22 de junho, 2023

 

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Lúcia de Jesus a caminho da beatificação

Depois do Papa ter aprovado o Decreto que sublinha as virtudes heroicas da vidente de Fátima, espera-se para breve a leitura do texto onde são enaltecidas as características desta nova venerável da Igreja. Ficam quatro reações à decisão do Papa.

 

Cardeal D. António Marto: a irmã Lúcia foi “portadora de uma mensagem que interiorizou na sua própria espiritualidade”

O cardeal D. António Marto, bispo emérito da diocese de Leiria-Fátima, destaca a “forma discreta e humilde” como Lúcia viveu o seu amor a Deus, a Nossa Senhora, à Igreja e a toda a humanidade.

“Ela viveu toda esta dimensão e espiritualidade de forma discreta e humilde, procurando a verdade e não a notoriedade, sempre escondida mas sempre presente a todos”.

Por isso, sublinha: “esta sua espiritualidade, santidade e virtudes são muito humanas: ela não era uma extraterrestre, não vivia fora da nossa órbita; foi humana e muito feminina, uma mulher inteligente e perspicaz, desembaraçada e solidária, cheia de alegria e humor contagiante como testemunham as irmãs do Carmelo”.

O prelado, que agora pertence também ao Dicastério para as Causas dos Santos, destaca a dimensão “histórica e universal da santidade” que este momento significa e que, no caso de Lúcia, embora tenha sido vivida dentro do mosteiro, na clausura, numa dimensão contemplativa, “não estava alheia à vivência e aos problemas quer da Igreja quer do mundo”, que estava mergulhado “no inferno de duas guerras e uma Igreja altamente perseguida, vítima de um ateísmo militante”.

“Ela foi portadora de uma mensagem que transmitiu à Igreja e ao Mundo mas que ela interiorizou profundamente na sua espiritualidade. Uma mensagem de misericórdia, de esperança e de paz para o mundo”, conclui ressalvando quatro aspectos da espiritualidade de Lúcia: “a sua paixão pela beleza de Deus e dos seu amor”; “a sua

devoção e confiança no Coração Imaculado de Maria”, que dizia ser símbolo do amor e da misericórdia de Deus; “o seu amor à Igreja e à humanidade” vivido sempre com compaixão e a “oferta da sua vida a Deus em favor da humanidade”, o que “é muito interpelador para a Igreja de hoje, quando assistimos a uma espécie de eclipse cultural, de esquecimento e de indiferença em relação a Deus”, conclui o cardeal português.

“Esperamos agora que surja depressa um milagre para podermos participar na grande festa da sua Beatificação e Canonização”.

 

D. José Ornelas Carvalho, bispo da diocese de Leiria-Fátima: “Lúcia é o exemplo do efeito da mensagem de Fátima junto de quem se aproxima dela, numa vida entregue a Deus”

O bispo da diocese de Leiria-Fátima, D. José Ornelas Carvalho, considera uma “alegria” para todos os que “amam Fátima e se deixam inspirar pela presença de Maria” o reconhecimento das virtudes heroicas de Lúcia de Jesus.

“Primeiro porque os pastorinhos não ficariam completos sem Lúcia, mas sobretudo porque foi ela que deu a conhecer as memórias de todo o acontecimento de Fátima” refere o prelado.

“Se os dois primeiros pastorinhos representam a idade da infância, aqueles que foram objecto do especial carinho de Maria, Lúcia representa a idade adulta, a idade da razão, das memórias meditadas, amadurecidas e transmitidas pela sua própria pena” prossegue D. José Ornelas recordando que mais do que disse “foi a sua própria vida que deixa a marca”.

“Ela confirma os efeitos que a mensagem de Fátima traz às pessoas que dela se aproximam e que por ela se deixam influenciar, numa completa dedicação ao Senhor”, conclui, fazendo votos de que os três possam vir a ser venerados nos altares da Igreja.

 

Padre Carlos Cabecinhas, reitor do Santuário de Fátima: “Foi uma figura marcante no século XX português, uma figura marcante na Igreja apesar da sua vida discreta”

A declaração de reconhecimento das virtudes heroicas da irmã Lúcia é para o santuário de Fátima um motivo de “alegria carregada de responsabilidade”.

“É o reconhecimento de Fátima como escola de santidade e a mensagem de Fátima como um caminho de comunhão com Deus e é isso que vemos espelhado na vida da irmã Lúcia, o que nos responsabiliza para melhor dar a conhecer a vida da Irmã Lúcia” afirma o Reitor.

“Se a Igreja reconhece a heroicidade das suas virtudes é fundamental que procuremos dar a conhecer melhor e mais profundamente a vida desta venerável, que procurou viver de forma intensa a sua relação com Deus”, afirma ainda o responsável.

Além da responsabilidade de divulgação desta “exemplaridade de vida” há também uma responsabilidade na promoção da oração para que ocorra um milagre que permita o fim do processo “como todos esperamos”.

“Se a obra é de Deus, compete-nos a nós rezar e ter esta intenção na nossa oração de forma permanente” refere o reitor salientando a forma como esta religiosa, agora venerável, se afirmou no século XX.

“Foi uma figura marcante no século XX português, uma figura marcante na Igreja apesar da sua vida discreta”, conclui.

 

Irmã Ângela de Fátima Coelho, vice-postuladora da Causa de Beatificação e Canonização da Irmã Lúcia: “Lúcia é uma figura universal (...) É uma alegria ter esta mulher como companheira de viagem e de caminho”

“Lúcia reúne em si toda a espiritualidade da mensagem de Fátima e também a espiritualidade do Carmelo; mas é uma figura que ultrapassa os limites deste espaço físico de Fátima e do Carmelo, porque Lúcia é uma figura universal. Creio que pode ser uma fonte inspiradora para tantos de nós que caminhamos em busca do Senhor, que passamos por momentos difíceis, por momentos confusos” refere a vice-postuladora da Causa de Beatificação e Canonização de Lúcia de Jesus.

Deste momento “importante e alegre” fica-nos “um rasto de Luz que a Irmã Lúcia vai deixando e os seus apelos”, diz a Irmã Ângela Coelho.

“Ela fez eco do que Nossa Senhora quis transmitir a toda a humanidade, o seu grande desejo da oração, da oração do terço, da entrega a Deus, da consagração... são tudo sinais deste rasto de luz que Lúcia vai deixando a cada um de nós neste momento, particular, em que também precisamos de figuras luminosas, que nos levantem o olhar e nos continuem a dar esperança”, sublinha ainda.

A religiosa, que já foi também a postuladora da Causa de Canonização dos santos Francisco e Jacinta Marto, os dois outros videntes do acontecimento de Fátima e primos de Lúcia, destaca a importância do momento para a Causa e pede oração para que um milagre possa acontecer e prosseguir o processo.

“Pedimos aos peregrinos que se encomendem a ela; que peçam graças à Irmã Lúcia. Falta um milagre primeiro para a beatificação e depois outro para a canonização. Mas não é só pelos milagres que podemos obter e que fazem falta para o processo da causa avançar; é também pela alegria que sei que é ter esta mulher como companheira de viagem e como amiga”, conclui, agradecendo ao Papa e ao Dicastério por terem aprovado o decreto que reconhece as virtudes heroicas da religiosa carmelita, cujo porto esta sepultado na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, tal como o dos primos Francisco e Jacinta marto, os dois primeiros santos de Fátima.

 

Bispos portugueses manifestam desejo por um "cada vez maior conhecimento e fomento" ddas virtudes da vidente, "a fim de ser declarada como modelo de santidade"

Assim que se soube da aprovação do decreto das virtudes heroicas da Irmã Lúcia de Jesus, o episcopado português reagiu em nota tornada pública ao fim da manhã de hoje, onde se regozija por este "passo importante" no processo de Beatificação e Canonização da vidente de Fátima.

"É com grande alegria que a Conferência Episcopal Portuguesa acolhe a decisão do Santo Padre de promulgar hoje o Decreto sobre as Virtudes Heroicas da Serva de Deus Lúcia de Jesus. (...) Neste momento de jubilosa celebração, a Conferência Episcopal manifesta particular sintonia com a Ordem dos Carmelitas Descalços e com o Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, desejando que o processo em curso, na oração e no estudo, conduza brevemente à Beatificação da Irmã Lúcia", lê-se na reação da Conferência Episcopal Portuguesa, que aponta como caminho um maior conhecimento e fomento das virtudes da vidente na Igreja.

"Que a vida e as virtudes da Irmã Lúcia sejam cada vez mais conhecidas e fomentadas entre o Povo de Deus, a fim de ser declarada como modelo de santidade", escrevem os bispos portugueses.

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