01 de março, 2021

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“Hoje verificamos que há muita gente que comunga, mas não faz comunhão com Jesus nem com os irmãos, e o Anjo chama a atenção para este dom, coração da nossa vida espiritual”

Padre Manuel Antunes é o convidado do terceiro vídeo da série que apresenta a exposição “Os Rostos de Fátima - fisionomias de uma paisagem espiritual”

 

O padre Manuel Antunes, capelão do Santuário de Fátima e assistente nacional do Movimento da Mensagem de Fátima, é o convidado do terceiro vídeo da série que o Santuário de Fátima está a realizar mensalmente para apresentar a exposição temporária “Os rostos de Fátima - fisionomias de uma paisagem espiritual”, a partir da reflexão de convidados sobre cada um dos núcleos da nova mostra.

Na primavera de 1916, um anjo, que se apresentou como “Anjo da Paz”, apareceu na Loca do Cabeço a Lúcia, a Francisco e a Jacinta. Segundo a descrição da Irmã Lúcia, “parecia um jovem dos seus 14 a 15 anos, mais branco do que se fosse de neve, que o sol tornava transparente como se fosse de cristal e duma grande beleza”.

Este momento foi o ponto de partida de uma história que iria marcar profundamente o catolicismo em Portugal e no mundo.

O cardeal D. António Marto, bispo da diocese de Leiria-Fátima, considera as aparições do Anjo “alicerce da mensagem de Fátima”, como conta o padre Manuel Antunes: “Nós não sabemos o objetivo destas aparições e o projeto que Deus tinha no contexto da mensagem de Fátima, mas sabemos que o Anjo é enviado por Deus, e o que diz é mandatado e o que faz é realmente como que uma ordem de Deus”.

Com base no núcleo que fala deste momento-chave da mensagem de Fátima, o sacerdote recorda que estas aparições foram durante algum tempo “desconhecidas, porque a Lúcia julgava que estas aparições eram para eles, de uma forma pessoal”. De facto, “estas aparições marcaram os Pastorinhos para toda a sua vida e evidentemente que eles não deixaram de cumprir o seu dever, falo da guarda das ovelhas, mas deram um sentido muito espiritual à vida após as aparições do Anjo”.

Estas aparições assentam em três bases, “na primeira aparição o Anjo leva as crianças à adoração, na segunda leva as crianças à penitência e na terceira à contemplação, e foi nestes três alicerces que os Pastorinhos cresceram na sua vida espiritual”.

A primeira aparição, na primavera de 1916, “vem lembrar que Deus existe, que é Pai e Amigo, mas é Deus e tem lugar primordial na vida de cada pessoa”.

No verão de 1916, teve lugar a segunda aparição e o Anjo “convida os Pastorinhos à penitência”. “É neste momento que se identifica como Anjo de Portugal e pede oração e sacrifícios. Há uma chamada de atenção para a verdadeira penitência, que consiste no cumprimento do nosso dever, e esta é a verdadeira penitência de Fátima. Mas os Pastorinhos foram muito além, tanto que, na quinta aparição de Nossa Senhora, receberam um recadinho muito importante, que dava nota de que Deus estava muito contente com os sacrifícios”, explica o sacerdote.  

Na terceira aparição, no outono de 1916, o Anjo fala da eucaristia, “enquanto celebração, enquanto comunhão, enquanto presença nos sacrários, mas é uma presença maltratada e mal aproveitada, tanto que o Anjo fala dos pecados cometidos contra a eucaristia e pede insistentemente reparação destes pecados”.

“Nos dias de hoje, verificamos que há muita gente que comunga, mas não faz comunhão com Jesus nem com os irmãos, e o Anjo chama atenção para este dom, coração da Igreja e o coração da nossa vida espiritual”, alerta o padre Manuel Antunes.

Neste tempo de pandemia, que convoca toda a humanidade a refletir sobre a sua própria condição, a exposição “Rostos de Fátima: fisionomias de uma paisagem espiritual” mostra a sua atualidade na reflexão que apresenta sobre o tema da morte e da vida, como momentos luminosos da peregrinação do Homem no mundo.

A mostra estará patente até 15 de outubro de 2022, no Convivium de Santo Agostinho, piso inferior da Basílica da Santíssima Trindade, e poderá ser visitada gratuitamente, todos os dias, das 9h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00. Neste momento, devido à pandemia e às medidas em vigor no Estado de Emergência, este espaço encontra-se encerrado.

 

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