10 de junho, 2020

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Francisco Marto e o seu enlevo e amor à Eucaristia

No dia em que a Igreja celebra a Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, cumprem-se 112 anos do nascimento do vidente de Fátima

 

Completam-se esta quinta-feira 112 anos do nascimento de São Francisco Marto, um dos mais jovens santos não mártires da Igreja e cujo enlevo e amor à Eucaristia partilhava com a sua irmã, Santa Jacinta Marto. Por isso, não deixa de ser uma coincidência feliz a celebração do aniversário do seu nascimento no dia em que a Igreja celebra a Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo. Facto que será lembrado nas celebrações da Cova da Iria, neste dia comumente conhecido como Dia de Corpo de Deus.

Nas aparições que testemunhou, o pequeno Francisco apenas via o Anjo e Nossa Senhora, sem ouvir o que eles diziam. No entanto, foi o suficiente para desenvolver a sua vocação e o seu papel específico no conjunto das aparições, vivendo encantado pela beleza de Deus e da Senhora.

“Nós estávamos a arder, naquela luz que é Deus, e não nos queimávamos. Como é Deus!!! Não se pode dizer! Isso sim, que a ente nunca pode dizer” , refere Lúcia, nas suas memórias, citando o Francisco.

Embora nunca tivesse encontrado as palavras certas para dizer Deus, foi talvez o que mais entendeu e penetrou o Seu mistério. De facto, Francisco deixou-se invadir tão intensamente por Deus que, mergulhando nessa presença divina em atitude de adoração, encontrou em Deus o sentido e a beleza da sua vida, procurando consolar o “Jesus Escondido”, com Quem mantinha uma amizade permanente.

“Francisco lembra-nos a devoção eucarística como o lugar onde alimentamos a nossa fé e depois vem lembrar-nos a atualidade da missão reparadora para curar as feridas do mundo e da humanidade, dilacerada por tantas formas de violência e reparar também a própria Igreja do Senhor, hoje tão dolorosamente abalada pela corrupção de alguns escândalos de responsáveis que ferem a nossa alma e a qualidade da nossa fé e a imagem e confiança na Igreja”, afirmou o cardeal D. António Marto no dia 4 de abril de 2019, por ocasião do centenário da sua morte.

São Francisco Marto, cuja iconografia o apresenta de carapuço na cabeça e jaleca curta, com o cajado e o saco do farnel ao pescoço, nasceu em 11 de junho de 1908 e foi batizado em 20 de junho na Igreja Paroquial de Fátima. 

Com apenas 8 anos de idade, começou, com a sua irmã Jacinta, a pastorear o rebanho dos seus pais pela zona da Cova da Iria, local onde, juntamente com a prima Lúcia, viriam a testemunhar as Aparições, durante as quais podia apenas ver, sem ouvir ou falar.

Levado pelo desejo íntimo de consolar o coração de Jesus, pois afirmava que queria dar alegria a um Deus que estava triste com os agravos ao Seu coração, Francisco viveu intensamente a oração contemplativa. Para isso, passava horas seguidas em oração em frente ao sacrário, na Igreja Paroquial de Fátima, quando a prima e a irmã iam para a escola.

A 18 de outubro de 1918, pouco mais de um ano depois da última Aparição, Francisco adoece, vítima da epidemia da gripe pneumónica que assolou o país, também conhecida por gripe espanhola, a doença que chegara a Portugal no meio desse ano e em pouco tempo causou a morte de dezenas de milhares de pessoas.

A 2 de abril do ano seguinte, confessa-se e recebe a comunhão pela última vez “com uma grande lucidez e piedade”, como escreve o pároco de Fátima no Livro de Óbitos, ao registar a sua morte, em 4 de abril, acrescentando: “E confirmou que tinha visto uma Senhora na Cova da Iria e Valinho”.

“Francisco viveu no `escondimento de si´, contemplou Jesus e procurou consolá-lo, acabando por imitá-lo no seu estilo de oração e, mais radicalmente, de vida. Portanto, a experiência `espiritual´ de Francisco é um convite à oração contemplativa, à comunhão com Jesus na Eucaristia na imitação de Cristo ´escondido´” afirma Franco Manzi , teólogo italiano e autor de vários livros sobre Fátima, o último dos quais “As crianças-profetas de Fátima- o olhar de três crianças sobre os ressuscitados”.

Francisco foi sepultado no cemitério de Fátima, de onde os seus restos mortais foram exumados, em 17 de fevereiro de 1952, e trasladados para a Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, em 13 de março de 1952, repousando no braço direito do transepto.

Francisco e a irmã Jacinta foram canonizados no Santuário de Fátima, a 13 de maio de 2017, durante a Missa da primeira Peregrinação Internacional Aniversária do Centenário das Aparições, presidida pelo Papa Francisco, tornando-se assim nos mais jovens santos não-mártires da história da Igreja Católica.

A canonização tinha sido aprovada a 23 de março, quando o Vaticano anunciou que o Papa Francisco reconhecera o milagre atribuído a Francisco e Jacinta, última etapa do processo, iniciado há 65 anos.

O reconhecimento de um milagre realizado por sua intercessão depois da beatificação é um processo da competência da Congregação para a Causa dos Santos, regulado pela Constituição Apostólica Divinus Perfectionis Magister , promulgada por João Paulo II em 1983.

No processo de Francisco e Jacinta Marto, foi aceite como milagre a cura milagrosa de Lucas, uma criança brasileira de cinco anos, que caíu de uma janela, a uma altura de 6,5 metros no dia 3 de março de 2013, ficando em coma, com perda de tecido cerebral no lóbulo frontal direito.

A oração da família e das irmãs do Carmelo de Campo Mourão, no Brasil, pedindo a intercessão de Francisco e Jacinta, resultou na cura total de Lucas, facto que os médicos não conseguem explicar.

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