13 de maio, 2007

Homilia do Cardeal Sodano Legado Pontifício  às celebrações do 90.º aniversário das Aparições de Nossa Senhora em Fátima
(Fátima, 12 de Maio de 2007)
 
 
Fátima: Uma mensagem de esperança
 
Amados Irmãos e Irmãs no Senhor,
Há pouco unimos nossas vozes em coro para aclamar, com as palavras do Salmo 66: «Louvado sejais, Senhor, pelos povos de toda a terra!», concluindo depois: «o Senhor nos dê a sua bênção; chegue o seu louvor aos confins da terra».
Vindos das mais diversas partes do mundo, animados com tais sentimentos, acorremos neste dia, em grande número, a este santuário mariano para adorar, louvar e suplicar ao Senhor pelas necessidades da Igreja e da humanidade inteira.
Com profunda alegria, também eu vim de Roma para me unir às vossas orações e vos trazer a saudação do Papa Bento XVI, que hoje - como sabeis -  se encontra no Brasil, noutro grandioso santuário mariano, o de Nossa Senhora Aparecida, e juntamente connosco canta as glórias de Maria Santíssima.
1) Uma comunidade em oração
Uma espécie de íman poderoso atrai a este lugar bendito multidões de peregrinos todos os anos, desde aquele já distante 13 de Maio de 1917, quando a Mãe de Deus quis aparecer aqui aos três pastorinhos: Lúcia dos Santos, Francisco e Jacinta Marto.
Sim, ao longo destes noventa anos, vieram a Fátima milhões de devotos, irmanados todos na mesma atitude de oração a Maria. Em particular, como não recordar a vinda a este Santuário do Papa Paulo VI, de venerada memória, no cinquentenário das aparições, a 13 de Maio de 1967?
E como não mencionar as três visitas do saudoso Papa João Paulo II, que não se cansava de atribuir a uma especial protecção de Nossa Senhora a sua sobrevivência ao terrível atentado de 1981?
Também eu vim aqui, no dia 13 de Maio de 1992, presidir às celebrações do septuagésimo quinto aniversário das aparições de Maria Santíssima, tendo voltado depois várias vezes sempre atraído pelo carisma de Fátima que é um carisma de intensa oração e profunda comunhão eclesial.
Com estes sentimentos, saúdo a todos vós que, nesta noite santa, vos congregais à volta do altar do Senhor, a começar pelo venerado Pastor desta diocese, Dom António dos Santos Marto, e todos os demais concelebrantes. Uma hora de graça se cumpre, nesta noite, entre nós: juntos agradeçamo-la a Deus!
 
2) Um mundo novo
Meus irmãos, também a liturgia do tempo pascal nos leva, neste momento, a olhar para o alto, para as «coisas lá de cima», para usar uma expressão cara ao Apóstolo Paulo (Col 3, 1).
De facto, a Igreja faz-nos contemplar hoje, na segunda leitura da Missa, a Jerusalém celeste, maravilhosamente descrita no Apocalipse do Apóstolo João. É uma cidade resplandecente com a glória de Deus, imagem daquela pátria que anelamos como nossa morada eterna.
Cada vez mais perto desta meta, nos deixam os sucessivos dias da nossa peregrinação terrena, confiantes na graça do Senhor e na materna intercessão da Virgem Maria.
Aliás, será também Ela, a nossa Mãe, que nos há-de introduzir diante do seu Filho, no termo da nossa existência terrena. Com razão, A invocamos na Ladainha lauretana como «Porta do Céu», «Janua Coeli». Na minha diocese de Asti, na Itália, existe um lindo santuário dedicado a Maria sob o título «Porta dei Paradiso», «Porta do Paraíso». E, com esta visão de esperança, todo o cristão pode olhar para Maria. Sim, por meio de Maria sempre iremos a Jesus, «per Mariam ad Jesum»!
 
 
 
3) Um mundo de paz
Por sua vez, o Evangelho desta Eucaristia do tempo pascal recordou-nos a herança que nos legou o Senhor: «Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz» (Jo 14,27). Trata-se de um dom que nos enche o coração de santa alegria, mesmo no meio das provações do nosso caminho quotidiano para a casa do Pai.
Mas é um dom que devemos guardar zelosamente porque é uma realidade frágil, exposta a mil perigos. Por isso, a Igreja convida-nos a rezar para sabermos corresponder a esta graça. Mais ainda, a Igreja convida-nos a implorar este dom da paz pela intercessão de Maria Santíssima, Rainha da Paz.
Aqui reunidos neste abençoado Santuário de Fátima, queremos pedir a Maria que conceda ao mundo inteiro o dom excelso da paz. A guerra assola em várias regiões do mundo; há conflitos entre grupos étnicos e rivalidades no seio de numerosos povos.
É com redobrada confiança que nos unimos hoje ao redor de Nossa Senhora de Fátima para Lhe confiar os destinos desta "nossa pobre e desorientada humanidade. Ao cantar a «Salve Regina», nós invocamo-La como mãe de Misericórdia. Confiados, pois, na sua materna intercessão e cientes das mensagens que aqui nos fez em suas aparições, entreguemos-Lhe hoje o mundo inteiro. Porque, no fim, o seu Imaculado Coração triunfará! Com esta visão de esperança, é possível olhar, serenos, para o futuro.
4) Conclusões
Deste modo, irmãos e irmãs muito amados no Senhor, a solução que temos ao nosso alcance é renovar o acto de entrega da humanidade inteira a Maria; façamo-lo com as palavras que o Servo de Deus João Paulo II pronunciou aqui, precisamente no dia 13 de Maio de 1991: «Uma vez mais nos dirigimos a Vós, Mãe de Cristo e Mãe da Igreja [. . .]: Monstra Te esse Matrem! Sim, continuai a mostrar-Vos Mãe para todos, porque o mundo tem necessidade de Vós! [. . .] A Vós, com confiança, todos nos consagramos. Convosco queremos seguir Cristo».
E Maria certamente Se revelará a nós na plenitude da sua maternidade, se A soubermos invocar sempre com amor de filhos. Amen
FIM
 
 
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