14 de julho, 2018
Mensageiros da Mensagem de Fátima e diocesanos de Coimbra peregrinam à Cova da Iria este sábadoNo Santuário, também as Irmãs Reparadoras de Nossa Senhora de Fátima dão graças pelo reconhecimento das virtudes heróicas do seu fundador, Cónego Formigão
A Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima foi pequena para acolher as centenas de peregrinos que se quiseram juntar às Irmãs Reparadoras de Nossa Senhora de Fátima que hoje promoveram uma Missa de ação de graças pelo reconhecimento das virtudes heróicas do seu fundador, Cónego Manuel Nunes Formigão, e que foi presidida pelo cardeal D. António Marto. O bispo da diocese de Leiria-Fátima, que recebeu as insígnias cardinalícias pela mão do Papa Francisco no passado dia 28, presidiu pela primeira vez em Fátima, na Basílica de Nossa Senhora do Rosário e, na homilia, pediu a intercessão dos santos pastorinhos e de Nossa Senhora, bem como a oração dos fieis, para que o Cónego Formigão seja colocado nos altares da Igreja. O novo cardeal, que dedicou grande parte da homilia a falar da santidade, “que é o rosto mais belo da igreja e deve ser, por isso, a condição normal de todo o cristão”, lembrou o exemplo de amor “terno e constante” votado pelo cónego Formigão à Virgem, que se fez presente aos pastorinhos e através do seu sim “transformou Fátima numa escola do sim a Deus”. “A santidade de Maria, senhora das Bem-aventuranças moldou com toda a certeza a espiritualidade da vida sacerdotal do Padre Formigão e as suas virtudes heroicas, agora reconhecidas” disse o prelado. “Deixemos pois ressoar em nossos corações as palavras do cardeal D. António Ribeiro a propósito do Cónego Formigão que, pelo exemplo da sua vida pode servir-nos de modelo, de luz e de companheiro amigo no caminho da santidade”, disse ainda D. António Marto, sublinhando que a santidade “é simples, está ao alcance de todos e não está reservada às elites”. “Ela concretiza-se no dia a dia do quotidiano, na vida ordinária de cada dia, onde cada um se encontra porventura desde o canto da cozinha, onde se prepara o alimento para toda a família, até aos campos de futebol, onde nos divertimos, aos lugares de sofrimento, como os hospitais onde nos assistimos uns aos outros até ao Parlamento, onde se trata do bem comum do país. Tudo pode ser lugar de santidade”, acrescentou. Depois da celebração na Basílica de Nossa Senhora do Rosário, o santuário acolhe uma cantata, na Basílica da Santíssima Trindade, “«As maravilhas de Fátima» o apóstolo de Fátima, Padre Formigão”, pelo coro e orquestra do Conservatório de Ourém. Manuel Nunes Formigão, natural de Tomar, nascido a 1 de janeiro de 1883, foi uma figura incontornável na investigação e divulgação das Aparições na Cova da Iria, que lhe valeu o epíteto de `Apóstolo de Fátima´. O reconhecimento das virtudes heróicas, primeiro passo para o processo de beatificação, foi feito pelo Papa Francisco no dia 14 de abril deste ano. Mensageiros do Movimento da Mensagem de Fátima em Peregrinação O Movimento da Mensagem de Fátima(MMF) inicia também este sábado a sua peregrinação nacional à Cova da Iria. Além da Assembleia Geral, que integra a cantata “«As maravilhas de Fátima» o apóstolo de Fátima, Padre Formigão”, pelo coro e orquestra do Conservatório de Ourém, na Basílica da Santíssima Trindade para reflexão, o MMF fará uma saudação a Nossa Senhora na Capelinha e, no domingo, participará na missa dominical no recinto, que voltará a ser presidida pelo cardeal D. António Marto. No encerramento da Assembleia Geral o reitor do Santuário, Pe. Carlos Cabecinhas, desafiou o movimento a olhar para o sínodo dos bispos , que se realiza em outubro, sobre "Os jovens, a Fé e o Discernimento Vocacional" como uma "oportunidade" e um "aspeto fundamental". "Mais jovens para o Movimento é um aspecto fundamental". Por isso, "é importante que o Movimento da Mensagem de Fátima sinta como especial desafio esta atenção permanente aos jovens" disse o sacerdote que no final da Assembleia Geral, que coincidiu com o final da cantata, se dirigiu aos mensageiros em geral desafiando-os a inspirarem-se no modelo de santidade do Cónego Manuel Nunes Formigão e também eles aceitarem "o desafio permanente de ser apóstolos da mensagem de Fátima percorrendo um caminho de santidade". Peregrinação Diocesana de Coimbra Cerca de duas dezenas de milhar de peregrinos de Coimbra participaram este sábado nas diferentes celebrações promovidas no âmbito da peregrinação diocesana ao Santuário de Fátima. O bispo de Coimbra, que presidiu à missa da Peregrinação, na Basílica da Santíssima Trindade, afirmou que a “peregrinação é um símbolo do caminho de vida e de fé que queremos fazer em resposta à vocação cristã. Mas é também um momento forte de reflexão de escuta da palavra de Deus, de oração e de construção da igreja” e, por isso, esta peregrinação em concreto é “a maior e mais visível expressão da nossa condição de igreja particular”. D. Virgílio Antunes destacou a importância da oração na vida dos cristãos, e que em Fátima tem como expressão o Rosário, “tão importante na vida das comunidades e de muitas pessoas” e que é “uma belíssima via de progresso na fé e no amor”. “Nessa oração estão presentes as alegrias e as dores de toda a humanidade, sente-se a realidade da vida familiar, os problemas do mundo e a vida da igreja” disse o prelado de Coimbra destacando que “a oração do terço é lugar de grande espiritualidade, de comunhão com Deus e com os irmãos, verdeiro lugar de graça e misericórdia”. D. Virgílio Antunes lembrou, ainda que um dos conselhos mais repetidos em Fátima, por Nossa Senhora, foi para que os pastorinhos rezassem o terço todos os dias. Por isso, “como filhos procuraremos dar ouvidos ao seu apelo, procurando descobrir a grande importância no caminho pessoal e comunitário de fé, mas também como caminho para rezar pela paz entre os homens”. “De Fátima levaremos o compromisso de rezarmos o terço todos os dias em comunidade, acompanhado da meditação bíblica dos seus mistérios e da leitura orante da palavra de Deus”, conclui o bispo de Coimbra.
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