11 de dezembro, 2020

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Museu do Santuário de Fátima recebe prémio pela intervenção e restauro do Manto da Rainha D. Amélia

O prémio da Associação Portuguesa de Museologia foi anunciado numa sessão online, que decorreu esta quinta feira

 

O Museu do Santuário de Fátima recebeu esta quinta feira o prémio APOM 2020 pela intervenção e restauro do Manto da Rainha D. Amélia, que esteve exposto durante o ano de 2019 na exposição temporária “Vestida de Branco”.

O galardão atribuído pela Associação Portuguesa de Museologia distinguiu a intervenção de conservação e restauro levada a cabo por uma equipa de especialistas, liderada por Cristina Oliveira e Inês Cayres, intervenção que visou restabelecer a estabilidade física e melhorar, dentro do protocolo das ciências do património, o aspeto visual da peça que se encontrava em avançado estado de deterioração.

A intervenção, que teve a duração de oito meses, consistiu na desmontagem das várias partes constituintes da peça, na limpeza de sujidades por via mecânica, na planificação do tecido através de humidificação controlada, na fixação da pedraria em destacamento e na montagem da peça, entre outras intervenções consideradas pertinentes.

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O Manto doado pela Rainha D. Amélia de Orleães ao Santuário de Fátima, em junho de 1945, após a participação da monarca numa celebração presidida pelo bispo de Leiria, D. José Alves Correia da Silva, na Capelinha das Aparições, incorporou as coleções do Museu do Santuário de Fátima, fundado pelo prelado, dez anos mais tarde.

Após vários anos patente ao público na exposição permanente do Museu, a peça integrou a exposição temporária “Vestida de Branco: a Imagem de Nossa Senhora do Rosário de Fátima”, evento para o qual a equipa técnica do Museu decidiu levar a cabo uma intervenção de conservação e restauro naquela que é uma das peças mais importantes da sua coleção e cujo estado de conservação se foi agravando ao longo do tempo, não só devido a fatores intrínsecos aos materiais constituintes do manto, mas também devido às consequências de uma exposição prolongada.

O Manto, executado em tecido de cetim de seda creme, é adornado com motivos vegetalistas em veludo amarelo-dourado e bordado, com aplicação de pedrarias, canutilhos e cordãozinho de metal dourado e rematado lateralmente por renda dourada, laços de missangas e pedraria de vidro e plumas brancas. O forro é de veludo liso vermelho tinto e tem de dimensões máximas 450 cm de comprimento e 280 cm de largura.

Após o término da exposição temporária, o manto foi acondicionado em reserva, garantindo desta forma a melhor preservação e conservação desta insígnia de autoridade da última rainha da monarquia portuguesa.

Este prémio APOM 2020 teve 32 categorias a concurso, que distinguem, entre outras áreas, a melhor intervenção e restauro, o melhor catálogo, a melhor exposição, mecenato e projeto museográfico.

A APOM recebe anualmente algumas centenas de candidaturas de instituições de Portugal continental e das Regiões Autónomas, bem como de projetos expositivos portugueses no estrangeiro.

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