05 de agosto, 2024
Há um ano, o Papa mostrava, em Fátima, que a Igreja não pode ser indiferente aos mais frágeisA 5 de agosto de 2023, o Papa Francisco proferia, na Capelinha das Aparições, as palavras que marcariam a sua vinda a Portugal no contexto da JMJ: “Todos, todos, todos”.
Numa visita-relâmpago a Fátima, o Papa Francisco deixou palavras e gestos que o tempo não deixa erodir. A 5 de agosto do ano passado, no contexto da Jornada Mundial da Juventude, o Santo Padre veio à Cova da Iria rezar na companhia de jovens com deficiência e de jovens reclusos. Na memória de todos permanecem as palavras que usou para se referir à inclusão dos mais frágeis e os momentos de interação que com eles manteve. Naquele 5 de agosto, domingo, ainda não tinham batido as 9h00, já o Sumo Pontífice percorria o Recinto de Oração do Santuário, acenando aos fiéis, beijando e benzendo muitas crianças a partir do papamóvel. Na Capelinha das Aparições rezou, durante alguns minutos, junto à Imagem de Nossa Senhora do Rosário de Fátima. Milhares de peregrinos acompanharam-no, em silêncio, nesse momento de recolhimento. Acompanharam igualmente a recitação do terço, marcada pela participação de duas jovens com deficiência, em dois dos mistérios. Emília Henzel recitou em polaco e Samantha Numerato em italiano. Na configuração da Capelinha das Aparições, o Santo Padre encontrou a analogia perfeita para expressar a ideia de inclusão a que vinha dando destaque: “A Capelinha onde nos encontramos constitui uma bela imagem da Igreja, acolhedora, sem portas. A Igreja não tem portas, para que todos possam entrar. E aqui podemos insistir também no facto de que todos podem entrar, porque esta é a casa da Mãe, e uma mãe tem sempre o coração aberto para todos os seus filhos, todos, todos, todos, sem excluir nenhum”. Em Fátima, os gestos e as palavras do Papa Francisco convergiram para a necessidade de a Igreja vencer a indiferença, atender à fragilidade humana e empenhar-se na inclusão de todos. À saída da Capelinha das Aparições, fez questão de saudar os jovens reclusos, doentes e portadores de deficiência que com ele tinham rezado. No editorial de setembro do jornal A Voz da Fátima, o reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas, sublinhava “a atitude de acolhimento e carinho do Papa para com aqueles jovens”, acrescentando que “estes gestos, no coração do Santuário, confirmam Fátima como mensagem e lugar de esperança ao proporcionar sentido para a experiência da fragilidade humana”. |