15 de agosto, 2022
Maria “é o nosso refúgio (e modelo) nas dificuldades da vida”, afirma reitor do Santuário de FátimaO Padre Carlos Cabecinhas presidiu à missa da Solenidade da Assunção de Nossa Senhora e pediu orações pela paz no mundo, “sobretudo na Ucrânia”, pelas “vítimas da guerra” e pela “igreja, abalada pela questão dolorosa dos abusos de menores”
O reitor do Santuário desafiou esta manhã os milhares de peregrinos que participaram na Missa da Solenidade da Assunção da Virgem Santa Maria, em Fátima, a valorizar a presença de Deus em todas as situações da vida, a exemplo de Maria. Entre os inúmeros peregrinos presentes fizeram-se anunciar seis grupos de diversas latitudes- Alemanha, Itália, Bélgica, Espanha, Senegal e Costa do Marfim- bem como o grupo de voluntários vigilantes e sacristães do Santuário que, esta manhã, foram os responsáveis pelo transporte do andor da Imagem que se venera na Capelinha das Aparições. A partir da liturgia desta Solenidade, confirmada pelo Papa Pio XII e reafirmada pelo Concílio Vaticano II, que nos apresenta a visita de Maria a Isabel e nos fala da alegria daquele encontro entre duas mulheres gratas pela presença e a acção de Deus nas suas vidas, o padre Carlos Cabecinhas sublinhou que esta celebração, marcada pela alegria do encontro, nos confirma que no Céu temos uma “defensora e uma advogada” que nos indica sempre o caminho para Deus. “Celebrar a Assunção é experimentar esta mesma alegria, que brota da certeza da presença misericordiosa de Deus nas nossas vidas” afirmou o sacerdote. “Deus faz-Se presente de muitos modos na vida de cada um de nós. Com Maria aprendemos a estar atentos a essa presença e a alegrarmo-nos porque Deus não nos abandona” reforçou destacando que esta não é uma alegria “por não sentirmos dificuldades ou por não nos assaltarem preocupações: trata-se da alegria que brota da fé e da confiança em Deus, que não nos esquece nem nos abandona, sobretudo nos momentos mais difíceis”. Por isso, refere o sacerdote “esta ação de graças transforma-se em súplica: ao celebrarmos a Assunção, confiamos a Maria tudo o que nos preocupa e aflige, pois ela, aqui em Fátima, se apresentou como nosso refúgio nas dificuldades da vida”. “Glorificada no Céu, ela intercede continuamente por nós” afirmou o responsável pelo Santuário de Fátima. Por isso, acrescentou, “confiamos-Lhe as nossas súplicas por nós; pela paz no mundo, sobretudo na Ucrânia, e pelas vítimas da guerra; pedimos-lhe pela Igreja, com as dificuldades que enfrenta, na sua missão, mas também abalada pela questão dolorosa dos abusos de menores... confiando ao seu cuidado materno as vítimas”. “Nos momentos de dificuldades fixamo-nos tantos nos problemas, que nos tornamos incapazes de reconhecer o que Deus, em cada dia, nos concede; tornamo-nos incapazes de reconhecer as maravilhas que continua a realizar em nós e através de nós... Hoje, queremos, como Maria, glorificar o Senhor porque põe os seus olhos na nossa humilde condição e continua a fazer maravilhas em nós e por meio de nós”, concluiu. “Caros peregrinos, celebremos em festa a Assunção de Nossa Senhora. Que este dia seja de alegria, de ação de graças, mas também de esperança renovada, porque Deus continua a fazer maravilhas por Maria, em nosso favor”, terminou. A Solenidade da Assunção da Bem-aventurada Virgem Maria é celebrada no dia 15 de agosto, desde o século V, com o significado de "Nascimento para o Céu" ou, segundo a tradição bizantina, de "Dormição". Em Roma, esta festa era celebrada desde meados do século VII, mas foi preciso esperar até 1 de novembro de 1950, quando Pio XII proclamou o Dogma da Assunção de Maria, elevada ao céu em corpo e alma. Assim, o destino de Maria, unida ao corpo transfigurado e glorioso de Jesus, será o mesmo destino de todos os que estão unidos ao Senhor Jesus, na fé e no amor. |