13 de setembro, 2016

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Igreja tem de estar atenta a famílias em «situações dramáticas» diz bispo de Setúbal

D. José Ornelas de Carvalho pede “mais espaço para o acolhimento e solidariedade”, sobretudo para com os que sofrem

 

O bispo de Setúbal afirmou hoje na Missa que encerra  a Peregrinação Internacional Aniversária de setembro, em Fátima, que as comunidades católicas e a igreja em geral têm de estar atentas às famílias em “situações dramáticas”.

“Maria convida-nos a olhar para as pessoas e para os casais nestas situações dramáticas de rutura, de violência, de manipulação, de abusos, não em postura de julgamento, para condenar e estigmatizar, mas em atitude fraterna, para compreender”, declarou D. José Ornelas de Carvalho, na homilia da Missa oficial da Peregrinação Internacional Aniversária de setembro, que termina hoje na Cova da Iria e assinala a quinta aparição de Nossa Senhora aos Pastorinhos.

O prelado disse aos peregrinos que devem imitar a atitude da Virgem Maria e olhar “com solidariedade e misericórdia” para as famílias “em rutura”, por falta de meios económicos e, sobretudo, “por falta de amor”.

As palavras do bispo de Setúbal desafiaram os peregrinos presentes a serem capazes de, com as suas atitudes, construir uma sociedade nova, baseada em relações humanas “carinhosas e misericordiosas”, no âmbito da família, da Igreja e da sociedade ao invés de uma sociedade de fachada e de fingimento.

“Este é o caminho que a Igreja está a tentar percorrer e que, nestes últimos anos, o Papa Francisco nos vem recomendando, no seguimento da reflexão do último sínodo” sobre a família, assinalou D. José Ornelas de Carvalho.

O bispo de Setúbal referiu-se, em particular, às situações que terminam com a separação e com o divórcio, citando o Papa na Encíclica pós sinodal A Alegria do Amor para sublinhar que estes católicos “não estão excomungados”.

“Aprendamos, antes de mais, e demos espaço ao acolhimento, à solidariedade e ao encorajamento à vida e à ternura nas nossas famílias, nas suas horas felizes e, sobretudo, quando sentem o peso das dificuldades e das crises”, apelou ainda elogiando, por outro lado, o amor dos que até ao fim da vida “renovam, com carinho, a alegre partilha do amor que guiou a sua existência”.

D. José Ornelas convidou a uma mudança de relacionamentos, na família, na sociedade e na Igreja, onde “tantas vezes falta o vinho do amor, da ternura, da solidariedade”.

“A esta Igreja que, tantas vezes, organiza solenes celebrações, ritualmente perfeitas, mas onde falta o vinho da cordialidade, da atenção aos que sofrem a fome, a negligência e o abandono. Também para esta nossa Igreja, Maria olha com carinho preocupado, para nós que a constituímos. O seu olhar de mãe atenta e misericordiosa soa como desafio e encorajamento”, afirmou o bispo de Setúbal.

“Não é uma receita rápida, nem uma aplicação simples para telemóvel. Tem a ver com o coração, com a atitude de vida, a começar pelo modo de olhar e terminando na conjugação do verbo amar. É um segredo que só se aprende fazendo”, precisou.

A “receita” apresentada é válida para cada família doméstica, que enfrenta problemas, mas também para a Igreja que “ é chamada a ser família de solidariedade e de atenção aos mais carenciados, desiludidos e feridos”, adiantou ainda.

Na homilia referiu-se ao exemplo de santidade de Teresa de Calcutá, “mulher simples, mulher peregrina do mundo e das culturas” numa “autêntica atenção aos mais pobres”.

Destacando que uma peregrinação a Fátima é sempre um “convite a olhar para a nossa vida pessoal, familiar e eclesial, ajudados pela Palavra de Deus e pelo olhar lúcido e carinhoso de Maria” também hoje somos desafiados a olhar “com atenção para o jogo dos nossos relacionamentos, na família, na escola ou no trabalho, na vida social ou da comunidade cristã, deixando-nos iluminar pelo relacionamento fundamental com Deus, fonte da vida, da felicidade e da esperança”.

“Que nesta peregrinação, Maria, nossa Mãe e Mãe da Igreja, nos ajude a conjugar na vida, sobretudo nas nossas relações familiares e nas nossas comunidades cristãs, o verbo do amor, da misericórdia, do vinho novo que dá vida, alegria e esperança”, concluiu.

A peregrinação internacional aniversária de setembro ao Santuário de Fátima teve como tema, este ano, ‘Alegremo-nos e façamos festa’.

O tema que  inspirou esta peregrinação foi a oportunidade para a palavra final que o bispo de Leiria-Fátima, como é habitual, deixou no final da celebração.

"Trata-se de um convite a alegrarmo-nos pela misericórdia e pelo amor de Deus que nos chega através de Nossa Senhora e da sua mensagem”, disse o bispo de Leiria- Fátima.

D. António Marto deixou ainda um voto de bom ano letivo para os mais novos. 

A missa que encerra a Peregrinação Internacional Aniversária de setembro foi concelebrada por 111 sacerdotes e quatro bispos e nela participaram, pelo menos, 33 grupos de peregrinos oriundos de vários países (África do Sul, India, Egipto, Austrália, Guiné Conakry, Estados Unidos, Irlanda, Espanha, Itália, Polónia Eslováquia, reino Unidos, Alemanha, França e Filipinas bem como de Portugal) que se inscreveram no Serviço de Peregrinos do Santuário de Fátima.

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