19 de junho, 2022
O aborto e a eutanásia são sempre “desumanos e mesmo criminosos ainda que a coberto da lei do Estado” afirma bispo de PortoD. Manuel Linda presidiu esta manhã em Fátima à Missa internacional no recinto a convite do Sociedade Missionária da Boa Nova e apelou à oração para um novo “rejuvenescimento missionário em Portugal”
O bispo do Porto, D. Manuel Linda, afirmou esta manhã na homilia da Missa a que presidiu em Fátima, que o aborto e a eutanásia serão sempre para os cristãos “desumanos e até mesmo criminosos”. “O aborto e a eutanásia, que a nossa mentalidade humanista terá sempre como desumanos e mesmo criminosos, ainda que a coberto da lei do Estado, lei esta sujeita às oscilações das maiorias políticas e dos líderes do momento, exprimem sempre a vontade de alguém se livrar daqueles que são incómodos e que não permitem viver a vida a 100%”, disse o prelado na homília da Missa internacional no Recinto de Oração da Cova da Iria à qual presidiu a convite da Peregrinação Nacional da Sociedade Missionária da Boa Nova que, desde ontem, está em Fátima. “Falemos claro: os temas fraturantes que por aí circulam, em avanço contínuo, são sempre expressão desta ideia difundida do livrar-se do outro, daquilo que não me dá prazer” esclareceu acrescentando que o insucesso da luta contra a pobreza em Portugal- “há décadas e décadas que o número de pobres não baixa e são bem mais de dois milhões”- é outro sinal de falência de um modelo de sociedade que continua a exigir da parte dos cristãos um investimento e um esforço na evangelização. “Aqui se joga o que separa a mente católica da maneira popularucha de ver a vida. Para esta vigora o desprezo ou o aniquilamento do débil; a vocação religiosa, por sua vez, é sempre um serviço aos débeis por isso o Senhor fala em cruz, em sofrimento” referiu D. Manuel Linda. A partir da liturgia deste domingo, o prelado do Porto recordou que o sofrimento faz parte da condição da vida dos cristãos, pois “propagar a salvação como faz parte da missão, nem sempre fácil”. D. Manuel Linda alertou para o facto de Deus não ser o garante de tudo o que se deseja mas ao colocar-se ao serviço, os cristãos “deixam de se centrar nos seus interesses”, evitando “esmagar o próximo e levando Deus aos pobres e famintos”. “Onde arranjar motivação para esmagar os seus caprichos e colocar-se ao serviço da humanidade?” interpelou o bispo do Porto lembrando que “aqui reside a dificuldade e a excelência da missão que nunca termina”. Aos peregrinos que estavam em número muito significativo nesta celebração, com particular destaque para os Missionários da Boa Nova, o prelado pediu oração pelo "rejuvenescimento do Portugal missionário”. “Olho para a História e vejo como este povo tão pequeno pôde dar um contributo tão grande na difusão do Evangelho” disse, salientando que “Portugal sempre esteve à frente na missionação o que significa que levamos muito a sério a vocação da Igreja”. “A evangelização foi uma das características mais notórias da fé portuguesa e os portugueses fizeram da obra missionária um dos mais fortes instrumentos para a promoção e dignificação dos povos e da paz” nos cinco continentes, disse ainda. “Esta responsabilidade não terminou nem terminará: fé professada é fé anunciada. Por todos” frisou ressalvando que ela é precisa em todos os ambientes, da “família ao vizinhos e ao trabalho”. “Neste mundo globalizado que se encantou com o produto das suas mãos mas que precisa de um centro de referência seguro para não se desintegrar na vertigem da técnica e na aceleração da história, temos de anunciar O que nos reúne aqui hoje, Jesus Cristo”. “Invoco o espirito de Deus, no rejuvenescimento do Portugal missionário” concluiu ao lembrar que nesta peregrinação estavam presentes três missionários, presentes na Missão , um há 70 anos e dois há 50. Entre os grupos que se fizeram anunciar este domingo em Fátima esteve um dos EUA. Esta tarde ainda se realizará a Procissão Eucarísticaa no Recinto de Oração, às 17h30. |