12 de julho, 2009

12 de Julho, domingo 
Missa do domingo XV do tempo comum

Caríssimos irmãos e irmãs em Cristo
1.   Nesta vigília de oração e adoração ao Senhor nosso Deus imploramos da Mãe do Céu que nos acompanhe, com o seu desvelo e carinho, como o fez com os Apóstolos reunidos no Cenáculo. 
Também o Santo Padre o Papa Bento XVI está aqui presente, espiritualmente, nestas celebrações da Peregrinação Internacional Aniversária. Como seu Representante, é para mim uma alegria imensa presidir a esta solene celebração.
Os textos da liturgia da Palavra deste Domingo têm como tema o anúncio de Deus e o envio dos seus mensageiros. Estamos, pois, perante o tema da evangelização. De facto, na primeira leitura encontramos o profeta Amós a responder ao sacerdote de Betel: «Foi o Senhor que me tirou da guarda do rebanho e me disse: Vai profetizar ao meu Povo de Israel» (Amós 7, 15). E no Evangelho Marcos diz que «Jesus chamou os doze  Apóstolos e começou a enviá--los dois a dois» (Mc 6, 10), e «Os Apóstolos partiram e pregaram o arrependimento, expulsaram muitos demónios, ungiram com óleo muitos doentes e curaram-nos» (Mc 6, 10-13).
2.  Amós é um profeta extraordinário. Os seus temas são candentes: os crimes de guerra, cometidos quer pelos inimigos, quer pelos próprios judeus; a imensa injustiça social, resultante de um progresso que enriqueceu mais os ricos, mas aumentou a miséria dos pobres; a religião de fachada, expressa em cerimónias faustosas custeadas pelos ricos, mas vazias de fidelidade e de amor. Por isso o profeta não poupa críticas ao próprio rei. Isto suscita a indignação de Amasias, sacerdote de Betel: «Vai-te daqui, vidente, (…) aqui é o santuário real, o templo do reino» (cf. Amós 7, 12-15).
Caríssimos irmãos e irmãs,
Quantas vezes o anúncio da Palavra de Deus incomoda. Ontem como hoje. Mas nem por isso podemos resignar-nos ao silêncio cómodo de quem prefere não anunciar. O mandato do Senhor é claramente de envio e de anúncio.
3.   Na Sua última aparição depois da Ressurreição, antes de subir ao Céu, Jesus disse aos Onze: «Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura» (Mc 16, 15).
 
Como baptizados, não podemos deixar de anunciar aos homens, explicitamente, com a nossa palavra e, sobretudo, com a nossa vida e o nosso exemplo, as verdades e os valores eternos que o Senhor Jesus proclamou durante a sua vida pública: as verdades sobre Deus, Que é único e só a Ele devemos adorar; e as verdades sobre o homem, criado à imagem e semelhança de Deus, varão e mulher, com igual dignidade, complementares, filhos de Deus no Filho Unigénito, Jesus Cristo, herdeiros de um destino eterno de felicidade.
O mandato do Senhor: «Ide e fazei discípulos de todas as nações», é o dinamismo missionário mais profundo que manifesta a força do Espírito na Igreja. O Senhor deseja ardentemente atrair todos os homens a Si: «Quando for elevado da terra, atrairei todos a mim». (Jo 12, 32).
E o caminho eclesial desta atracção é a força do anúncio e do testemunho dos que acreditam e da novidade da vida da graça, vivida em comunidade. A disponibilidade para a missão será sempre uma das principais manifestações da vitalidade da Igreja.
 
É urgente que os membros das comunidades paroquiais, dos movimentos, das famílias religiosas e dos institutos seculares se disponham a partir, para a cidade dos homens, participando na evangelização com a convicção de que a missão da Igreja tem de ser obra de todos os cristãos.
Mas, sem excluir a generosidade do envio para a missão «ad gentes», para as terras longínquas, de todos aqueles e aquelas que desejam partir para servirem temporária ou definitivamente outras Igrejas, precisamos todos de nos mobilizar permanentemente para a missão junto de nós: nas famílias, no trabalho, na praça pública, enfim, em todos os lugares por onde passa a nossa vida quotidiana.
4.   Irmãs e irmãos,
O extraordinário “prólogo” da carta aos Efésios, proclamado na segunda leitura (Ef 1,3-14), com sentido de surpresa e maravilha nos revela o projecto de salvação que desde sempre Deus tem perante Si e manda prosseguir na história «para se realizar na plenitude dos tempos: instaurar todas as coisas em Cristo, tudo o que há nos Céus e na terra» (v. 10), isto é, toda a realidade criada, nela incluído o mundo dos anjos (cf. 4,10).
Em Cristo, Palavra e Sabedoria eterna do Pai, feito Homem por obra do Espírito Santo no seio virginal de Maria de Nazaré, morto na cruz e ressuscitado ao terceiro dia, sentado à direita de Deus Pai, o Vivente, o Alfa e o Ómega, o Primeiro e o Último, o Principio e o Fim (cf. Ap 22, 13), tudo se reorganiza em unidade e toda a criação deve tornar a reconhecer, n’Ele, o senhorio de Deus Criador, Senhor único do universo.
Mas este grandioso desígnio de salvação efectua-se mediante a indispensável colabora-ção dos homens, chamados à fé em Cristo pela força do Espírito, que guia, estimula e ilumina a Igreja, para que alcance, ainda que fatigada-mente, percorrendo com Cristo o caminho da cruz, as metas queridas por Deus: «Foi n’Ele que vós também, depois de ouvirdes a Palavra da verdade, o Evangelho da vossa salvação, abraçastes a fé e fostes marcados pelo Espírito Santo. E o Espírito Santo prometido é o penhor da nossa herança, para a redenção do povo que Deus adquiriu para louvor da Sua glória» (Ef 1, 13-14). 
5.   Concluo: a presença particularmente forte e sentida de Nossa Senhora neste Santuário é para nós, fiéis discípulos do Senhor, garantia de que não estamos sós: connosco vai Maria. E Maria conduz-nos a Jesus, o Salvador único de todos os homens, o rosto humano de Deus, Criador Omnipotente e Pai Misericordioso.
 
Percorramos, caríssimos irmãos, os caminhos da nossa vida, anunciando, sem desfalecer, a misericórdia e o amor de Deus.
Confiemos à Senhora do Rosário de Fátima, a Seu Imaculado Coração, o esforço do anúncio e a vitória da fé.
Ela o tem prometido: «Por fim o meu Imaculado coração triunfará».
Ámen.
 
 
+ Rino Passigato
Núncio Apostólico
 
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