11 de abril, 2020

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Não nos devemos deixar “paralisar pelo medo” porque “Cristo ressuscitado é luz que dissipa as trevas”

O padre Carlos Cabecinhas presidiu à Vigília Pascal na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima sem a presença de peregrinos, o que aconteceu pela primeira vez na sua história

O medo e a incerteza diante desta pandemia, que já ceifou milhares de vidas, não nos deve paralisar afirmou esta noite o reitor do Santuário de Fátima, na homilia da Missa da Vigília Pascal, celebrada pela primeira vez, desde 2007, na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima e sem a presença de peregrinos.

“Não há nada que paralise tanto como o medo” afirmou o padre Carlos Cabecinhas numa alusão à “sensação” que nos acompanha no momento presente.

“Sentimo-nos mergulhados nas trevas, sem vermos ainda a luz. A pandemia que nos atinge veio pôr em causa as nossas seguranças, os nossos modos de vida. Aquilo que tínhamos por seguro e inabalável aparece agora posto em causa. Por isso, sentimo-nos inseguros, assustados, temerosos, mergulhados nesta escuridão”, afirmou ao sublinhar que a boa noticia da noite de hoje “vem iluminar as trevas do momento presente” .

 “Jesus Cristo está vivo, ressuscitou. Ele ilumina as noites da nossa história e dá-lhes sentido; com a sua luz, dissipa as trevas, que tantas vezes nos oprimem. E esse é motivo para não nos deixarmos paralisar pelo medo”, explicou.

“A ressurreição de Cristo proclama que não temos motivos para temer, pois Deus faz brotar a vida onde aparentemente a morte triunfara; mostra-nos que Deus, em Jesus Cristo vivo, vem ao encontro da nossa fragilidade para nos resgatar do desespero e do desânimo; esta noite pascal assegura-nos, que a ressurreição de Cristo é luz que nos resgata das trevas que nos envolvem no momento presente”, acrescentou ainda.

“A sua ressurreição é o fundamento da nossa fé, da nossa esperança e da nossa confiança. Cristo vence a noite, dissipa as trevas, liberta-nos do medo, dos nossos temores e incertezas; renova a nossa confiança no futuro, porque sabemos que Ele está sempre connosco” e que “não estamos sós nas dificuldades”, enfatizou.

“A Páscoa é a certeza de que Jesus Cristo está sempre connosco”, afirmou.

No entanto, alertou, esta “boa nova” vem acompanhada de uma missão: “levar a luz de Cristo” a toda a humanidade. Tal como as mulheres, de que o Evangelho proclamado esta noite nos fala, somos desafiados a levar aos outros esta boa notícia, “não tanto por palavras, como sobretudo pelo nosso testemunho de confiança e da alegria que dela brota”.

“Sermos cristãos, em tempos de pandemia, é levarmos a luz de Cristo ressuscitado aos que mais precisam, através da nossa solidariedade e da nossa ajuda concreta”, concluiu.

A mais antiga celebração cristã, e a festa central do ano litúrgico, é composta por quatro liturgias: a da Luz, em sinal de alegria, com a bênção do lume novo e o Círio; a da Palavra, que compreende nove leituras, sete do Antigo Testamento e duas do Novo Testamento, com o canto do Glória e do Aleluia; a Batismal e a Eucarística, embora este ano, por determinação da Santa Sé, nos países onde estão suspensas as celebrações comunitárias por razões de ordem sanitária, tenha sofrido algumas limitações, nomeadamente no ritual do fogo e na procissão inicial.

A vigília começa habitualmente com um ritual do fogo e da luz no exterior da Igreja, que evoca a ressurreição de Jesus; o círio pascal é abençoado, antes de o presidente da celebração inscrever a primeira e a última letra do alfabeto grego (alfa e ómega), e inserir cinco grãos de incenso, em memória das cinco chagas da crucifixão de Cristo. A inscrição das letras e do ano no círio são acompanhadas pela recitação da fórmula: Cristo ontem e hoje, princípio e fim, alfa e ómega. Dele são os tempos e os séculos. A Ele a glória e o poder por todos os séculos, eternamente.

Também na Liturgia batismal, manteve-se apenas a renovação das promessas batismais, sem aspersão de água.

O ‘aleluia’, suprimido no tempo da Quaresma, reapareceu em vários momentos da missa como sinal de alegria.

Os sinos da Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima repicaram festivamente no momento da Glória, anunciando a ressurreição.

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