28 de abril, 2022
“Hoje vivemos num tempo particularmente desafiador porque tudo está a mudar, inclusive os próprios meios de comunicação”III Jornada de Comunicação do Santuário de Fátima contou com mais de uma centena de inscritos
O Santuário de Fátima acolheu hoje a III Jornada de Comunicação do Santuário de Fátima, que contou com mais de uma centena de inscritos. D. José Ornelas de Carvalho, bispo da diocese de Leiria-Fátima, no encerramento dos trabalhos lembrou que “não há leituras inocentes da história, há sim leituras que se fazem por aquilo que são, e também daquilo que a gente entende da história”. “É interessante que através da comunicação conseguimos perceber como a história se viveu e foi mudando, foi evoluindo”, acrescentou, dizendo ainda que “hoje vivemos num tempo particularmente desafiador porque tudo está a mudar, inclusive os próprios meios de comunicação”. Fátima “tem dimensão internacional, e falar da Voz de Fátima é falar de uma Fátima que fala ao mundo em diversas línguas e linguagens, culturas e meios de comunicação”. Ainda na sessão de encerramento, Marco Daniel Duarte, Diretor do Departamento de Estudos do Santuário de Fátima, considera que “página a página, coluna a coluna, imagem a imagem, legenda a legenda, crónica a crónica, editorial a editorial, o jornal Voz da Fátima tornou-se um lugar monumental de informação, condizente com o lugar que quis comunicar e não raras as vezes extravasou os muros que afinal o Santuário de Fátima não tem”. “Às linhas das colunas do jornal correspondem rostos daqueles que escreveram, e daqueles que leram e ouviram ler”, reiterou, expressando ainda o “valor intangível que imprensa empresta à humanidade”. Antes, os participantes puderam visionar o documentário “Páginas de Fátima”, da autoria de Joaquim Franco. No final, o jornalista lembrou que mesmo numa “abordagem racional ao fenómeno religioso, é inevitável olhar para Fátima”. Joaquim Franco, numa perspetiva jornalística falou das inúmeras abordagens que se podem fazer acerca do mensário, revelando ser possível fazer “1195 reportagens – uma por cada edição - deste género porque cada um dos jornais é potencial de história”. Assim há que salientar a “importância da memória e da reconstrução da memória no exercício jornalístico, num tempo em que vivemos a grande velocidade no exercício jornalístico, com espaço limitado, e a existência física da memória têm um elevado potencial jornalístico”. A tarde começou com um programa com duas mesas de debate em volta do tema "A agonia dos média de inspiração cristã: a transição para o digital ou a morte anunciada". A primeira refletiu sobre "os custos da conversão digital" e a segunda apresentou a análise de cinco casos concretos. A jornada formativa começou com uma apresentação do prefeito do Dicastério da Comunicação da Santa Sé, Paolo Ruffini. Mais de uma centena de pessoas assistiram presencialmente ou através da plataforma Zoom à Jornada de Comunicação, que ofereceu um programa que, no âmbito do Centenário do Jornal Voz da Fátima, a mais antiga publicação regular da instituição, pretendeu apresentar uma reflexão sobre o futuro da imprensa cristã, os desafios da transição digital e a importância do jornalismo de proximidade, atento à escuta de pessoas e causas concretas. |