Férias para pais e jovens portadores de deficiência assentam na simplicidade dos gestos
84 jovens e 34 pais participaram nesta atividade, ajudados por 77 voluntários.
O Santuário de Fátima ofereceu pelo 10º ano consecutivo uma semana de férias aos pais que têm filhos portadores de deficiência. O objetivo é proporcionar, por um lado, o descanso a esses pais que durante uma semana ficam aliviados da tarefa de cuidar dos filhos dando-lhes, por outro lado, a oportunidade de terem um momento de enriquecimento moral e espiritual.
Esta iniciativa teve o seu termino ontem, e durante quatro semanas, os grupos foram acolhidos no Centro de Espiritualidade Francisco e Jacinta Marto, em Fátima, pelos Silenciosos Operários da Cruz e por 77 voluntários.
As férias são gratuitas e têm uma finalidade: permitir o descanso aos pais, garantindo a ocupação e o acompanhamento dos filhos num contexto da espiritualidade de Fátima.
Este ano, a organização aliou ao tema do ano pastoral do Santuário, “Eu vim para que tenham vida”, ao Jubileu da Misericórdia e daí resultou «misericordiar», por uma vida melhor”, disse ainda o sacerdote.
«A partir do tema do ano pastoral do Santuário delineamos um programa, muito virado para os aspetos sensoriais, dirigido a três grupos: às crianças; aos pais e aos voluntários pois eles também nos pedem formação e nós fazemo-la a partir do nosso carisma», revelou o Pe. Johnny Freire, um dos responsáveis pela iniciativa.
O religioso em jeito de balanço considera que esta atividade «é uma possibilidade dos pais terem férias e recarregar baterias. Muitos referem que esta semana dá para o ano inteiro. E isso toca-nos, mesmo que vão de férias para outros lugares nunca são assim, e toca-nos ainda mais aqueles que estão em casa um ano inteiro».
«A partilha entre voluntários é muito bonita, é importante derrubar barreiras e combater medos, e normalmente o que é diferente causa receio. O contacto direto e constante permite derrubar essas barreias e medos, e permite que se relacionem como pessoas que são. Há simplicidade das coisas, dos gestos, das relações. No nosso quotidiano complicamos demasiado, e estes jovens mostram uma simplicidade bonita», salienta o Pe. Jonhy Freire.
Uma outra responsável, a Ir. Cila Santos, conta que os pais mesmo com um grande de ritmo de atividades afirmavam que «nunca tivemos férias como estas», porque não pensam nas tarefas diárias e descansam.
«Estávamos a encher balões, e houve um jovem que foi incentivado a encher o balão e o facto de ter conseguido deixou-o muito feliz! Gritava “Consegui! Consegui!”. Algo que para nós é tão banal e para ele foi uma vitória», relembra esta religiosa, que considera que um dos objetivos destas férias é por em evidência as suas capacidades.
A Ir. Cila observa que «a partilha que há entre pais e voluntários, mas sobretudo entre pais, é muito enriquecedora, porque há um encorajamento mútuo, na partilha de alegrias e dificuldades».
Há atividades destinadas a pais, há atividades destinadas aos jovens e há momentos onde há atividades conjuntas. Os voluntários apesar de estarem em função dos jovens também têm um caminho próprio.
Do programa fazem parte visitas ao Santuário e a todos os espaços que em Fátima têm a ver com a mensagem e com o fenómeno − Valinhos e Aljustrel, por exemplo − com paragem obrigatória na Capelinha das Aparições, onde rezaram o terço e participaram na Procissão de Velas.
«Descobrir os lugares e a mensagem de Fátima é também rezar», considera o Pe. Jonhy. Descobrir as figuras de Francisco e Jacinta na Casa das Candeias, foi também um momento importante. Um dos momentos mais aguardados era a ida à praia, mas as atividades ligadas ao teatro, a música ou a dança também preenchiam os dias destes jovens.
«No final há um cansaço físico mas estamos de coração cheio. Faz parte do nosso carisma, fazemos as coisas com amor», afirma a Ir. Cila.
Dos quatro turnos, houve uma participação de 84 jovens, 77 voluntários, 5 religiosos e 34 pais.
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