02 de fevereiro, 2007


SEDE SENTINELAS DA DIGNIDADE E DO FUTURO DA VIDA

 
 
A habitual peregrinação mensal ao Santuário de Fátima foi uma jornada de oração com o tema «Acolher a vida como um dom de Deus».
Na Vigília de Oração no Santuário de Fátima, na noite de 12 de Janeiro,  a causa da vida foi entregue à intercessão de Maria.
De Fátima um apelo: "Cada pessoa, cada grupo, cada comunidade deve perguntar-se o que fez e pode fazer para pôr em marcha alguma iniciativa profética como consoladora mensagem de esperança em favor da vida humana”, afirmou o Bispo de Leiria-Fátima durante a vigília de oração.
 




D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima, exortou no dia 13 de Janeiro, no Santuário de Fátima,  “a uma mobilização de consciências para uma Nova Aliança entre Liberdade, Vida e Amor – indissoluvelmente unidos – e para uma acção solidária” no que toca ao tema da vida. Participaram na celebração treze outros bispos portugueses e setenta sacerdotes. Mais de nove mil pessoas participaram na celebrações. Na Eucaristia comungaram três mil fiéis.
Na homilia da Peregrinação Mensal de Janeiro, D. António Marto reiterou a classificação do aborto “como chaga social” e sublinhou os paradoxos da sociedade actual. “Verificamos com satisfação que aumenta a sensibilidade em relação à protecção das crianças, às condições dignas da maternidade, à igualdade de todos os seres humanos, à defesa e protecção do meio ambiente. Também cresce em todo o mundo a rejeição da pena de morte e da tortura. Mas, paradoxalmente, assistimos à banalização crescente do aborto que provoca a morte silenciosa de um ser humano silencioso, indefeso e inocente”, disse.
“O fenómeno do aborto como chaga social é sintoma de um mal-estar mais profundo de cultura e de civilização, da própria sociedade. Alastra uma visão materialista que reduz o conceito de vida humana a um mero produto ou material biológico; e uma visão pragmático-utilitarista que remete por completo a sensibilidade moral para as fronteiras dos custos, do bem-estar, do conforto etc. E, então, a nossa sociedade torna-se simultaneamente frágil (face aos problemas da vida) e “dura” (nas soluções drásticas) em função da lógica utilitarista e competitiva.
Não ignoramos, nem podemos ignorar que, muitas vezes, a decisão de abortar é fruto de grandes sofrimentos e angústias (sem excluir as pressões), que é um verdadeiro drama para muitas mulheres. Mas pensamos que a um drama não se responde com outro drama: o de destruir uma vida humana que desabrocha e que é o elo mais fraco em todo este processo. A resposta verdadeiramente humana e humanista a este drama é um projecto solidário e galvanizador de todos os recursos da sociedade civil e do Estado, para oferecer todo o cuidado, acolhimento e protecção de ordem social, económica e psicológica tanto ao filho em gestação como à mãe que o gera. Não podemos considerar um sem o outro; e muito menos pôr um contra o outro. A liberalização do aborto, embora disfarçada sob a forma jurídica de despenalização, não é a resposta digna e condigna. É uma fuga em frente, para não atacar o problema nas suas raízes. Não é caminho de progresso, de futuro e de liberdade”, disse o prelado.
D. António Marto rezou a Nossa Senhora para que a Europa “não olhe só para o passado, não pense só na sobrevivência de um mundo de idosos; mas que dirija os seus olhos, com alegria, confiança e generosidade, para um futuro cheio de novas vidas humanas".             
 
Homilia na Peregrinação de 13 de Janeiro 2007
SEDE SENTINELAS DA DIGNIDADE E DO FUTURO DA VIDA
Bendita és Tu e bendito o fruto do Teu ventre!

O Evangelho de hoje oferece à nossa contemplação o mistério gozoso da Visitação de Nossa Senhora à prima Isabel. É o mistério da comunicação e do acolhimento mútuo entre duas mulheres grávidas e entre três gerações (Isabel mais idosa, Maria mais jovem e os filhos nascituros).
Cada uma destas mulheres traz consigo um segredo difícil de comunicar e, ao mesmo tempo, difícil de conter escondido: o segredo mais íntimo e mais profundo que uma mulher pode experimentar no plano físico-psíquico –a espera de um filho.
Maria dirige-se “apressadamente” ao encontro de Isabel, não só para a ajudar mas também para receber ajuda. Quando as duas mulheres se encontram, dá-se uma explosão de alegria.
Isabel ouve a saudação de Maria e logo o menino saltou no seu seio. A partir dum baixo-relevo da Santa Casa de Loreto, podemos contemplar o afectuoso abraço e uma saudação cheia de ternura e de profundo entusiasmo, como que dizendo: “Coragem! Compreendo-te. Não tenhas medo! Também eu estou pronta para ter um filho”.
Isabel sente-se compreendida no mais íntimo e o seu temor transforma-se em alegria. Ao mesmo tempo, compreende o segredo de Maria: “bendita és tu e bendito o fruto do teu ventre” ou, de outro modo, “bendita tu e bendito o Senhor que se manifesta no fruto do teu ventre”! Também Maria se sente compreendida, acolhida, reconhecida, amada.
E, das motivações humanas, passam à comunicação da fé que as une e ao louvor pelos dons que Deus realiza nelas e através delas. Contemplam a sua missão de mulheres e de mães e a dos seus filhos à luz do grande desígnio de Deus em favor da humanidade.
Eis pois duas mulheres que se encontram na perspectiva da construção da vida e do serviço à humanidade.
Contemplar a maravilha e o mistério da vida humana nascente

Este quadro da visitação é um convite a contemplar e meditar a maravilha e o mistério da vida humana nascente. Quem não vê aqui reflectida, de algum modo, aquela experiência singular que os pais vivem quando geram um filho? Desde a profunda emoção, quando a mãe se apercebe da gravidez, ao acompanhamento da gestação em que sente o bater do coração e os primeiros movimentos da criança, até ao misto de ansiedade e esperança na proximidade do parto; e por fim, o sentimento de maravilha e deslumbramento quando pegam nele, o contemplam e se confrontam com o seu rosto único, que cresceu escondido no seio materno e agora veio à luz do mundo.
Embora sabendo que é fruto da sua fertilidade e do seu amor, os pais acolhem o filho como um dom que é confiado à sua solicitude, e não como uma coisa ou um objecto de que são proprietários e de que podem dispor arbitrariamente.
Qual o segredo último desta nova vida orientada a desabrochar na flor da consciência e na glória da liberdade? À luz da fé cristã, a geração do ser humano lança raízes no mistério de Deus Criador, fonte de toda a vida. Não é mero produto do acaso irracional e sem sentido da evolução. Traz em si a marca de criatura “à imagem de Deus”. “Cada menino que nasce, traz-nos o sorriso de Deus e convida-nos a reconhecer que a vida é dom Seu, a acolher com amor e a guardar sempre e em cada momento” (Bento XVI).
Qualquer homem ou mulher de boa vontade, mesmo não crente, intui que na vida humana que nasce, há um valor sagrado, que inspira respeito e pode ser captado à luz da razão. Um não crente, como Umberto Eco, afirma: “Julgo que o nascimento de uma criança é uma coisa maravilhosa, um milagre natural que devemos aceitar”! E, na mesma lógica, um outro filósofo italiano, Norberto Bobbio, laico e socialista, afirma que a defesa da vida humana, antes e depois de nascer, é “uma causa progressista, democrática e reformista”, que não deve ser deixada só aos crentes.
 O acolhimento, o cuidado e a protecção do filho em gestação e da mãe que o gera
Verificamos com satisfação que aumenta a sensibilidade em relação à protecção das crianças, às condições dignas da maternidade, à igualdade de todos os seres humanos, à defesa e protecção do meio ambiente. Também cresce em todo o mundo a rejeição da pena de morte e da tortura. Mas, paradoxalmente, assistimos à banalização crescente do aborto que provoca a morte silenciosa de um ser humano silencioso, indefeso e inocente.
Porquê esta desvalorização da vida humana nascente, na escala de valores? Como foi possível à nossa cultura, que tanto se reclama de humanista, pôr a liberdade humana contra a vida humana? Porquê esta distinção discriminatória entre os seres humanos nascidos e os nascituros em gestação? Porque não paramos em contemplação e reflexão sobre o momento luminoso do início da vida humana que hoje as novas técnicas põem diante dos nossos olhos? Porquê o contraste impressionante entre o grande interesse pela ecologia da natureza e o pouco interesse pela ecologia da vida do ser humano em embrião? São interrogações que dão que pensar!
O fenómeno do aborto como chaga social é sintoma de um mal-estar mais profundo de cultura e de civilização, da própria sociedade. Alastra uma visão materialista que reduz o conceito de vida humana a um mero produto ou material biológico; e uma visão pragmático-utilitarista que remete por completo a sensibilidade moral para as fronteiras dos custos, do bem-estar, do conforto etc. E, então, a nossa sociedade torna-se simultaneamente frágil (face aos problemas da vida) e “dura” (nas soluções drásticas) em função da lógica utilitarista e competitiva.
Não ignoramos, nem podemos ignorar que, muitas vezes, a decisão de abortar é fruto de grandes sofrimentos e angústias (sem excluir as pressões), que é um verdadeiro drama para muitas mulheres. Mas pensamos que a um drama não se responde com outro drama: o de destruir uma vida humana que desabrocha e que é o elo mais fraco em todo este processo. A resposta verdadeiramente humana e humanista a este drama é um projecto solidário e galvanizador de todos os recursos da sociedade civil e do Estado, para oferecer todo o cuidado, acolhimento e protecção de ordem social, económica e psicológica tanto ao filho em gestação como à mãe que o gera. Não podemos considerar um sem o outro; e muito menos pôr um contra o outro. A liberalização do aborto, embora disfarçada sob a forma jurídica de despenalização, não é a resposta digna e condigna. É uma fuga em frente, para não atacar o problema nas suas raízes. Não é caminho de progresso, de futuro e de liberdade.
Tudo isto exige um sobressalto e uma mobilização das consciências para uma Nova Aliança entre Liberdade, Vida e Amor – indissoluvelmente unidos – e para uma acção solidária. Como diz o poeta latino-americano Óscar Campana:
Se não há caminho que nos leve,
Nossas mãos o abrirão;
E haverá lugar para as crianças,
Para a vida e a verdade,
E o lugar será de todos
Em justiça e liberdade.
Se alguém se anima, avise,
Seremos dois para começar!
Que este apelo do poeta desperte, na sociedade e nas comunidades cristãs, o empenho para dar apoio concreto às mulheres em situação dramática e proporcionar acolhimento aos bebés que nascem em situações desfavoráveis.
Com humildade, mas com firmeza, continuaremos a propor o valor imenso da vida humana. A defesa da vida com os meios da paz, com a convicção e o testemunho, com os meios duma democracia plural é uma dívida de honra para com o avanço da nossa civilização em ordem a um humanismo integral e solidário. A todos vós confio, pois, um mandato: Sede sentinelas da dignidade e do futuro da vida humana em todas as suas fases e circunstâncias, desde o seu primeiro instante até ao seu ocaso! Não tenhais medo nem vergonha de ser paladinos da simpatia, da estima e do amor por toda a vida humana!
 Santa Mãe do Redentor e Mãe espiritual da humanidade:
 A Ti dirigimos com confiança a nossa oração, para que se desenvolva nas consciências, sobretudo no nosso continente europeu, o sagrado respeito pela vida de cada ser humano, em todas as suas fases, desde o seu primeiro instante até ao seu ocaso.
O Evangelho diz-nos que, à Tua saudação, o menino saltou de alegria no seio de Isabel.
Nós interrogamo-nos diante de Ti: saltam de alegria os meninos da Europa no seio de suas mães?
Saltam todos de alegria com a esperança da vida que vem de um amor que os acolhe, de uma ternura que os recebe? Que recebe inclusive aqueles que poderiam nascer com dificuldade, em situações penosas para a família?
Está presente nos meninos da Europa, que estão no ventre materno, esta esperança de que nós estamos a preparar para eles um futuro de amor, de acolhimento, de paz?
É isto o que perturba o nosso ânimo, ó Maria, ao pensarmos nesta Europa que envelhece, nesta sociedade farta mas desencantada, que tem medo de viver e dar vida.
Faz, ó Mãe, com que este salto de alegria no seio materno seja para todos um salto de esperança e confiança de que existe uma humanidade boa, sã e corajosa; de que existem pais e mães capazes de receber os filhos com amor; de que, onde há uma situação difícil, há também comunidades cristãs e sociedades dispostas a cuidar do futuro daqueles que estão para vir à luz do mundo.
Faz, ó Maria, com que a Europa não olhe só para o passado, não pense só na sobrevivência de um mundo de idosos; mas que dirija os seus olhos, com alegria, confiança e generosidade, para um futuro cheio de novas vidas humanas.
E, por isso, ensina-nos, ó Maria, a viver com serenidade a nossa vida; a fazer com alegria os sacrifícios quotidianos, a aceitar alegremente as pequenas renúncias que temperam o corpo e o espírito e dão sabor à existência; a ser solidários com todos os que sofrem as angústias da vida.
Confiamo-nos a Ti, queremos deixar-nos conduzir por Ti; e o Teu Coração terno e materno, o Teu Imaculado Coração nos inspirará a amar, proteger, defender e servir a vida, a paz e a justiça em toda a humanidade. Ámen!
                                                                                                                     †António Marto, Bispo de Leiria-Fátima

 
DIA 12 de JANEIRO: Toda a vida pede amor!

Terminou há momentos (24h00) no Santuário de Fátima a habitual vigília de oração organizada no âmbito da celebração dos 90 anos das Aparições. Integrada na Peregrinação Mensal de Janeiro esta vigília teve como tema “Próximo é o que usa de Misericórdia” e foi sobretudo uma oração pela vida humana.
Participaram na vigília; que se iniciou com a oração do Rosário na Capelinha, seguida da Adoração ao Santíssimo Sacramento, na Basílica do Santuário; cerca de 900 pessoas.
Presidida por D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima, a noite de oração foi concelebrada por outros seis prelados: D. António Montes, bispo de Bragança-Miranda e vice-presidente da CEP; D. Manuel Clemente, bispo auxiliar de Lisboa; D. Jacinto Botelho, bispo de Lamego; D. Manuel Felício, bispo da Guarda; D. Amândio Tomás, bispo auxiliar de Évora, e  D. José Pedreira, bispo de Viana do Castelo.
A intenção principal desta noite foi apresentada logo no início, pelo Bispo de Leiria-Fátima, na Capelinha das Aparições: “Aqui, há 90 Anos, ecoa através de Maria um grito de amor, da parte de Deus, pela dor da humanidade, pela dor de muitos homens e mulheres que sofrem. Este grito ressoou por toda a terra, é o grito da misericórdia, da ternura de Deus, amante de toda a vida humana, desde o seu início até ao seu ocaso (…) Confiamos a Nossa Senhora, mãe da vida e dos videntes, esta grande causa da vida”.
À chegada à Basílica do Santuário, D. António Marto reiterou esta intenção: “Estamos numa vigília de oração a Deus, rico de misericórdia, amante dos homens, de todos os homens. Numa vigília de intercessão a Maria, mãe da vida, mãe dos videntes, mãe da misericórdia para este nosso mundo, intercedendo-lhe (para) que o seu grande amor por cada ser humano alcance o coração de todos os homens e mulheres neste momento da nossa história”.
Já durante a homilia, intitulada “Toda a vida pede amor”, o Bispo da Diocese de Leiria-Fátima lançou um apelo: «Cada pessoa, cada grupo, cada comunidade deve perguntar-se o que fez e pode fazer para pôr em marcha alguma iniciativa profética como consoladora mensagem de esperança em favor da vida humana”.

 
 Homilia na Vigília da Misericórdia de 12 de Janeiro 2007
Toda a vida pede amor
A parábola do Bom Samaritano que acabamos de escutar é uma página de extraordinária beleza e de altíssima espiritualidade, que “lança um feixe de luz sobre o mistério de Cristo”(J.P.II) e o mistério do homem.
 
O homem à beira do caminho: Ícone das feridas do mundo moderno
 Antes de mais, na história do homem que desce de Jerusalém para Jericó, assaltado, ferido e abandonado entre a vida e a morte, podemos ler a história da humanidade sofredora: do homem com todas as feridas do corpo e do espírito que desfiguram a sua humanidade; do homem violado nos seus direitos mais elementares; de todo o homem e mulher atingidos pela violência, pelos atentados à vida, pela marginalização, pelo abandono, pela indiferença, pela solidão. O homem ferido à beira do caminho é um ícone onde podemos contemplar as feridas do mundo moderno, da humanidade contemporânea. 
O Bom Samaritano, ícone da Misericórdia revelada em Jesus

Com este pano de fundo podemos compreender melhor a parábola do Bom Samaritano como um momento da revelação de Jesus e da sua missão. A parábola leva-nos a contemplar o mistério do Amor misericordioso de Deus que resplandeceu em Jesus Cristo e nos visitou na nossa terra.
No Seu caminhar entre os homens, em direcção a Jerusalém, cidade da paixão e da ressurreição, o Filho de Deus apresenta-se como o Bom Samaritano, aquele que se moveu de compaixão e se fez próximo do homem ferido.
Antes ainda de descrever os gestos concretos do samaritano, a parábola fala da “compaixão”, isto é, da misericórdia, da ternura divina que encheu o seu coração, a imensa ternura que Deus experimenta por cada homem. Trata-se de uma experiência intensa que lhe faz ver o homem numa luz nova e verdadeira, que lhe faz descobrir o mistério da dignidade divina no homem ferido e abandonado: descobre-o como irmão e faz-se próximo dele. Uma verdadeira paixão que se acendeu no seu coração e o levou a entregar-se ao projecto de amor que Deus tem sobre os homens.
Por isso, inclinou-se sobre o homem ferido e não o abandonou ao seu destino. Dedicou-lhe o seu tempo, a sua atenção, os seus cuidados, o seu dinheiro, a sua solidariedade. Cuidou dele, curou as suas feridas, restabeleceu-o na sua vida e na sua dignidade. 
“Vai e faz o mesmo”: toda a vida pede amor

O caminho do mestre é também o caminho dos discípulos, de um povo, da Igreja e da sua missão: “vai e faz o mesmo tu também”.
É um convite e um mandato a tornar-se próximo no amor, no cuidado e no serviço a todo o ser humano humana em cada idade e situação da sua vida: no início da vida nascente, na infância, na adolescência, na juventude, na adultez e na velhice; na família, na doença, na pobreza, na solidão, no abandono, nas dificuldades de ordem material e espiritual…
“Vai e faz o mesmo”, porque “a glória de Deus é o homem vivo” (santo Ireneu). E toda a vida pede amor! 
Pede amor a vida do homem caído,
Aquele a quem Tu, ó Cristo, restituis a dignidade esquecida.

Pede amor a vida escondida das crianças no seio materno,
E aquela vida cheia de alegria, de risos e simplicidade
De todas as crianças, daqueles pequenitos que Tu acolhes com ternura, Ó Cristo; 
Pedem amor os jovens, porventura errantes e desorientados, com as suas esperanças, os seus sonhos e as suas inquietações, neste tempo em que é difícil orientar-se e dar um projecto belo à vida;

Pedem amor as famílias, que constroem a sua vida com dificuldades, e que perante o espectro do desemprego clamam por solidariedade e justiça social; 
Pedem amor os idosos, os doentes, os portadores de deficiência e os sós, aqueles que vivem uma solidão esquecida por aqueles que os rodeiam;

Pede amor a pobreza envergonhada do nosso tempo…
Toda a vida pede amor… 
Pede amor a nossa vida,
A vida de cada um de nós,
Para partirmos, como bons samaritanos da vida, ao encontro do nosso irmão.
Cada pessoa, cada grupo, cada comunidade deve perguntar-se o que fez e pode fazer para pôr em marcha alguma iniciativa profética como consoladora mensagem de esperança em favor da vida humana.
 
Oração pela Vida

“Ó Maria, Aurora do mundo novo, Mãe dos viventes,
Confiamo-Vos a causa da vida.
Olhai, ó Mãe, para o número sem fim
De crianças a quem é impedido nascer;
De pobres para quem se torna difícil viver;
De homens e mulheres vítimas de inumana violência;
De idosos e doentes assassinados pela indiferença
Ou por uma suposta compaixão.
Fazei com que todos aqueles que crêem no Vosso Filho,
Saibam anunciar, com desassombro e amor,
O Evangelho da Vida aos homens do nosso tempo.
Alcançai-lhes a graça de o acolher como um dom sempre novo;
A alegria de o celebrar, com gratidão,
Em toda a sua existência;
E a coragem para o testemunhar com laboriosa tenacidade,
Para construírem, com todos os homens de boa vontade,
A civilização da Verdade e do Amor,
Para louvor e glória de Deus Criador”.
(Papa João Paulo II, Evangelium Vitae)
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07 jul 2024

Missa, na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima

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Missa

Rosário, na Capelinha das Aparições

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Terço
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