Gesto do Lava-pés é sinal de humildade, serviço e amor que vence “egoísmos e infidelidades”, afirma reitor do Santuário

Gesto do Lava-pés é sinal de humildade, serviço e amor que vence “egoísmos e infidelidades”, afirma reitor do Santuário

Missa da Ceia do Senhor inaugurou Tríduo Pascal em Fátima. Padre Carlos Cabecinhas lavou os pés a 12 funcionários do Santuário

No “tempo difícil” que o mundo e a Igreja atravessam é “na atitude de serviço humilde que reside a credibilidade do ministério” sacerdotal, afirmou esta tarde o Reitor do Santuário de Fátima na homilia da Missa da Ceia do Senhor, a primeira grande celebração do Tríduo Pascal, que teve presente a guerra da Ucrânia, os pobres e todas as vítimas de abusos, da indiferença e da exclusão.

Nesta Missa Vespertina, são dois os mandatos de Jesus que marcam a celebração: um referente à Eucaristia e outro ao amor fraterno e ao serviço dos irmãos. 

“São mandatos inseparáveis um do outro, que têm no serviço por amor a sua chave de leitura” afirmou o padre Carlos Cabecinhas.

“Na Eucaristia e no lava-pés, Jesus revela-nos que Deus se inclina sobre nós, ajoelha-Se diante da nossa fragilidade, para nos restituir a dignidade de Seus filhos”, esclareceu ao salientar que a Eucaristia é a “forma por excelência” da Sua presença no meio de nós. 

“Caros Irmãos e Irmãs, agradeçamos, neste dia, o maravilhoso dom da Eucaristia, e peçamos-Lhe que nos torne cada vez mais dignos dos mistérios que celebramos, através de uma real atitude de serviço a Deus e aos irmãos”, afirmou o responsável.

“Na Eucaristia, Jesus Cristo assume a condição de servo, através da mais humilde forma de presença: a presença no pão e no vinho consagrados” afirmou o padre Carlos Cabecinhas.

Por isso, “Participar na Eucaristia, para nós, cristãos significa aprender esta atitude de serviço a Deus e aos irmãos, implica disponibilidade para fazer da nossa vida uma vida entregue, dada, oferecida, como a de Jesus Cristo, que assumiu a condição de servo” disse ainda.

A Missa vespertina da Ceia do Senhor assinala este tempo pascal com um caráter festivo, evocando também o mandamento do amor, simbolizado no gesto do lava-pés.

No decorrer da Última Ceia, Jesus lavou os pés aos apóstolos, num gesto de humildade, serviço e amor que foi repetido pelo presidente da celebração, que retirou a casula (uma das vestes do sacerdote durante a Missa) e se cingiu com uma toalha grande.

“Assumindo a condição de servo, Jesus resume neste gesto todo o seu mistério, o essencial da sua vida, da sua missão e paixão”, disse o reitor do Santuário de Fátima.

“Lavando os pés aos discípulos, em atitude de profunda humildade, Jesus purifica-os com o Seu amor, de todo o egoísmo e vontade de domínio; lava-os das suas infidelidades e afastamento de Deus, como condição para poderem participar da Sua vida e do seu amor”, disse o sacerdote.

“A todos nós, esta celebração vem recordar-nos que a vocação de todo o cristão é uma vocação eucarística, ou seja, uma vocação de serviço por amor, como Jesus”, concluiu.

Após a Missa, só volta a existir celebração da Eucaristia, na Igreja Católica, na Vigília Pascal. Depois da oração da comunhão, procedeu-se à transladação do Santíssimo Sacramento para a Capela da Morte de Jesus, a onde às 23h00, será rezada a Oração da Agonia do Senhor.

Simbolicamente, o altar da celebração foi desnudado, como sinal do despojamento e sofrimento do Cristo.

As celebrações pascais no Santuário podem ser seguidas em www.fatima.pt e no facebook.

Esta noite, a partir das 23h00, será celebrada a Oração da Agonia do Senhor, a partir da Capela da Morte de Jesus, no piso inferior da Basílica da Santíssima Trindade. Depois, à meia-noite, a partir da Capelinha das Aparições, realiza-se a via-sacra até ao Calvário Húngaro. Amanhã, sexta-feira santa, serão rezadas as Laudes às 9h30 na Basílica de Nossa Senhora do Rosário e às 15h00, na Basílica da Santíssima Trindade, será celebrada a Paixão do Senhor.