“Fátima tem a particularidade de dar uma configuração mais doce a cada um de vós”

“Fátima tem a particularidade de dar uma configuração mais doce a cada um de vós”

Pe. José Nuno Silva deu as boas-vindas aos sacerdotes que até sábado participam na Peregrinação Jubilar para Sacerdotes

O Santuário de Fátima acolhe até sábado a Peregrinação Jubilar dos Sacerdotes idosos e/ou doentes. Com início esta tarde na Casa de Retiros de Nossa Senhora das Dores, que dispõe de condições para as pessoas com necessidades especiais, nomeadamente mobilidade reduzida, o responsável pela iniciativa, o Pe. José Nuno Silva deu as boas-vindas aos 20 sacerdotes presentes.

Em pleno ano Jubilar do Centenário das Aparições, o Santuário de Fátima reconhece que ao longo de cem anos, muitos foram os corações tocados pela mensagem de Nossa Senhora, e esta atividade é “fazer um ato de justiça e gratidão”.

“Esta iniciativa é exatamente fazer justiça à história, a estes sacerdotes que anonimamente aqui ao longo de 100 anos acolheram quem aqui ouviu o apelo à conversão, e estes 20 que vem participar representam milhares”, reiterou.

Para o Santuário de Fátima, há uma categoria de testemunhas privilegiadas deste toque da misericórdia e dos seus frutos de conversão: os sacerdotes. Muitos milhares, ano após ano, década após década, aqui exerceram o ministério da reconciliação, como confessores das multidões que ouviram e quiseram corresponder ao apelo à penitência que a Virgem Mãe aqui fez soar.

O Pe. José Nuno, na abertura, disse que “a história de Fátima é uma narrativa que se faz a partir do núcleo central da mensagem: a misericórdia”.

“Fátima é um acontecimento de misericórdia na história dos homens, numa etapa particularmente miserável, e nesse tempo de tantas misérias Fátima surge e afirma-se como uma intervenção de Deus, e que nos envia um ícone da sua misericórdia que é a mãe de Jesus”.

O sacerdote lembrou que “a misericórdia tem como acontecimento cimeiro na sacramentalidade da Igreja o sacramento da reconciliação e em cem anos, muitos milhares de padres, aqui acolheram muitos milhões de peregrinos em busca dessa experiencia da misericórdia de Deus”.

“Fátima tornou-se um confessionário de Portugal e mais tarde um confessionário global”.

O programa, que teve como ponto de partida o almoço de hoje e termina com o almoço do dia 30 “contempla uma partilha, de histórias muito belas, com uma dimensão de um testemunho íntimo de Fátima, destes sacerdotes enquanto peregrinos e enquanto condutores da proposta de misericórdia aqui deixada”.

“O principal objetivo desta peregrinação é proporcionar uma experiência gratificante para cada um de vós, porque a vossa idade de maior serviço à Igreja coincidiu na altura em que Fátima se impos”, salientou.

“O clero fez Fátima e Fátima fez o clero. Fátima tem a particularidade de dar uma configuração mais doce a cada um de vós, que como milhares de peregrinos foram devotos de Nossa Senhora”, concluiu.

Após as boas-vindas, o grupo seguiu para a Basílica da Santíssima Trindade, onde estava agendada uma visita à Exposição Temática: As cores do Sol: A luz de Fátima no mundo contemporâneo.

À margem do encontro, um dos participantes, o Pe. Norberto Cristóvão, espiritano, recordou que vinha frequentemente a Fátima, no âmbito do trabalho que desenvolvia na Pastoral da Saúde.

“Em outubro de 1959 antes de partir para Angola, para as missões, no fim da missa, ao descer a escadaria alguém se aproximou de mim, queria-se confessar, e eu ali mesmo confessei aquele homem”.

O religioso na altura pensou: “Já valeu a pena vir a Fátima, para confessar aquele homem que há muitos anos tinha esquecido este sacramento da reconciliação. Outras pessoas se aproximaram, e não mais parei até às 6h00 do dia seguinte”.

O dia de amanhã, será preenchido por momentos de oração e partilha, que findam com o rosário e procissão de velas às 21h30 no Recinto de Oração.