13 de janeiro, 2019

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José Poças das Neves é o protagonista do segundo episódio de # Fátima no Século XXI

O investigador fez uma reflexão sobre a importância de Fátima, a atualidade da sua Mensagem e a imprescindibilidade do contributo do Santuário para a região centro e para o país

 

Se é certo que Portugal nunca se entendeu sem Santa Maria, não é menos verdade que Esta, que se apresentou em Fátima há cem anos, primeiro como Nossa Senhora da Paz e depois como a Senhora do Rosário, e que pediu que na Cova da Iria se construísse uma capela onde se rezasse o terço, foi portadora de uma Mensagem que ainda hoje tem atualidade e que transformou este Santuário na maior referência de Portugal.

É esta a opinião do investigador e professor de História José Poças das Neves, o convidado do PODCAST Fátima no Século XXI, que reflete sobre Fátima e a Região.

“Fátima é um grande centro de peregrinação e manter-se-á assim no futuro como algo que nos transcende a todos, com variantes diversas do ponto de vista histórico, cultural, antropológico, teológico ou espiritual” refere o professor de História, sublinhando que Fátima “é um altar de paz” e neste século XXI “será difícil equacionarmos Fátima de outra forma”.

“Fátima é um centro espiritual ecuménico que tem uma mensagem clara, com uma vivência litúrgica muito forte. Eu atrever-me-ia a dizer que Fátima é mais importante que Portugal” avança mesmo o investigador, estudioso do enquadramento de Fátima no contexto regional e nacional.

“Na Indonésia, na ilha das Flores, há uma pequena capela dedicada a Nossa Senhora de Fátima onde se reza em português porque se acha que assim é que Nossa Senhora entende. Não há nenhum país do mundo onde haja católicos que não exista uma imagem de Nossa senhora de Fátima”, acrescenta lembrando, por isso, “a dimensão de Fátima é incontornável e assim prosseguirá”.

“Fátima é o altar do mundo que proporciona um encontro de culturas, um espaço ecuménico e por isso é o local de união. Acredito que neste século seja o grande centro aglutinador do mundo cristão e até não cristão. Roma, Lourdes, Compostela têm uma mensagem, mas nenhuma delas tem a abrangência da de Fátima: orai e convertei-vos. Isto faz com que Fátima continue a ser o que é”. E, no dealbar do Século XXI, por entre muitas chaves de leitura, Fátima lê-se “pelo tema da Paz”.

O docente e investigador sublinha, no entanto, que nem sempre foi assim.

José Poças das Neves, que também já foi autarca, em Ourém, lembra, por outro lado, uma outra dimensão de Fátima que se prende com o papel do Santuário no contexto regional, opondo um modelo de construção sistematizado e cuidado, desenvolvido desde os primórdios pela instituição católica e um crescimento urbano “desorganizado”.

“O poder civil tem muito a aprender com o Santuário” diz, exemplificando com a situação dos Valinhos e de Aljustrel.

“Fátima existe por causa do Santuário; Fátima existe porque o Santuário teve uma ideia, completamente nova e diferente da dinâmica nacional, ligada à espiritualidade, mas sem perder de vista toda a preservação da envolvência que tem sido assegurada” e é isso que a sociedade civil “tem de aprender”.

“O Centro de Fátima é o Santuário”, conclui o investigador

Até dia 13 de dezembro, várias personalidade refletirão sobre Fátima no século XXI desde a música, à política, passando pela religião, pelo cinema ou pela comunicação social.

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