09 de dezembro, 2021

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“Não podemos viver Fátima fora do resto da vida(...) Fátima é um lugar de amadurecimento e crescimento”

O assistente nacional do Corpo Nacional de Escutas (CNE), padre Luís Marinho, é o convidado do podcast#fatimanoseculoXXI, disponível nas plataformas Itunes e Spotify

 

A conversa começou no tempo certo. No tempo em que os escuteiros foram desafiados pela sua direção a “Escutar Fátima”, um projecto transversal a todo o movimento que vai ser desenvolvido em parceria com o Santuário de Fátima e que, seguindo o método escutista, propõe a realização de uma peregrinação repartida em várias etapas, que todas juntas, permitirão aos jovens “amadurecer a fé e crescer”, refere o padre Luís Marinho ciente de que a experiência de Fátima “é isso”.

“Não estamos a acrescentar nada ao nosso programa” assegura o sacerdote que alerta para uma segunda certeza: “nós não podemos viver Fátima fora do resto da vida”.

“Com o Escutar Fátima queremos dizer: nós podemos viver uma experiência de peregrinação a Fátima, com o método escutista e isto não nos vai meter dentro de um casulo, mas abrir-nos para a vida, ajudando-nos a crescer como pessoas e como cidadãos”.

“Fátima tem muito esta dimensão política, quer dizer, a mensagem de Fátima, aquilo que é transmitido aos Pastorinhos, e que a Irmã Lúcia partilhou, tem esta dimensão política: um olhar sobre o mundo e sobre a sociedade, com um único propósito de transformação”, afirma o padre Luís Marinho.

“E é paradoxal que se possa viver uma experiência intensa de peregrinação abrindo para o mundo, abrindo para a transformação do mundo” acrescenta.

“Num tempo onde se tem da espiritualidade uma concepção muito intimista e individual, como uma coisa que se faz e vive de forma individual e nunca com os outros, de forma comunitária, nós facilmente dizemos que só crescemos na relação, uns com os outros e com Deus”, adianta ainda.

“Nós tornamo-nos melhores pessoas nesta relação, não porque tenhamos acrescentado atributos, mas porque partilhámos a vida uns dos outros, porque entramos na vida uns dos outros e consequentemente na vida de Deus”, diz.

“Em Fátima Francisco Marto falava em vermo-nos em Deus. Isso significa ver tudo: ver a beleza da vida e o que a danifica; o que a torna num inferno pois pensar que vivemos num mundo perfeito era uma espécie de cegueira” refere o sacerdote sublinhando o essencial da mensagem de Fátima.

“Numa leitura muito superficial poderíamos ser tentados a pensar que a mensagem de Fátima fala muito de desgraça, de problemas, mas se virmos bem fala disto para poder falar de luz, de esperança, que a última palavra pertence a Deus. O fim da história não é o aniquilamento do mundo mas a salvação” diz o assistente nacional dos escuteiros.

“No meio do mundo em transformação temos de ser capazes de ver que a esperança não morreu, que temos futuro(...)Isto foi verdade há cem anos,  mas também é hoje. Temos de ter capacidade de olhar com esperança para a realidade”, conclui.

“Queremos que os escuteiros tenham oportunidade de experimentar que Fátima não é apenas um enclave de beatice, um lugar para rezar ou de peregrinação apenas para consolo da alma, passe a expressão; é sim uma proposta de amadurecimento, é um lugar de crescimento e por isso todas as propostas visam este entrar profundamente nesta dinâmica no conhecimento de Fátima sem medo que esta experiência nos transforme”. 

“Se nós crescermos nesta relação, sobretudo com os peregrinos, estou certo de que seremos peregrinos, membros de um povo de peregrinos. Nós não somos uma elite,  somos membros de um povo peregrino. Muitos já vêm a Fátima para prestar serviço mas queríamos muito que vivessem outras dimensões da espiritualidade, da história de Fátima”.

Neste podcast #fatimanoseculoXXI, o padre Luís Marinho fala ainda da juventude e de como a Igreja e a sociedade têm de ouvir os jovens, como que regressando a esse apelo do Anjo, deixado em Fátima em 1916, aos três Pastorinhos:  “não tenhais medo dos jovens, de arriscar com eles , de ir até ao futuro com eles”.

“Temos de ter disponibilidade para escutar os jovens até ao fim , ouvi-los e caminhar com eles. Fazem barulho? Ainda bem; deixam criticas, pensam e deixam coisas diferentes? Bom, isso é o que se pretende dos jovens”, refere o sacerdote que assiste à maior organização juvenil do país.

 

 

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