01 de março, 2013


À pergunta que faz o título deste Boletim Informativo, 96,2% dos católicos portugueses respondeu que já veio à cidade-santuário.
Do universo total dos inquiridos, que não incluiu apenas os católicos, 9,6% dos portugueses nunca esteve em Fátima.
Os dados são os do inquérito nacional “Identidades religiosas em Portugal: representações, valores e práticas”, patrocinado pela Conferência Episcopal e realizado pelo Centro de Estudos de Religiões e Culturas da Universidade Católica Portuguesa.
No contexto de todo o inquérito, realizado em outubro de 2011 aos portugueses (excluindo os da Madeira e dos Açores, uma vez que na primeira fase este trabalho apenas foi realizada em Portugal Continental), através de uma amostra aleatória de quase 4 000 entrevistados, constata-se ainda que 26,8% da totalidade dos portugueses, independentemente do credo religioso que professam, já esteve na cidade-santuário 16 vezes ou mais e que 26,6% esteve em Fátima entre 3 a 7 vezes.
“Poucos serão os lugares em solo luso que podem apresentar tão alta percentagem de visitas”, sublinhou recentemente o reitor do Santuário, padre Carlos Cabecinhas, ao comentar estes resultados em dois encontros realizados com os hoteleiros e responsáveis de casas religiosas que acolhem peregrinos (7 de fevereiro) e com comerciantes de Fátima (21 de fevereiro).
Para o Reitor do Santuário de Fátima estes resultados reflexo de uma realidade com que a Igreja se vem deparando nas últimas décadas: “os cristãos que perdem vínculos com a Igreja mantém-se, ainda assim, ligados a ela através de Nossa Senhora, continuam a viver a devoção a Maria”.
A inclusão específica de perguntas relacionadas com o Santuário de Fátima neste inquérito teve que ver, nas palavras do seu coordenador, Alfredo Teixeira, com a centralidade e singularidade do Santuário de Fátima nos itinerários crentes do país. 
“Tendo como objetivo traçar um retrato social das identidades religiosas em Portugal, não seria viável esquecer a centralidade e a singularidade do Santuário de Fátima nos itinerários de identificação crente, na sociedade Portuguesa”, afirma.
“O fenómeno de Fátima, em termos sociais, é importante não só para a caraterização da atual configuração do catolicismo, em Portugal, mas também para caraterizar as mobilidades e as diásporas portuguesas contemporâneas”, acrescenta o investigador.
No grupo dos “não crentes”, 9,6% já visitou Fátima. Quanto aos “crentes de outras religiões”, 0,7% já esteve na cidade.
Alfredo Teixeira destaca outras conclusões: “Globalmente, é na região Norte (38,9%) e na região de Lisboa e Vale do Tejo (33,1%) que encontramos mais inquiridos a responder que já foram a Fátima, mas é o Norte e o Centro que reúnem a população que se desloca a Fátima com mais frequência. O Algarve apresenta-se como a região continental que conta com menos deslocações (4,5%). O Algarve é a única região em que o grupo dos que nunca foi a Fátima se revela preponderante”.
Na sua leitura, “obviamente que para este contraste contribuem fatores que determinam tal deslocação, o primeiro deles, certamente, a distância – a contrario, é no Centro que encontramos a menor percentagem dos que nunca foram –. Por contraste, o Norte e o Centro são as regiões onde o conjunto dos que foram a Fátima “16 ou mais vezes” se apresenta mais saliente – mais uma vez, mas não exclusivamente, a distância é um fator a considerar. 
“É ainda possível observar os dados a partir das posições crentes e não crentes. Nos crentes não católicos, tendencialmente, as frequências baixam à medida que sobe o número de deslocações a Fátima. O comportamento dos números, no caso dos católicos, é inverso. Pode dizer-se que Fátima é, em geral, uma importante polaridade para as práticas de mobilidade dos habitantes do território continental português. Central para a identidade católica, mais difusa para outras posições e identidades religiosas”, observa Alfredo Teixeira.
“Que razões o levaram a Fátima?”
A resposta a esta outra pergunta do inquérito relacionada com Fátima sublinha outro aspeto: 70, 9% dos portugueses vai a Fátima em passeio. Já 24,5% vem à Cova da Iria para cumprir uma promessa, 20,8% para agradecer uma graça recebida e, em quarto lugar nas intenções da vinda a Fátima, está o acompanhamento de familiar ou amigo (19,5%).
“Fátima revelou-se também como lugar de visita além de destino de peregrinação, o que são dados motivadores”, considera o Reitor do Santuário de Fátima.
“Tendo em conta que se tratava de uma pergunta de resposta múltipla, as deslocações a Fátima apresentam-se multifuncionais. A razão preponderante é o ‘passeio’, mas essa razão pode articular-se com razões de outra ordem. O que se apresenta como mais significativo diz respeito ao facto de a deslocação a Fátima poder partilhar, de forma justaposta, significados explicitamente religiosos e outros mais próximos das lógicas do turismo e do lazer”, considera Alfredo Teixeira que sublinha que se a população católica for isolada não há uma alteração significativa nos indicadores já observados para a população em geral.
Como conclusão mais geral, o investigador sublinha que em termos de factores para a decisão da vinda a Fátima “à deslocação como peregrinação, ou no quadro de outras motivações religiosas, podem agregar-se pragmaticamente motivações mais próximas do lazer e do turismo – e este é um fenómeno que envolve globalmente os centros de peregrinação na eclesiosfera católica”.
LeopolDina Simões
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