24 de junho, 2016
«Fátima presta à sociedade Portuguesa um serviço público», afirma Alexandre PalmaO professor na Faculdade de Teologia da Universidade Católica foi o primeiro orador do Simpósio Teológico-Pastoral 2016.
Alexandre Palma considera que «Fátima presta à sociedade portuguesa e não só, um serviço público». O professor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica, na sua comunicação «As misérias da pobre humanidade», afirmou que mesmo após 100 anos «Fátima continua a ser também uma revelação do homem diante de Deus, uma revelação do homem diante de si próprio». O teólogo diz que «em Cristo, a humanidade encontra morada definitiva em Deus». Segundo Alexandre Palma, «O sofrimento é uma espécie de existencial humano e é por isso propriamente um elemento antropológico», assim, «a sintonia entre esta envolvente no fenómeno de Fátima e o núcleo da sua mensagem, ou seja, o facto das aparições e de tudo o que com elas se relaciona acontecerem num meio onde o sofrimento existe e é exprimido e o facto da própria mensagem de Fátima problematizar o problema do sofrimento e de por via da reparação lhe encontra um certo sentido e utilidade». «Na mensagem de Fátima há um insistente apelo a “oferecer-se a Deus”, este convite da Virgem a 13 de maio será depois intensamente praticado nos sacrifícios dos pastorinhos oferecidos a Deus pelos pecadores», considera o padre do Patriarcado de Lisboa. Na sua comunicação, o teólogo afirma que «O corpo é lugar de vida e de relação com Deus», e por isso «a descrição das misérias da pobre humanidade é servida de mote e inspiração para a leitura antropológica de Fátima e da sua mensagem». «À sua luz podem ainda perspetivar-se o serviço ao homem que Fátima e o seu Santuário desempenham hoje», disse Alexandre Palma que relembra que «hoje em Fátima, o humano continua a revelar aqui as suas misérias e as suas esperanças. 100 anos volvidos, a Cova da Iria continua a ser visitada por causa dos sofrimentos, dos pecados, dos medos e das tristezas deste tempo. Continua a sê-lo por gente movida pela esperança, pela solidariedade e pelo espanto, pela gratidão ou pela memória». Segundo o teólogo, «O Santuário de Fátima é hoje um grande lugar de cartase e de celebração do humano», porque «aqui se vem chorar a morte de um ente querido e consagrar um filho nascido. Aqui se vem suplicar a cura de um cancro e agradecer a cura de um cancro ou qualquer outra doença. Aqui se vem pedir por alguém e celebrar os sucessos próprios. Aqui se vem lutar com Deus e se vem encantar-se com ele». Alexandre Palma é padre do Patriarcado de Lisboa. É professor na Faculdade de Teologia da Universidade Católica e membro da equipa formadora do Seminário dos Olivais. É, ainda, investigador do Centro de Estudos Religiões e Culturas (CERC) e integra a redação da edição portuguesa da revista Communio. O Simpósio-Teológico Pastoral, «Eu vim para que tenham vida», decorre este fim-de-semana no Centro Pastoral de Paulo VI, em Fátima e conta com o apoio da Rádio Renascença. CF |