todos os peregrinos e devotos de Nossa Senhora de Fátima, pelo testemunho e pelo magistério pontifício do Papa Bento XVI e, de modo particular, pelo carinho especial que manifestou relativamente a Fátima.
 
Recordo, antes de mais, a memorável peregrinação a este Santuário, em maio de 2010, que nos encheu de alegria e nos confirmou na fé. Quer nessa ocasião quer noutras, Bento XVI destacou a importância da mensagem de Fátima para a Igreja. São apenas algumas das suas palavras que queria, neste momento, recordar. 
 
Na visita ad limina dos bispos portugueses, em 10 de novembro de 2007, o Papa caracterizou Fátima como “escola de fé”, afirmação que, no Ano da Fé que estamos a viver, ganhou renovada atualidade: “Apraz-me pensar em Fátima como escola de fé com a Virgem Maria por Mestra; lá ergueu Ela a sua cátedra para ensinar aos pequenos videntes e depois às multidões as verdades eternas e a arte de orar, crer e amar”. Em 2010, na sua peregrinação a este Santuário, caracterizou-o como “cenáculo da fé”: “neste ideal cenáculo de fé que é Fátima, a Virgem Maria indica-nos o caminho para a nossa oblação pura e santa nas mãos do Pai”. E, pouco depois do regresso a Roma, na Audiência Geral de 19 de maio de 2010, voltou a referir Fátima  como “escola de caridade”: “é uma escola de fé e de esperança, porque é, também, escola de caridade e de serviço aos irmãos”.
 
Ainda na sua peregrinação a este Santuário, o Papa Bento XVI recordou a missão profética da mensagem de Fátima: “Iludir-se-ia quem pensasse que a missão profética de Fátima esteja concluída”. Muitas tinham sido as vozes a considerar que, depois de revelada a terceira parte do segredo, a mensagem de Fátima tinha perdido importância e atualidade. Ora, Bento XVI, que como Perfeito da Congregação da Doutrina da Fé fizera o Comentário Teológico àquela parte do segredo, veio sublinhar precisamente a atualidade da mensagem e chamar a atenção para a importância dos seus apelos.
 
Na alocução de 23 de maio de 2010, domingo de Pentecostes, no momento da oração Regina Caeli, Bento XVI voltou a referir-se a Fátima, para comparar a experiência que aqui fizera com o Pentecostes: “Não há Pentecostes sem a Virgem Maria. Foi assim no início, no Cenáculo... E é sempre assim, em todos os lugares e tempos. Disto também eu fui testemunha há poucos dias, em Fátima. O que viveu, de facto, aquela imensa multidão, na esplanada do Santuário, onde todos éramos realmente um só coração e uma só alma? Foi um renovado Pentecostes”.
 
As citações e as referências podiam multiplicar-se. Estas, porém, bastam para deixar bem vincada a importância que o Papa Bento XVI atribuiu a Fátima. Ao Papa Bento XVI, o nosso muito obrigado pelo muito que nos deu!
 
P. Carlos Cabecinhas
Texto editorial do jornal "Voz  da Fátima" de 13 de março de 2013
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