14 de junho, 2008

Texto publicado no Boletim "Bem-aventurados Francisco e Jacinta Marto", propriedade do Secretariado dos Pastorinhos, edição de Janeiro-Março de 2008:
Pouco antes da morte de seu irmãozinho Francisco, ocorrida em Aljustrel, a 4 de Abril de 1919, Jacinta já se encontrava também doente quando Nossa Senhora os foi visitar. Jacinta contou depois a sua prima Lúcia: «Nossa Senhora veio-nos ver e
diz que vem buscar o Francisco muito em breve para o Céu. E a mim... disse-me que ia para um hospital...» Este hospital era o
de Santo Agostinho, em Vila Nova de Ourém, onde esteve internada durante os meses de Julho e Agosto de 1919.
Lúcia conta-nos também: «De novo a Santíssima Virgem se dignou visitar a Jacinta, para lhe anunciar novas cruzes e sacrifícios. Deu-me a notícia e dizia-me: – Disse-me que vou para Lisboa, para outro hospital; que não te torno a ver, nem os meus pais; que, depois de sofrer muito, morro sozinha, mas que não tenha medo; que me vai lá Ela a buscar para o Céu.»
Jacinta com sua mãe pernoitaram na estação do Rossio, em Lisboa, na noite de 21 de Janeiro de 1920. No dia seguinte foram
acolhidas por Maria da Purificação Godinho, directora do Orfanato de Nossa Senhora dos Milagres.
A 2 de Fevereiro Jacinta foi admitida no Hospital de D. Estefânia e aí foi operada pelo Dr. Leonardo de Sousa Castro Freire. Sessenta anos mais tarde, a 5 de Maio de 1980, por causa do Processo de Beatificação dos Pastorinhos, o Bispo de Leiria-Fátima, D. Alberto Amaral encontrou-se com Prof. Dr. Castro Freire e perguntou-lhe: «Senhor Doutor, nada de especial impressionou V. Ex.cia no comportamento da Jacinta, durante ou depois da operação, mesmo sem saber que se tratava da vidente de Fátima?»
A resposta do médico foi: «Eu cá digo a verdade! Era uma criança normal como as crianças da sua idade, com um desenvolvimento psíquico normal. Claro que eu a conheci num estado de decadência física muito grande, com consequências no seu psíquico, como é natural. Deu-me a impressão..., deixou-me sempre a impressão de uma criança com muita coragem, porque uma anestesia que não é geral, não evita todas as dores com a abertura da fístula, etc... As únicas palavras que lhe ouvi
durante a operação foram apenas: «Ai! Jesus! Ai! Meu Deus!»
Manuel Fernandes, empregado do hospital, que conheceu a Jacinta e a transportou em maca da sala de operações para a enfermaria, prestou igual declaração: «A menina Jacinta era diferente das outras... muito sossegadinha! Olhava-se para aquele ser e via-se que era uma inocentinha que ali estava».
No meio das dores mais cruéis apenas deixava escapar estes queixumes: «Ai Nossa Senhora! Ai Nossa Senhora! Paciência!
Todos temos de sofrer para ir para o céu.»
No dia 20 de Fevereiro de 1920, pelas seis horas da tarde, a Jacinta declarou que se sentia mal e pediu os sacramentos.
Fez a última confissão ao prior da freguesia dos Anjos, Dr. Manuel Pereira dos Reis e, pelas dez e meia da noite expirou
tranquilamente.
O seu corpo foi levado para a casa mortuária do hospital. Vestiram-na de branco com uma cinta azul. No dia 21 de Fevereiro fez-se a transladação do seu corpo para a igreja dos Anjos onde permaneceu até dia 24, seguindo depois de comboio para a estação de Chão de Maçãs (Fátima).
No cemitério de Fátima só havia campas rasas, por isso e a pedido do Dr. Formigão, o Barão de Alvaiázere pôs à disposição o jazigo de sua família em Vila Nova de Ourém, onde o corpo da pastorinha ficou até à sua transladação para o cemitério de Fátima, em 12 de Setembro de 1935.
A partir de Abril de 2008 este Memorial, no cemitério de Ourém, junto ao jazigo da família Alvaiázere, recordará aos habitantes de Ourém e aos devotos que o visitarem, o lugar onde descansou durante quinze anos, o corpo da bem-aventurada Jacinta Marto.
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