13 de fevereiro, 2021

Padre Luís Kondor com a Irmã Lúcia

Irmã Lúcia morreu há 16 anos e caminha para a beatificação

A`positio´, o relatório sobre a vivência heróica das virtudes da fé está a ser ultimado

 

A irmã Lúcia de Jesus, vidente de Fátima, faleceu há 16 anos, e caminha agora para a beatificação, num processo que será longo  pelo facto de se tratar de  uma personalidade que viveu 97 anos, tendo-se correspondido com milhares de pessoas, entre os mais ilustres dirigentes do mundo e da Igreja aos anónimos fieis que a ela recorriam a pedir a sua oração.

“Para que Fátima crescesse há um sacrifício pessoal na vida de Lúcia, que foi profundíssimo. Foi alguém que abdicou de tudo, até da sua própria identidade”, sublinhou Helena Matos, jornalista, investigadora e autora da série documental da RTP "Fátima: Povo que reza",  no podcast #Fatima no Século XXI ao lembrar o que foi exigido à jovem vidente quando entrou no convento, desde o pedido para não falar de Fátima até à impossibilidade de obter o diploma da quarta classe porque o seu nome não poderia aparecer na pauta do exame.

“Deve ter sido algo brutal. Só uma pessoa com uma enorme capacidade de despojamento pode ter sido capaz de um feito destes, de assimilar isto tudo” refere Helena Matos que não poupa nos elogios à personalidade da vidente, cujo processo de beatificação decorre em Roma.

“Nós costumamos valorizar muito ativistas, sobretudo quando são mulheres, mas diante de Lúcia temos de perceber que ela tem algo de muito mais especial: tem uma força, uma determinação e um carisma inigualáveis” apesar de ter sido depreciada pela imprensa da altura, e até pela própria família, sobretudo a mãe, com quem mantinha uma relação tensa, como destaca Helena Matos que frisa a importância da verdade e da mentira na história de que é tecida a vida da religiosa carmelita.

“Apavorada pelo facto de a mãe não acreditar nela, Lúcia vai sentir uma necessidade de provar a verdade constantemente. Esta é a sua luta”, refere.

“A Lúcia é uma sobrevivente: da doença, que dizima os primos, e de uma história da qual é a protagonista “; no entanto “um protagonismo que implica que ela se apague por completo”.

“Ela não tem necessidade de agradar, de dizer coisas para que as pessoas gostem dela; ela diz as coisas que acha que tem de dizer, com frontalidade e isto, ao longo de uma vida, implica uma determinação muito grande” e “não tem nada a ver com um fenómeno contemporâneo dessa altura que era o elogio das crianças prodígio”.

“Esta personalidade precisa, e o tempo certamente garantirá a distância necessária, que se faça um estudo mais aprofundado , porque é, sem dúvida, uma das pessoas mais marcantes do século XX português. E como é que ela conseguiu isso, estando em locais fechados, não comunicando diretamente com o mundo, é a grande questão” refere. Aliás, “ainda não consegui encontrar uma resposta para uma questão que tenho desde que investiguei tudo isto: o que seria Fátima se Lúcia não tivesse partido?”.

Lúcia Rosa dos Santos, mais tarde a Irmã Maria Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado, faleceu a 13 de fevereiro de 2005, aos 97 anos de idade, depois de várias décadas vividas em clausura no Carmelo de Coimbra.

O processo de canonização teve início em 2008, apenas três anos após a sua morte, tendo na altura o agora Papa emérito Bento XVI dispensado que se  era  filha de António dos Santos e de Maria Rosa, nasceu em Aljustrel, no dia 28 de março de 1907. Foi batizada no dia 30 de março de 1907, Sábado de Aleluia, na Igreja paroquial de Fátima.

Recebeu a primeira Comunhão na sexta-feira 30 de maio de 1913, festa do Sagrado Coração de Jesus.

No ano seguinte, começou a pastorear o rebanho da família.

Em 1916, com os seus primos – os Santos Francisco e Jacinta –, Lúcia é três vezes visitada pelo Anjo.

As suas vidas mudariam em 1917, com as seis Aparições de Nossa Senhora, entre maio e outubro.

No dia 16 de junho, parte para o Porto, onde – no dia seguinte – ingressa no Asilo de Vilar, onde completará a sua instrução primária.

O Bispo de Leiria, D. José Alves Correia da Silva, crisma-a no dia 24 de agosto de 1925. Passados dois meses, Lúcia parte para a Galiza, onde inica o postulantado no Instituto das Irmãs de Santa Doroteia, refere a sua biografia disponibilizada na página da Postulação.

Viverá entre Pontevedra e Tui até 1946. Serão três as aparições na Galiza: de Nossa Senhora [1925] e do Menino Jesus [1926, em Pontevedra]; e da Santíssima Trindade e de Nossa Senhora [1929, em Tui]. É na Galiza que escreve as quatro primeiras Memórias: a primeira em 1935, a segunda em 1937, a terceira e a quarta em 1941. Escreve a terceira parte do Segredo no princípio de 1944 e inicia a escrita de O Meu Caminho.

No dia 16 de maio de 1946 regressa a Portugal, passando a viver no Colégio do Sardão. Nesse mesmo mês regressa a Fátima pela primeira vez desde que partira, em 1921.

Resultado de um desejo antigo e de uma infatigável persistência, no dia 25 de março de 1948, Lúcia entra no Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra.

Aí permaneceu até ao dia em que faleceu, a 13 de fevereiro de 2005. Por sua expressa vontade, os seus restos mortais ficaram sepultados no Carmelo de Coimbra durante um ano, após o qual, a 19 de fevereiro de 2006, foram transladados para a Basílica de Nossa Senhora do Rosário em Fátima.

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