04 de junho, 2023

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“Fátima tornou-se um lugar onde o Evangelho ressoa a partir dos pequeninos que nos mostram como ele se pode acolher e transmitir”- Padre Joaquim Ganhão

Diretor do Departamento de Liturgia do Santuário refletiu sobre a peregrinação a Fátima e o mandato evangelizador a que este lugar convoca a partir dos exemplos de Nossa Senhora e dos Pastorinhos

 

O padre Joaquim Ganhão afirmou esta tarde na conferência que proferiu no III Encontro na Basílica que a peregrinação a Fátima é uma “oportunidade” de revitalização evangelizadora.

“Peregrinar a Fátima, é ocasião para acolher este feliz anúncio do Evangelho, e partir daqui por caminhos novos de vidas iluminadas e transfiguradas, disponíveis para a construção de uma humanidade nova onde habita a justiça e a paz” afirmou o diretor do Departamento de Liturgia aos peregrinos que participaram no III Encontro na Basília, deste ano pastoral que tem como lema o episódio da visitação de Maria à sua prima Isabel, narrado no Evangelho de Lucas: “Maria Levantou-se e partiu apressadamente”, que sintoniza o Santuário com a Jornada Mundial da Juventude que Portugal acolherá em Lisboa, em Agosto.

A partir de uma interpelação inicial- “Como pode este lugar em que nos encontramos inspirar-nos para a missão de levar a alegria do Evangelho a toda agente?”- o sacerdote percorreu os exemplos de Maria e dos Pastorinhos para sublinhar a importância de Fátima como escola missionária.

"Nossa Senhora não veio a Fátima para nos meter medo mas para anunciar o evangelho e dizer-nos que o mundo tem salvação", afirmou.

Em todos estes protagonistas do acontecimento de Fátima, o padre Joaquim Ganhão encontrou características inspiradoras para os peregrinos, porque quer em Nossa Senhora quer nos três Pastorinhos há um “envolvimento na luz de Deus”, através de uma entrega e sintonia totais com a vontade e a palavra de Deus.

“Na Visitação que Maria fez, neste lugar, aos pequeninos – os Santos Francisco e Jacinta Marto e a Serva de Deus Lúcia de Jesus, libertou-os do medo e envolveu-os naquela Luz que é Deus, convidou-os a oferecerem-se a Deus, a entrar na sua intimidade por meio da oração – rezai o terço todos os dias para alcançar a paz – a serem solidários com a situação do mundo e da Igreja – confiou-lhes uma mensagem de conversão, de penitência e reparação; uma mensagem de regresso a Deus, de misericórdia e de ternura” afirmou o sacerdote. 

“A vida destas três crianças mudou, como se tivessem crescido depressa e atingido aquela maturidade da fé que os leva a viver em Deus e a partir de Deus, a buscá-Lo na oração a Jesus escondido, a intercederem pelo Santo Padre, pela paz, pelos pecadores e a serem solidários com tantos que se recomendavam às suas orações”, destacou ainda lembrando as diferentes formas de entrega a Deus seja pela oferta de sacrifícios (Santa Jacinta), seja pela oração discreta no silêncio (São Francisco) seja pela fidelidade aos pedidos de Nossa Senhora, em quase “cem longos anos” (Irmã Lúcia).

“Nos Pastorinhos de Fátima podemos encontrar este dinamismo de acolhimento da mensagem, de guardá-la no coração e de a anunciar a todos”.

“Fátima tornou-se desde então um lugar onde o Evangelho ressoa a partir dos pequeninos que nos mostram como ele se pode acolher e transmitir. Podemos dizer que eles viveram para anunciar a Boa Nova” disse ainda.

“A experiência da luz de Cristo vivida pelos três Pastorinhos nos encontros com Nossa Senhora continua a ecoar hoje em Fátima contagiando cada peregrino a ser portador dessa luz em cada ambiente do mundo moderno”, frisou.

“Nesta luz, percebemos que o desafio que nos é lançado a partir deste lugar, inspirados na mensagem que Nossa Senhora aqui nos deixou, e na fidelidade à Igreja, passa pela disponibilidade interior para levarmos a todos a alegria do Evangelho”, precisou.

"Quem aqui vier levará sempre uma vela nova, a luz da fé renovada e a certeza de que Deus está e, neste mundo, temos um coração que nos levará até Ele", disse ainda.

O padre Joaquim Ganhão lembrou, ainda, outra expressão da missão evangelizadora a partir de Fátima, patente nas viagens da Virgem Peregrina.

“ A passagem da Virgem peregrina por tantos lugares do mundo, continua a evangelizar através da visita que faz às comunidades dos discípulos de Jesus, pode tornar-se um anúncio da salvação de Jesus Cristo através do louvor, da alegria, dos elementos festivos e da meditação no desígnio salvífico de Deus realizado na história da Salvação”, disse o orador.

O padre Joaquim Ganhão é Licenciado em Teologia pela Universidade Católica Portuguesa, a onde fez uma pós-graduação em Teologia Pastoral. Frequentou o 4.º ano dos Cursos de Verão de Canto Gregoriano na Abadia Beneditina de Valle de los Caídos, em Espanha. É mestre em Sagrada Liturgia pelo Pontifício Instituto Litúrgico de Santo Anselmo – Roma, onde defendeu a tese O Movimento Litúrgico em Portugal.

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Neste III Encontro na Basílica, seguiu-se um recital protagonizado pelo Coro do Santuário,  dirigido pelo seu maestro, Ricardo Campo, e que contou com a participação  de  Sílvio Vicente, no órgão e de  Yumiko Ishizuka, no saltério.

 

 

 

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