24 de abril, 2009
BOLETIM INFORMATIVO, 60/2009, de 24 de Abril de 2009, 18h35 1º Congresso de Antigos Alunos dos Seminários de Portugal Inquérito revela por onde andam e o que fazem os antigos seminaristas portugueses 24-26 de Abril, Centro Pastoral Paulo VI, Santuário de Fátima No âmbito do programa do 1º Congresso de Antigos Alunos dos Seminários de Portugal, foram apresentados esta tarde em Fátima os resultados de um inquérito levado a cabo pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (CESOP) da Universidade Católica. Este trabalho pretende dar a conhecer quem são, por onde andam, porque entraram no seminário e o que pensam os antigos seminaristas de Portugal sobre alguns temas da actualidade. João António, coordenador do inquérito, e que apresentou os dados, conclui que os resultados revelam que a opção da entrada no seminário “tem a ver com a possibilidade de subir na vida, de obtenção de maior instrução, para se ter acesso a profissões melhores, mas também há um grande realce para perspectiva da procura de uma formação de valores, de uma formação humana”. Sobre o papel dos seminários na vida da sociedade actual, 78% dos padres e 44% dos leigos sublinha a importância do trabalho que desenvolvem estas instituições para o discernimento vocacional dos seminaristas, e, em segundos níveis, é também reconhecido como factor de relevo o facto de os seminários proporcionarem a descoberta do sentido do outro e da missão da Igreja e possibilitarem o desenvolvimento crítico e a capacidade de realização. Em relação aos inquiridos que seguiram o sacerdócio, 81% realça como aspectos positivos da sua experiência no seminário a camaradagem, a amizade e a vida em comunidade e também possibilidade de discernimento e crescimento da fé e da vocação. Como aspectos negativos 32% fala da disciplina, da austeridade e do rigor. Quanto aos leigos, e em relação aos aspectos negativos, 21 % fala do isolamento, 18% da disciplina e austeridade, e de forma positiva sublinha a qualidade de estudo e do ensino. Os leigos antigos seminaristas inquiridos são professores (19%), gestores ou empresários (13%), advogados, juízes, magistrados, procuradores (total de 10% nesta profissões na área do Direito) e, entre outras profissões menos representadas, bancários (9%). 52% dos agregados familiares de antigos seminaristas (leigos), tem um rendimento mensal líquido superior a 2.500 euros por mês. 84% é casado pela Igreja Católica, e 89% tem dois filhos. 89% dos filhos de antigos seminaristas leigos não pretende frequentar os seminários, segundo referiram os pais em resposta ao inquérito. Quanto aos sacerdotes, 56% são párocos e, em termos de rendimento, 52% aufere mensalmente entre 450 a 900 euros. 85% dos padres e 43 % dos leigos pertence a uma associação de antigos alunos. Chamados a reflectir sobre aquilo que pensam da actual organização da Igreja, 47% dos leigos e 32% dos padres consideram-na “demasiado centralista” e 36% inadequada às realidades do mundo contemporâneo. Politicamente falando, 59% dos leigos e 47% dos padres opta pelo regime republicano. Para concretização deste inquérito foi realizada uma sondagem por telefone que consistiu em entrevistas de aproximadamente 20 minutos a antigos seminaristas de todo o país. “Estão pouco representados neste inquérito aqueles que se afastaram completamente do seminário e de tudo o que lhe é relacionado”, informa o responsável do CESOP. Os sacerdotes inquiridos foram seleccionados do Anuário Católico e os leigos através das associações de antigos seminaristas. Em relação às idades, foram entrevistados antigos seminaristas entre os 23 e os 90 anos, no entanto a maioria nasceu nas décadas de 40 e 50. A equipa de investigação confirma a elevada taxa de participação no inquérito, o que considera que “é revelador do interesse pelo tema”. LeopolDina Simões, Sala de Imprensa |