03 de novembro, 2024

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“Ninguém pode pretender apresentar-se como cristão enquanto profere palavras de ódio”

A relação com Deus e a relação com os outros foi objeto de reflexão na homilia da missa deste domingo, presidida pelo reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas.

 

Na homilia da missa deste domingo, celebrada na Basílica da Santíssima Trindade, o reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas, conduziu os peregrinos a uma reflexão sobre a relação que cada um mantém com Deus e a relação que estabelece com os outros.

A partir do Evangelho hoje proclamado, o presidente da celebração começou por sublinhar que “a relação com Deus é uma questão de amor” e não “um conjunto de normas a cumprir ou de méritos a conseguir para alcançar a salvação”.

Conceber a vida cristã como um mero cumprimento de regras significa senti-la “como um peso, um fardo, uma obrigação que nos oprime”, referiu, acrescentando que isso ajuda a perceber a razão pela qual, tantas vezes, a alegria em ser cristão é difícil de manifestar.

“Não sentimos isso como fonte de alegria porque com demasiada frequência, para nós, o ser cristão é cumprir uma série de normas”, sustentou.

Num segundo momento da homilia, o padre Carlos Cabecinhas convidou os peregrinos a pensarem na relação que mantêm uns com os outros, porque, fundamentou, “inseparável do amor a Deus é o amor concreto aos outros”.

As palavras da primeira epístola de São João, de que se muniu e que reiterou, deram força à ideia anteriormente veiculada: “Se alguém disser ‘Eu amo a Deus’, mas tiver ódio ao seu irmão, esse é um mentiroso; pois aquele que não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê”.

As palavras de ódio, a indiferença em relação à sorte dos outros e o recrudescer da guerra tornam imperiosa a tomada de consciência de que “não há caminhos alternativos para Deus”. “Ninguém pode pretender apresentar-se como cristão, ninguém pode pretender dizer que ama a Deus, enquanto profere palavras de ódio ou incentiva a perseguição aos outros”, afirmou o padre Carlos Cabecinhas.

Referindo que esse é um preceito igualmente presente noutros textos evangélicos, o sacerdote sublinhou que “o amor ao próximo significa amar até os inimigos, perdoar, orar por aqueles que nos perseguem”.

Por último, o reitor do Santuário apontou o testemunho comovente e exemplar dos Santos Pastorinhos de Fátima: “rezavam pelos pecadores, intercediam junto de Nossa Senhora pelas necessidades que lhes eram apresentadas, partilhavam o que tinham com os pobres”.

“É este testemunho próximo de nós que somos convidados a imitar”, concluiu.

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