08 de dezembro, 2016

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Festa da Imaculada Conceição enche Santuário de Fátima

Milhares de peregrinos foram desafiados a lutar contra o “egoísmo e a indiferença” inspirados no exemplo de Maria

 

O bispo de Leiria-Fátima recordou hoje no Santuário que a Igreja Católica celebra esta quinta-feira a Solenidade da Imaculada Conceição, dia em que somos convidados a renovar um compromisso por uma vida santa e livre do pecado.

“O apelo a uma vida santa e pura é hoje deveras urgente para a nossa vida em sociedade” afirmou D. António Marto, destacando dois graves problemas dos nossos dias: os direitos humanos e a corrupção, um “cancro que mina a sociedade”.

“A luta contra esta chaga social começa na consciência pessoal pura, não corrompida, dentro da família e na vigilância nos vários âmbitos da vida civil”, disse o bispo de Leiria-Fátima.

Referindo-se por outro lado aos direitos humanos, cuja jornada mundial se assinala no sábado, dia 10 de dezembro, D. António Marto apelou à defesa da sua promoção “de modo a que ninguém seja excluído do seu efetivo reconhecimento”.

“Por aqui passa a vida santa e imaculada dos cristãos no mundo” sublinhou o bispo de Leiria-Fátima referindo-se a esta festa da Imaculada Conceição como  “a Festa de Deus” e também a “nossa”, na qual somos convidados a prosseguir “o caminho de uma vida santa e pura, de justiça e paz”.

“A  Mãe Imaculada assegura-nos que cada um de nós, cada cristão pode ser cheio da sua graça porque lhe foi concedida pelo Pai santo em nosso favor”. Por isso, acrescenta, “também nós somos chamados a ser santos e imaculados como ela, acolhendo plenamente Deus e a sua graça misericordiosa na nossa vida, na escuta e meditação da Palavra, na caridade e no serviço aos irmãos”.

“A festa da Imaculada torna-se festa de todos nós com os nossos “sins” quotidianos a Deus, vencendo o nosso egoísmo e a nossa indiferença, tornando mais alegre a vida dos nossos irmãos levando-lhes esperança e consolação, enxugando alguma lágrima”, disse o prelado diocesano na homília que proferiu na Missa da Solenidade da Imaculada Conceição, no Santuário de Fátima.

O dogma da Imaculada Conceição de Maria foi proclamado pelo Papa Pio IX,  a 8 de dezembro de 1854, através da bula ‘Ineffabilis Deus’, a qual declara a santidade da Virgem Santa Maria desde o primeiro momento da sua existência, sendo preservada do pecado original.

A ligação entre Portugal e a Imaculada Conceição ganhou destaque em 1385, quando as tropas comandadas por São Nuno Alvares Pereira derrotaram o exército castelhano e os seus aliados, na batalha de Aljubarrota, e consolidaram a afirmação da identidade lusitana.

Em honra a esta vitória, o Santo Condestável fundou a igreja de Nossa Senhora do Castelo, em Vila Viçosa, e fez consagrar aquele templo a Nossa Senhora da Conceição.

Um segundo passo deu-se durante o movimento de restauração da independência que acabou com o domínio castelhano em Portugal e que culminou com a coroação de D. João IV como rei de Portugal, a 15 de dezembro de 1640, no Terreiro do Paço, em Lisboa.

O mesmo D. João IV coroou a Imagem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa como Rainha e Padroeira de Portugal, durante as cortes de 1646.

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