18 de fevereiro, 2015

 
Reitor do Santuário de Fátima presidiu à Vigília de Oração, na qual lembrou que a santidade é um dom que é oferecido a todos.
Irmã Lúcia evocada em Coimbra
A iniciativa coube às irmãs carmelitas do Mosteiro de Santa Teresa. Na tarde e na noite de 13 de fevereiro, no 10.º aniversário do falecimento da Serva de Deus Irmã Lúcia, o convento carmelita de Coimbra realizou um momento evocativo da vida e da obra da Irmã Lúcia, vidente de Fátima. O programa evocativo foi aberto a todos os interessados, realizou-se na igreja do Carmelo de Coimbra e foi bastante participado, inclusive pelas religiosas carmelitas que se juntaram, a partir do coro, a todos os participantes e que tiveram ao seu cuidado a animação musical de todo o programa.
A tarde teve início com o acolhimento pelo padre Aníbal Castelhano, vice-postulador da Causa da Irmã Lúcia, e prosseguiu com a conferência “O século de Lúcia: do silêncio da clausura ao silêncio da historiografia”, apresentada por Marco Daniel Duarte, diretor do Serviço de Estudos e Difusão do Santuário de Fátima, que destacou o relevo do estudo dos escritos de Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado para uma melhor compreensão do século XX. Isto porque, no entendimento de Marco Daniel Duarte, historiador, a irmã Lúcia “é a protagonista de uma história ainda por fazer”, ainda que “o século de Lúcia seja bem mais do que o século XX”.
Marco Daniel Duarte lembrou o impacto das aparições e dos seus protagonistas – Lúcia, Francisco e Jacinta - no próprio desenvolvimento local: “Por causa deles, chegam [a Fátima] os automóveis, as fotografias, a eletricidade, […], mais cedo do que a outros lugares”.
Enquanto “personalidade histórica, que nasceu em Aljustrel e morreu em Coimbra”, Lúcia “deixou, por isso, memória viva na comunidade em que viveu, na sociedade em que agiu”.
Em termos de crítica histórica e de historiografia contemporânea, o conferencista destacou a importância do estudo da biografia da Irmã Lúcia. A sua biografia é “um manancial de informação”, afirmou Marco Daniel Duarte, referindo que se tem construído “o que podemos começar por designar um silêncio epistemológico em torno a figura de Lúcia”, a carecer de um maior interesse por parte dos investigadores.
Motivo de muitas notícias, a Irmã Lúcia, afirmou Marco Daniel Duarte, “escreveu muito, vários tipos de textos, alguns de carater mais pragmático e outros de intencionalidade muito clara, programaticamente clara, ainda que, na maioria, escritos no estrito cumprimento do voto de obediência”. E isto sobre temáticas tão diferentes como, entre outras, transportes, comunicações, arte.
Momento significativamente apreciado nesta conferência foi a leitura de alguns extratos das cartas escritas pelo punho da religiosa carmelita.
Uma vida na Luz e para a Luz
 “Lúcia de Jesus: uma vida na Luz e para a Luz” foi o título da conferência que se seguiu, proferida pela irmã Ângela de Fátima Coelho, vice-postuladora da Causa da Irmã Lúcia, que recordou alguns dos testemunhos proferidos ou escritos por ocasião da morte da Serva de Deus, a 13 de fevereiro de 2005. A irmã Ângela Coelho lembrou também as exéquias, o dia de luto nacional, decretado pelo então presidente da República Jorge Sampaio, para 15 de fevereiro de 2005, e isto para sublinhar que a morte de Lúcia foi “sentida com o coração pelo país, pela sociedade internacional e pela Igreja”.
“Milhares de manifestações de carinho e de saudade se fizeram sentir, desde a gente mais humilde e simples, passando por figuras da política e da cultura portuguesa e da Igreja, mas destaco sobretudo as palavras de João Paulo II ao bispo de Coimbra no dia seguinte à morte da Lúcia: com profunda emoção, tomei conhecimento de que a Irmã Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado foi chamada (…) foi chamada pelo Pai celestial para a mansão eterna do Céu. Ela assim atingiu a meta para a qual sempre aspirou na oração e no silêncio do convento”.
“Seria interminável explicitar toda a cobertura que os meios de comunicação social fizeram, quer no seu funeral, quer na sua transladação para o Santuário de Fátima, um ano mais tarde. Os meios de comunicação social gravaram e testemunharam os milhares e milhares de fiéis que acompanharam as celebrações”, lembrou.
“Apesar de ter vivido na sombra, durante toda a sua vida adulta”, Lúcia, “merece uma tal atenção e carinho na hora da sua morte”, afirmou a irmã Ângela Coelho, recordando as flores, as cartas e os e-mails que, “de todo o mundo”, chegaram nesses dias ao Carmelo de Coimbra.
Num segundo momento a Irmã Ângela Coelho lembrou as principais marcas da espiritualidade da Irmã Lúcia: “a entrega a Deus”, “o amor à Santíssima Trindade e à Eucaristia” e a “consagração a Deus para difundir a mensagem de Fátima”.   
A evocação da Serva de Deus Irmã Lúcia continuou depois com uma parte celebrativa, com a Eucaristia, presidida pelo padre Joaquim Teixeira, provincial dos Carmelitas Descalços, e, durante a noite, com a Vigília de Oração, presidida pelo padre Carlos Cabecinhas, reitor do Santuário de Fátima.
Na Eucaristia, o presidente da celebração deu graças a Deus “por este raio de luz que passou entre nós”, a Irmã Lúcia, e colocou a sua vida e espiritualidade lado a lado com a figura de Santa Teresa de Jesus, fundadora da Ordem Carmelita e que Igreja lembra este ano de modo particular, com a celebração do V Centenário do Nascimento. Considerou-as “dois luzeiros de santidade para toda a Igreja e para todo o mundo”, ambas com “vidas entregues todas a Deus”, ambas “tocadas por Deus e pela Mãe de Jesus” e ambas com “grande amor à Igreja, sentindo-se filhas de Deus”. Ambas, lembrou o sacerdote, "experimentaram também o sofrimento da perseguição".
Sobre a Irmã Lúcia e sobre os seus primos, os beatos Francisco e Jacinta Marto, o padre Joaquim Teixeira recordou-os como testemunhos “da fidelidade a Deus a toda a prova” e “da confiança no amor de Deus” e na promessa deixada por Maria em Fátima: “O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá a Deus”.
LeopolDina Simões
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