12 de outubro, 2008
Na manhã de 12 de Outubro, a algumas horas da abertura da Peregrinação Internacional comemorativa do 91º aniversário da última aparição de Nossa Senhora em Fátima, durante a Eucaristia Dominical, o Bispo de Leiria-Fátima convida a sociedade “a pensar o seu modo de vida”, onde o quotidiano é marcado por um “consumismo desenfreado”, "pelos interesses imediatos, os negócios e divertimentos de cada um”.
Durante a homilia, D. António Marto alerta que “quando o homem expulsa Deus, fica cada vez mais só, mais vazio” e, como consequência, “a sociedade fica cada vez mais dividida, confusa, violenta e injusta”.
No mesmo dia, mas em declarações aos jornalistas em conferência de imprensa, e ainda a propósito da crise económia e social, D. António Marto reitera que "quando a finança pretende ser o ser o seu próprio fim e é animada apenas pela avidez do lucro imediato, perde a cabeça".
Considera o prelado ser "essencial que as medidas preconizadas visem outro fim que não seja só a manutenção do sistema financeiro" e daí os apelos lançados a "uma cooperação entre os estados", à "criação de instituições nacionais e internacionais eficazes na organização dos mercados financeiros", para que as economias "estejam ao serviço das pessoas".
A reflexão ética proposta pelo Bispo de Leiria-Fátima deve assentar em compromissos tais como o “interrogar-se sobre as práticas especulativas que visem rentabilidade económica a curto prazo” e na revisão dos “sistemas de remuneração e gratificação dos dirigentes das instituições financeiras e sobretudo quando contribuíram para a crise”.
Outro dos pressupostos base, no entendimento de D. António Marto, é que “a economia desenvolva um recurso razoável ao crédito, que não seja o recurso facilitista” e que “o mercado financeiro, através de investimentos socialmente responsáveis, seja reorientado ao serviço de uma economia produtiva e modelada pelas exigências ambientais”.
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